Cesar Techio - Economista – Advogado
O
inferno até
pode ser parecido com o que descreve Dante Alighieri na “A Divina Comédia” ou
com o que conta Dan Brown no livro “Hell”
(Inferno), recém-lançado a nível mundial e que promete ser mais um best-seller na
linha de “O Código da Vinci”, de sua autoria. Mas, certamente é idêntico ao que
vem ocorrendo atualmente, aqui mesmo na terra. Estamos na época de que fala o
Apocalipse de João, o último discípulo de Jesus, em cartas às igrejas cristãs:
o princípio das dores com fomes, pestes, terremotos, tsunamis e guerras. Crimes
bárbaros, como latrocínios, estupros, ataques impiedosos a vulneráveis, matança
com extrema violência por motivos fúteis, são traços da mais escandalosa
crueldade e da descaracterização do homem como filho de Deus. Atear fogo em
dentistas no seu local de trabalho, usar armas químicas e tortura contra
velhos, crianças e famílias na Síria, são nuances que fecham o cerco da
desesperança, miséria, dor e do fim da humanidade. No epicentro de tudo isso se
encontra o homem e o egoísmo encravado no seu coração. Frenética, diuturna e
exclusivamente, dia após dia, volta todas as suas forças para ser referência,
prioridade e centro do mundo. Tudo têm que se amoldar ao seu bem estar pouco
importando as necessidades, dificuldades, sofrimentos e sonhos das demais
pessoas.
Este comportamento suicida tem a ver com um
mecanismo genético, próprio da natureza humana, destinado à preservação da
espécie e à sobrevivência do animal mais forte em detrimento dos outros. Há
quem diga, entretanto, que a maldade humana tem a ver com deficiência no
processo de educação. Vencida a etapa da infância, na qual as práticas
egocêntricas são normais, sua extensão na vida adulta passa a ser reflexo da
ausência de boa formação. Portanto, o egoísmo na vida adulta é considerado um vício
de natureza moral. Com efeito, a educação familiar, assim como a construída no
seio das escolas e igrejas deve permitir às pessoas entenderem e avaliarem
criticamente o meio em que vivem com a adoção de hábitos permanentes de
reflexão voltados ao amor, à compaixão, ao perdão, ao partilhar, ao altruísmo...
Neste contexto, as escolas e igrejas
precisam dar urgente prioridade aos ensinamentos cristãos de modo a permitir a
que todos reconheçam humildemente a presença de Deus e a verdadeira alegria em
servir o próximo. A doutrina cristã não pode ser alienante, ao contrário, deve incluir
forte motivação à capacidade de raciocinar lógica, reflexiva e criticamente. A
capacidade de pensar no formato cristão é essencial para a opção entre destruir
ou preservar, amar ou odiar, viver o céu aqui e agora ou mergulhar no inferno
apocalíptico já presente em nosso meio.
Pensamento
da semana: Qualquer um que diga que é cristão deve
viver como Cristo viveu. 1 João, 2,6