quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O SEGREDO PARA VOTAR NO BEM


Cesar Techio – Economista

cesartechio@gmail.com

Vereadores ladrões, prefeitos prevaricadores, vice-prefeitos golpistas, deputados condescendentes e demais agentes públicos estelionatários e corruptos devem ser condenados e apenados. Disso ninguém duvida. E os responsáveis que os conduziram aos respectivos cargos? Seriam apenas vítimas do sistema eleitoral que não lhes teria franqueado de forma adequada, meios para análise do potencial criminoso do candidato? Bolinha de cristal e serviços de adivinho, infelizmente não são disponibilizados pela Justiça Eleitoral. Contudo, os eleitores possuem meios seletivos eficientes para afastar candidatos comprometidos com a ilicitude. É preciso considerar que o candidato seja alguém da convivência da comunidade. Alguém que tenha história de compromisso com os interesses sociais, com o meio ambiente e a natureza, que demonstre caráter e firmeza no trato da sua própria vida e nas relações privadas e públicas, com as demais pessoas e instituições.

A política não pode ser um jogo do ego. Grande parte dos candidatos não está preocupada com a pobreza, com a miséria das pessoas, com a angústia dos pais de família desempregados, com os baixos salários dos trabalhadores, com os que vivem no meio rural, prostrados pela enxada que lhes dobra a espinha, mas não os remunera com justiça. Outra parte não está nem aí com a melhora na educação, com o esporte que dá saúde, com o saneamento básico que evita doenças e contamina as águas, com a preservação da mata, da fauna e do ecossistema. A mente ambiciosa e a velha política são facilmente constadas durante as eleições. Trata-se do jogo de sempre, da mesma competição acirrada, da mesma preocupação com a posição pessoal, da mesma violência do dinheiro e das promessinhas infames que compram passagem para mandatos eletivos.

E neles, a bandidagem, o peculato, a prevaricação, a concussão e a corrupção representam um verdadeiro desastre para a cidadania e para o planeta. Não é possível votar tendo como base somente a simpatia e a conversa bonita. O centro de discussão política que deve mover o eleitor precisa ir além. Hoje, por exemplo, o que mais interessa à humanidade, é eleger candidatos ligados na sustentabilidade dos ecossistemas. Não se pode admitir candidatos que aceitam, com naturalidade, derrubadas de árvores, assassinato de nascentes, construção urbana em penhascos, esgoto cloacal em sistemas pluviais, concentrações urbanas desestruturadas. O drama da humanidade a que se refere Fernando Almeida no início de seu livro “Os desafios da sustentabilidade, uma ruptura urgente” (Câmara Brasileira do Livro, SP, 2007, fls. 01) que principio a ler por sugestão de Frei Dionísio Recieri Morás, deve ser da conta de todos os candidatos e de todos os eleitores que votam neles: “a iminente falência da natureza em sua função de continuar provendo os serviços ambientais essenciais à nossa sobrevivência e a incapacidade dos atuais modelos de negócios para lidarem com a miséria.” Os eleitores precisam colocar à frente da máquina e da gestão pública candidatos preparados e profundamente compromissados com o meio ambiente, sob pena de se transformarem não só em vítimas da própria incapacidade de votar bem, mas em responsáveis diretos pela destruição da terra e pela safadeza na política.

Pensamento da semana: Doze são os meses do ano, doze são as horas que dividem o dia, doze são os discípulos de Jesus. Doze é o numero que governa o bem. Homenagens ao povo cristão do CRR - Centro de Restauração Renascer – por mais um ano em prol da sociedade concordiense.