quarta-feira, 9 de outubro de 2013

PROFESSORES X BADERNEIROS


Cesar Techio
Economista – Advogado
        
      
         A destruição de prédios públicos e privados em São Paulo e no Rio de Janeiro por baderneiros infiltrados na greve dos professores deixa transparecer uma nuance de uma mesma realidade. De um lado o professor pedindo a valorização do ensino, melhores salários, plano de carreira, desafiadoramente preservando sua razão, dignidade e consciência. De outro o destruidor, baderneiro num processo de irracionalidade, contribuindo para a derrota do próprio movimento. A nobre profissão de professor é a mais importante e fundamental para a sociedade, pois dela derivam todas as outras. Mas, ensinam eles, que não é destruindo que se contribui para o avanço de conquistas.

       O caos instalado no ensino, com reflexos graves na formação dos alunos, exige que o Estado, dentro das garantias institucionais do Direito e da Justiça, aja com determinação em duas frentes. Primeiro pagando bem, mas muito bem mesmo, aos professores. Segundo, com eficiente determinação contra todo o cidadão que ameace a carta democrática através de atos de vandalismo e destruição.

    O padrão de civilidade, de tolerância democrática, de convivência pacífica e de conduta que nos obriga à consciência, de que o nosso direito termina onde começa o do outro, impõe um Estado no qual haja solidez da ordem pública, pois sem ela, não é possível coexistir e mesmo sobreviver. É bem verdade que a sensibilidade moral se situa no plano da individualidade, e varia de pessoa a pessoa, mas, regras básicas de civilidade hão de ser observadas contra toda a perversidade e contra todos os impulsos primários irredutíveis à convivência social.

       Estas regras básicas impõem, andar conforme a razão, proceder na vida com lealdade e boa fé, construir uma identidade moral lastreada no respeito aos semelhantes e, principalmente, defender as instituições sociais como a família, igreja, escola, fábrica, empresa, clube, associação, entre outras, por serem as mais relevantes âncoras para a nossa felicidade. Se, apreendermos a cumprir minimamente estas regras básicas, pacificaremos os extremistas baderneiros, afastaremos os homens públicos descompromissados com a educação e daremos muito mais qualidade e contextura a nossa existência comum.


       Pensamento da semana: “O homem fraco teme a morte, o desgraçado chama-a; o valente procura-a. Só o sensato a espera.” Benjamin Franklin.