quarta-feira, 28 de outubro de 2015

CLÁUDIO VICTOR ROGGE: O EXEMPLO QUE VEM DE PIRATUBA






Cesar Techio - Economista – Advogado
                                 cesartechio@gmail.com

  Cláudio Victor Rogge, advogado, professor de história e de contabilidade, secretário municipal em diversas administrações, tabelião aposentado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, ex-vereador por duas legislaturas, ex-diretor da Companhia Hidromineral de Piratuba, e atual Diretor da Empresa Jornalística Comunidade, possui um curriculum impecável, construído por intensas e incansáveis atividades e ações em favor da comunidade piratubense. Uma de suas maiores preocupações e objetivos sempre foi o de preservar a história e a cultura da terra onde nasceu, de modo que, fruto de uma longa e minuciosa pesquisa, coleta de documentos e informações privadas e públicas, foi extremamente minucioso e feliz na edição de uma bibliografia ímpar e talvez única no país. 

  “Piratuba Terra Boa”, volume I, dedicada a Piratuba e em homenagem póstuma a seus pais, Alfredo Guilherme Rogge e Ivone Schoreder Rogge, é prova de sua extrema acuidade e carinho com informações fidedignas das origens da localidade que surgiu pelas mãos da empresa Brazil Development Company, subsidiária da Brasil Railway, que construiu a estrada de ferro São Paulo – Rio Grande.  Jesuíno Antonio de Oliveira e Joaquim Pinto (vulgo Lageano) foram os primeiros moradores vindos do Rio Grande do Sul, seguidos logo depois por Manoel de Oliveira, isto pelos idos de 1908 e 1910.

  Impressionante fotografia de 1910, às fls. 17, inicia uma riquíssima exposição fotográfica, recheada de informações detalhadas, que elevam a obra de 369 páginas, a se constituir num criterioso estudo de fontes documentais que oferece um panorama amplo das realizações do povo piratubense. São reproduções de mapas, quadros, culturas, encontros e momentos inesquecíveis de associações e instituições. Tudo como prova indelével da coragem, inteligência e espírito de luta dos desbravadores que se estendeu até os dias de hoje. 

   Mas, Cláudio Victor Rogge, incansável e persistente, logo lançou outro livro, “Piratuba Terra Boa” Volume II, 427 páginas. Em seu prólogo, explica o objetivo, o de “reunir textos que representam uma época de grandes mudanças que Piratuba sofreu nos anos 60, com o surgimento de nova oportunidade de progresso” (...) quando uma equipe da Petrobrás iniciou seus trabalhos de prospecção de petróleo na bacia do vale do Rio do Peixe.  A própria população passou a acreditar no turismo e, em 1968, o município passou à categoria de Estância Hidromineral, com um poço do qual jorrava água com 200 libras de pressão “um jato fantástico de água que trazia um forte odor de enxofre”.

  O grande feito de Cláudio Victor Rogge, sem dúvida foi o de perceber que a história de Piratuba apresenta obras e acontecimentos que não podem ser dissociados de seus criadores e fautores, por refletirem o impacto que até hoje provocam, como geradores de desenvolvimento, de paz e de harmonia social. O terceiro volume da trilogia irá em breve ao prelo, dedicado à Estrada de Ferro, motivo da colonização da Vila Rio do Peixe, obra que coroará um dos maiores trabalhos de pesquisa da história de um município brasileiro, jamais realizado no país. Com ela o autor não pretende trazer mera nostalgia, mas à tona a consciência de todo o passado de Piratuba no presente. O pretérito, no entender do magnífico Dr. Claudio Victor Rogge, constitui valioso manancial em que devemos abeberar-nos. A obra de sua lavra ministra-nos grandes lições para a caminhada rumo ao porvir. É o exemplo e a lição que ele nos lega.

Pensamento da semana: Parabéns Claudio Victor Rogge, pelo seu aniversário, que comemoramos na data de hoje.



Bom dia

Muito obrigado pela homenagem, carregada de palavras generosas
Faz parte da minha rotina, esperar nas manhãs das 4ªs feiras e dos sábados, a chegada do entregador de O Jornal.

