“ROQUE LAUSCHER. SINTONIA COM DEUS”
Cesar Techio
Economista – Advogado
techio@concordia.psi.br
Quando “ Agribussines “ e “ agroindustria “ , eram palavras pouco conhecidas no mundo e, especialmente no terceiro mundo, no início da década de 70, o economista ROQUE LAUSCHNER já desenvolvia sua tese “ AGRO-INDUSTRIA Y DESARROLLO ECONOMICO “ com a qual obteve o título de Mestre em ciências Economicas pela UNIVERSIDADE DO CHILE (ESCOLATINA) e após alguns anos o título de Doutor pela PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE GREGORIANA, em Roma, o que lhe valeu o título de “ o papa da agroindustria “ entre os economistas latino-americanos.
Os princípios gerais que nortearam e deram consistência a sua pioneira tese, incluindo aí novos conceitos e indicativos para o desenvolvimento dos povos, através da agroindústria, cooperativismo e formas associativistas, como terceira via ideológica, projeto viável e consistente no resgate da dignidade do sêr humano, é ofertada, em síntese, em suas reflexões intituladas “ O HOMEM E O MODÊLO SÓCIO-ECONÔMICO “ , publicado pelos Estudos Leopoldenses da Universidade Vale do Rio dos Sinos — UNISINOS.
Neste magnífico ensaio, meu saudoso amigo e ex-Diretor, resume os tópicos que alicerçaram grande parte da sua linha de pesquisa e de suas ações em favor do desenvolvimento, especialmente de pessoas e grupos periféricos à realidade sócio-econômica e ainda sobre a posição do homem e das igrejas neste contexto.
Afirma, que: “Aquele que chega totalmente a si mesmo e se realiza autonomamente naquilo que ele próprio é e deve ser, partindo da afirmação do valor pessoal e limitado e imperfeito do outro realiza-se pela afirmação, em cada valor finito, do valor pessoal infinito e absoluto, chamado Deus, ou seja, alcança na entrega total ao outro, Deus como horizonte.”
E, todo aquele que alcança na entrega total ao outro, Deus como horizonte: “1º) Afirma Jesus Cristo que é a autocomunicação pessoal, existencial e histórica plena de Deus aos homens e a condição de possibilidade do amor humano existencial e histórico pleno para com Deus e, 2º) Afirma a participação num novo povo, chamado igreja, unidade radical da dimensão íntima e social da autocomunicação de Deus e da resposta concreta dos homens a Deus.”
Daí o compromisso moral e inalienável das igrejas, em serem “unidade radical da dimensão íntima e social da autocomunicação de Deus em cuja sede se verifica a resposta concreta dos homens a Ele.”
Lembrei-me, nestes tempos, então, da comunicação de Deus em Mt 5.44: “O certo é amar os inimigos, bendizer os que nos maldizem, fazer bem aos que nos odeiam e orar pelos que nos maltratam”. A mensagem evangélica serve também para as igrejas, e as que não caminham nesta direção não podem ser instrumento de comunicação de Deus, na medida em que não se sintonizam com a mensagem Dele e, consequentemente não permitem com que Ele se sintonize com os homens.