quinta-feira, 8 de agosto de 2013

DUPLICAÇÃO DE ESTRADAS JÁ!



Cesar Techio
Economista – Advogado
                          
       O Produto Interno Bruto (PIB) é o melhor indicador de todas as riquezas (bens, produtos e serviços) que é produzida num determinado país, em cada ano. Portanto, também é indicador de quem possui maior capacidade econômica, e, na realidade, define quem tem mais poder de comando no mundo. Os dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) constatou em 2011 um PIB global de 69.659.625 milhões de USD (United States dólar) ou 69,659 trilhões de dólares. Deste total, 25,2% era da União Europeia; 21,6% dos Estados Unidos; 10,8% da China; 8,6% do Japão e 3,6% do Brasil, este que figurou como 6ª economia mundial, somente atrás da Alemanha com 5,1% e da França, com 3,9%. Todavia, Alemanha e França já se encontram incluídas no PIB da União Europeia, que na realidade funciona como um único país dentro de um sistema padronizado de comércio, agricultura, pesca e desenvolvimento, sustentado por uma moeda comum.

       Foi isso que expliquei a um amigo que retornou da Europa com sua esposa, depois de ouvir dele uma série de justas reclamações e indignadas informações sobre a diferença econômica, cultural e social entre o velho continente e o Brasil. Se queixou dos aeroportos, dos compromissos e obrigações que não se cumprem, da pontualidade ignorada pela maioria das pessoas, do jeitinho brasileiro e, principalmente do governo que não investe em novas estradas. A fabricação de veículos bateu recorde histórico neste ano de 2013,  com a produção de 1.739.941 unidades leves. No ano de 2012, a frota nacional atingiu 76.137.101 veículos, incluindo aí 31.410.701 veículos leves; 14.059.924 motocicletas e 30.666.476 caminhões, camionetas e ônibus (44% destes últimos era composta por veículos com mais de 20 anos e 20% tinham mais de 30 anos). Assim, disse ele, se a frota cresceu mais de trinta vezes nos últimos vinte anos, cadê as estradas?

       A qualidade de vida, repliquei, tem muito a ver com o PIB que o país produz. O fato de o Brasil ter ocupado a sexta posição na economia mundial (em 2012 passou para a sétima posição, com US$ 2,223 trilhões), não é significativo, comparativamente ao resto do mundo e, infelizmente, piora muito quando a gestão pública é ineficiente. E é tão ineficiente em nosso país, que,  mesmo diante do crescimento vertiginoso da frota de veículos, se deu pouca importância para a necessidade urgente de duplicação das estradas federais e mobilidade urbana. De 2002 a 2012, foi autorizado R$ 6,8 bilhões para investimentos em mobilidade urbana, porém apenas R$ 1,3 bilhão foi efetivamente aplicado, equivalente a 19,1%. Ou seja, o nosso sistema de gestão é tão ineficiente que, mesmo tendo recursos, ao invés de duplicar as estradas prefere encravar placas proibindo velocidade acima de 80 km/h, teto máximo para as carroças produzidas na década de 70. Diante do desânimo de meu amigo, encerrei esta conversa.

Pensamento da semana: “Espera de teu filho o que fizeste com teu pai.” Tales de Mileto