Herdei de meu avô paterno o hábito da leitura de jornais, quando na década de 40/50 recebia os dois grandes jornais editados em Porto Alegre: Correio do Povo, que ainda existe mas num formato muito menor e o Diário de Notícias, que se transformou no Zero Hora.

Então, a leitura de O Jornal, entre outros e as revistas semanais, faz parte do meu dia e dia e qual não foi minha surpresa em ver estampada na página 2, aquilo que escreveste ao meu respeito. Guardarei com o maior carinho

Muito obrigado por suas palavras
Um abraço cordial e amigo
 
Claudio Victor Rogge

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

PRÉ-CANDIDATOS A PREFEITO: FALA SÉRIO?




Cesar Techio - Economista – Advogado
                                                                    cesartechio@gmail.com
  
                  Não parecem consistentes as manobras e ensaios pré-eleitorais a que se permitem supostos pré-candidatos a prefeito, buscando firmar posições através de discursos essencialmente inúteis, construídos dentro de uma constelação de interesses sem fundamentos republicanos. Ora, o que interessa realmente a população é que se trate de forma objetiva, inteligente e honesta dos problemas sociais e econômicos. Por trás da fachada política do fastioso blá blá blá, encenado como um relógio inconsequente a cada quatro anos, seria de esperar a apresentação de ideias que reconhecessem o que de bom já foi feito e garantias para a manutenção dos projetos em andamento, sem risco de que as grandes obras em favor do povo sofram interrupção de continuidade devido a arrogância e idiotice de algum prefeito eleito sem compromisso de Estado. No caso específico de Concórdia, o discurso de quem pensa o futuro deve ser cauteloso, ou no mínimo respeitoso, uma vez que o nível de exigência criado pela alta qualidade de gestão das administrações dos prefeitos Neodi Saretta e João Girardi, sempre experimentaram um alto grau de satisfação popular. Novos projetos são bem vindos, todavia respeitar o plano de desenvolvimento construído pelas lideranças representativas da comunidade (atualmente em andamento), vinculados ao plano “Concórdia 2030” é fundamental para quem quer ser levado a sério.  Leviandade é propor a destruição de um trabalho que, para quem quiser ver, mostrou um alto nível de excelência administrativa, inclusive servindo como referência para a maioria dos municípios brasileiros.
              Ao apresentarem “projetos”, os pré-candidatos a prefeito, assim como seus partidos políticos, possuem obrigação inderrogável de transcender as convenções demagógicas de querer impor-se criticando injustificada e levianamente o que vem sendo feito com o rigor da responsabilidade, da competência e do amor pelo nosso povo. O nível de exigência, acima referido, exige a verdade objetiva, distanciada de ilusões, mitos, enganos, promessas que não podem ser cumpridas. Todo o discurso de quem pretende substituir João Girardi, deve obrigatoriamente considerar como pano de fundo o orçamento público, sob as luzes da legislação pertinente, como o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); a Lei Orçamentária Anual (LOA) - que estima as receitas e autoriza as despesas do governo, de acordo com a previsão de arrecadação; a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei 8.429 que trata dos casos de improbidade Administrativa. Relativamente às estratégias, de eventuais projetos de desenvolvimento, é preciso apresentar dados concretos, justificativas, metodologia, fontes orçamentárias e objetivos; enfim é preciso mostrar um diagnóstico sério daquilo que se aponta como problema e o consequente prognóstico, ou seja, como resolver. Tudo sob o manto das leis acima apontadas.  Quem pretende ser o próximo prefeito, portanto, que tenha essa perspectiva nos seus discursos e propostas (fazendo o favor). É o mínimo que se espera de quem se acha capaz de substituir João Girardi e superar a excelência de sua gestão. 
Pensamento da semana: “Louvor com dor”, frase do Pastor Josivan Marques dos Santos, da Igreja Batista, no último sábado, por ocasião da partida para o céu, de um menino de 03 anos chamado Matheus.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

CONCÓRDIA, UM POVO QUE SABE TRABALHAR E SER FELIZ.








