Cesar Techio
Economista – Advogado
A
destruição de prédios públicos e privados em São Paulo e no Rio de Janeiro por
baderneiros infiltrados na greve dos professores deixa transparecer uma nuance
de uma mesma realidade. De um lado o professor pedindo a valorização do ensino,
melhores salários, plano de carreira, desafiadoramente preservando sua razão,
dignidade e consciência. De outro o destruidor, baderneiro num processo de
irracionalidade, contribuindo para a derrota do próprio movimento. A nobre
profissão de professor é a mais importante e fundamental para a sociedade, pois
dela derivam todas as outras. Mas, ensinam eles, que não é destruindo que se
contribui para o avanço de conquistas.
O caos instalado no ensino, com reflexos
graves na formação dos alunos, exige que o Estado, dentro das garantias
institucionais do Direito e da Justiça, aja com determinação em duas frentes.
Primeiro pagando bem, mas muito bem mesmo, aos professores. Segundo, com
eficiente determinação contra todo o cidadão que ameace a carta democrática
através de atos de vandalismo e destruição.
O padrão de civilidade, de tolerância
democrática, de convivência pacífica e de conduta que nos obriga à consciência,
de que o nosso direito termina onde começa o do outro, impõe um Estado no qual
haja solidez da ordem pública, pois sem ela, não é possível coexistir e mesmo
sobreviver. É bem verdade que a sensibilidade moral se situa no plano da
individualidade, e varia de pessoa a pessoa, mas, regras básicas de civilidade
hão de ser observadas contra toda a perversidade e contra todos os impulsos
primários irredutíveis à convivência social.
Estas regras básicas impõem, andar
conforme a razão, proceder na vida com lealdade e boa fé, construir uma
identidade moral lastreada no respeito aos semelhantes e, principalmente, defender
as instituições sociais como a família, igreja, escola, fábrica, empresa,
clube, associação, entre outras, por serem as mais relevantes âncoras para a
nossa felicidade. Se, apreendermos a cumprir minimamente estas regras básicas,
pacificaremos os extremistas baderneiros, afastaremos os homens públicos descompromissados
com a educação e daremos muito mais qualidade e contextura a nossa existência
comum.
Pensamento
da semana: “O homem fraco teme a morte, o desgraçado
chama-a; o valente procura-a. Só o sensato a espera.” Benjamin Franklin.