                      Cesar Techio  Economista – Advogado  cesartechio@gmail.com


                        É impressionante a maciça participação do povo em uma série de grandes eventos que estão mudando a forma de interagir e de se viver em Concórdia. Em agosto, sob o comando do superintendente da Fundação Municipal de Esportes de Concórdia, Vilmar Bentz, tivemos a segunda meia maratona com caminhada de 5 Km, aberta à população e a novidade, o 1º Revezamento Misto, também de 21 Km. A sexta edição da Feira do Livro teve a visitação de milhares de alunos e pessoas em geral que participaram da programação que contou com palestras, oficinas, contação de histórias, lançamento de livros, presença de escritores e livrarias, intervenções artísticas e literárias, mostras, show e entrega do prêmio Leitor Assíduo. Com o slogan “Prevenir é prioridade”, a Secretaria Municipal de Saúde, tendo a frente Alessandro Vernise, apoiado pela Diretora de Saúde Maria Cristina Berta, promove uma série de ações através do programa “Concórdia Saudável” dando destaque para o Outubro Rosa e o Novembro Azul, voltados à prevenção do câncer de mama e ao câncer de próstata, cujos diagnósticos precoces elevam a chance de cura. O Circuito Outubro Rosa, ocorrido neste sábado, foi simplesmente perfeito, com a participação de diversas entidades e empresas de Concórdia, em especial da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Concórdia, que tanto nos orgulha pela sua efetiva ação em favor das mulheres portadoras de câncer. A Edição de 2015 do Criança Feliz da Rádio Aliança, que se constitui no maior evento social neste área no Estado de Santa Catarina foi um espetáculo a parte, com atrações artísticas e diversas atividades recreativas oferecidas através do Sesc Concórdia. Todos estes grandes eventos aconteceram, com sol ou chuva, sob a maravilhosa Rua Coberta, aquela que alguns pretendem demolir para que se possa ver melhor a Câmara de Vereadores...



                       Não restam dúvidas de que a Rua Coberta passou a ser uma das obras de maior utilidade para o povo e para as instituições de Concórdia. Muitos municípios da região “colaram” o olho nesta fantástica obra arquitetônica para fazerem o mesmo. Outras grandes obras da Administração Girardi/Santhier vão redesenhando nosso município, como por exemplo, o asfalto do acesso ao Loteamento Sintrial - Quintino que foi oficialmente entregue à comunidade neste sábado, 10 de outubro, depois de uma longa caminhada ladeira acima com as pessoas da comunidade, lideranças e autoridades, tendo a frente o prefeito João Girardi e o vice Neuri Santhier. O Bairro Sintrial, encravado naquela bela paisagem, fruto de uma grande luta do sindicato Sintrial que buscou livrar o trabalhador do aluguel com a facilitação para a aquisição da casa própria, com projetos de residências multifacetadas (cada morador escolhe o local, cor, material, etc), agora conta com maior facilidade de locomoção, com asfalto de primeira qualidade.



                  Por fim, dentro do âmbito de uma sociedade organizada e próspera, chama a atenção o grande papel do SICOOB Transcredi, mola propulsora de vários investimentos na região, através do cooperativismo de crédito. Tendo na presidência Ana Rauber Balsan, a cooperativa festeja neste dia 15 de outubro, o dia internacional do cooperativismo, relembrando valores importantíssimos como a ajuda mútua, o pensar no próximo e o de se preocupar com o bem-estar social e econômico das comunidades. Enfim, todos estes grandes eventos demonstram a alta responsabilidade em fazer as coisas acontecerem em Concórdia por parte do setor público, empresarial, de instituições e associações as mais diversas e de organizações como o Sesc, Senai, Sesi, Senac. Por aqui o nosso povo sabe trabalhar, ser responsável e feliz.


Pensamento da semana: "A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo." Forrest C. Shaklee

sábado, 10 de outubro de 2015

ELEIÇÕES 2016: PARADIGMA SARETTA E GIRARDI


Cesar Techio - Economista – Advogado

    
         Em meio ao desemprego, inflação e gravíssima crise pela qual atravessa a sociedade brasileira, vamos nos aproximando das eleições municipais de 2016. O povo de Concórdia espera que se apresentem candidatos aptos a fazerem um governo equilibrado, sério, comprometido com a responsabilidade fiscal, com o equilíbrio das contas públicas, honesto, sério e operoso. Enfim, um candidato que não abra os cofres do município para a roubalheira, para licitações fraudulentas, desvios de conduta, obras mal feitas e que não faça da prefeitura a casa da sogra e do compadrio. O que interessa ao povo de Concórdia é que seja eleito um prefeito preparado, que conheça o que é um orçamento público e suas limitações; que não prometa o que não pode cumprir; que se preocupe com justiça social; que tenha como objetivo manter e ampliar as boas obras realizadas. O povo espera alguém que construa, edifique e garanta que a máquina pública seja instrumento de desenvolvimento e não de atraso.


       Neste passo, se o panorama de desespero no Brasil é desolador, a responsabilidade dos que têm nas mãos as decisões políticas e econômicas é imensa. Vale dizer que, em meio a grave conjuntura, administradores competentes, honestos e idealistas são absolutamente imprescindíveis para o alcance da justiça social nos municípios.  Neste contexto e na atmosfera da nossa realidade local, o modelo de gestão séria, competente e de trabalho implementada por Neodi Saretta, desde o primeiro ao último dia de mandato, passou a ser o paradigma de excelência exigida de todo o candidato a prefeito neste município de Concórdia. Ao entregar o cargo, em janeiro de 2009, deixou saldo em caixa de mais de seis milhões de reais; estoque de pneus para mais de um ano; medicamento para mais de três meses; máquinas em excelente estado; ruas com asfalto de qualidade e o povo realizado e agradecido. Sem deixar de ser rigoroso no trato da coisa pública e no cumprimento da palavra empenhada, carismático, inteligente, humilde e sempre bem humorado, Neodi Saretta deixou uma marca indelével na história do município. Ao fazer seu sucessor na pessoa de João Girardi, contribuiu para manter o nível de seriedade e de competência que ele implantou como norma elementar da administração pública. Com louvor, o atual prefeito intensificou as práticas de gestão inauguradas pelo antecessor. E fez mais. Planejou e projetou obras que deverão ser assumidas pelo futuro prefeito, como imprescindíveis para tornar realidade o desenvolvimento do município até 2030.

Enfim, o paradigma implantado em Concórdia foi o de prefeitos que se transformaram em reserva moral, em exemplos de bem administrar e conduzir a máquina pública. Mandatários que jamais se inclinaram a falcatruas, estultices ou politiquinhas de fundo de quintal. Neodi Saretta e João Girardi são exemplos de que é possível neste país, um cidadão honesto ingressar na política, conservando-se honesto, e sair dela aplaudido, tão limpo como quando entrou. O paradigma “Saretta” e “Girardi”, portanto, considera o fato de que nas próximas eleições municipais os eleitores deverão avaliar os candidatos, considerando o mesmo nível de honestidade, competência e de qualidade pessoal. Ninguém vai querer menos. O nível tem que ser daí pra cima.


Pensamento da semana: O mais competente não discute, domina a sua ciência, cala-se e trabalha. Voltaire

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

CANIS MAJORIS





Renato Maurício Basso

Andiamo fare uma passegiata, pero no molto píccola, breve, quiçá, para não se perder por aí.

A coisa é breve mesmo. Nos transportemos para fora do nosso sistema solar para compararmos o nosso pequeno sol com a maior estrela conhecida, a VY Canis Majoris, também conhecida como VY Cma, que fica a 5 mil anos-luz da Terra e tem 2,9 bilhões de quilômetros de diâmetro, porte 1.800 a 2.100 vezes maior que o nosso Sol. O diâmetro da superstar equivale a nove vezes a distância da Terra ao Sol! Mas pode haver astros ainda maiores, já que hoje se conhecem "apenas" 70 septilhões de estrelas no Universo. A VY Canis Majoris fica na constelação de Cão Maior, na Via Láctea, e ganhou o nome da mitologia grega. A constelação representava o cachorro de Órion, o caçador gigante. Apesar do tamanho descomunal da Cma, não é possível vê-la da Terra - ela está morrendo e despejando parte de sua massa em uma nebulosa que encobre nossa visão.

De lá, então, percebemos que o nosso pequeno sol é invisível, um grão no universo, e a Terra? Um nada, um átomo em órbita de outro átomo um pouco maior, um elétron, um próton, um núcleo, sei lá, mas coisa ínfima mesmo, quase um nada. Ao lado da VY Canis Majoris nosso sol nem aparece de tão minúsculo.

Como é, então, que uns miseráveis micróbios como nós, morando neste planeta, neste microscópico sistema solar, podemos estar dotados de um cérebro que pode abarcar essa loucura toda, pensar em inclusão em tudo isso? Quem somos? Qual a nossa função neste contexto inexplicável? Pensar grande sem ir à loucura não é para fracos, e é por isso que um bom vinho uma vez ou outra não faz mal, pelo contrário.

Mas não é verdade? O que é que esses bichinhos matreiros estão fazendo por aqui, procriando, construindo, brigando, se digladiando consigo mesmo, com seus semelhantes e adoecendo o planeta, seu lar? Estão no caminho da destruição se valendo do seu sistema cerebral arcaico, de uma energia que muitos chamam espírito, ou alma. Mas que valor tem para o universo a mente de um terráqueo, o seu espírito, a sua alma? Diante dessa imensidão toda, será que não tem uns espíritos mais energizados, com energia em maior quantidade do que no humano? Uns espíritos gigantes, um paradoxo? Quem somos para afirmar que a humanidade representa a única forma de vida pensante do universo? Que somos os únicos, ou até, os escolhidos pelo Criador? Que diferença fazem meus atos diante do universo? Não dá nem coceira.

Não dá para buscar entender tudo o que nos é mostrado se não temos uma boa base de conhecimento, e conhecimento para sustentar a compreensão do universo ainda não temos. Vamos deixar quieto, por enquanto, porque o micróbio pensante está entretido com outras prioridades, outros focos que lhe deem satisfação imediata e uma singela possibilidade de se manter no formigueiro, de matar suas necessidades biológicas e suas fantasias.

É de se perder, não é mesmo? Que encrenca! Em que enrascada essa maluquice pode nos enlear... Lembro do meu filho aos nove anos de idade me perguntando “Pai, o universo tem fim?” É aí que o bicho pega. Fiquei a ruminar uma resposta plausível na minha cabeça pensante e acho que demorei demais, porque não deu tempo para evitar uma segunda e não menos intrigante pergunta, “Porque se tiver fim, tem de estar dentro de alguma coisa, não é?” E lá veio a bomba H pra acabar de vez com minha perplexidade, “E essa outra coisa teria fim? Caso contrário estaria, também, dentro de outra coisa maior”... Pode parar meu filho, eu disse, isso ninguém explica, não se incomode por enquanto.

E aí “dois problemas se misturam: a verdade do Universo e a prestação que vai vencer”, não é mesmo?

Mas não é uma barbaridade a gente não poder entender as coisas? O vivente fica mais perdido que cachorro caído de caminhão de mudança, do que cusco em procissão.

E lá fui eu pra VY Canis Majoris meus amigos. De lá vi só coisa que nunca tinha visto antes, nada familiar, nada parecido com o que se vê em Brasília ou na Conchinchina, na Rússia ou na América Latina. Mas como eu dizia no início, o passeio tem que ser breve nessas horas, e, rapidamente, voltei à minha condição de micróbio, tendo que me encher o saco com aumento de gasolina, inflação alta, corrupção, impunidade, cara dura, falcatrua, violência e amargura. Como é que vou explicar essa porcaria toda? Esse micróbio filho-da-mãe pensa que é Deus, uns até se intitulam filhos dele, escolhidos por ele e tudo o mais. Como é que vou explicar que o homem precisa de regras para conviver em sociedade – outros até receberam umas tábuas, marmelo, chicote, holocaustos, dilúvios, êxodos, escravidão e peregrinações e não aprenderam nada -, se ninguém obedece as leis que estão aí? São os deuses da impunidade. Ninguém toca nos safados caras-de-pau.

Que enrascada hein? Mas volto, de leve, para Canis Majoris, só para aliviar minha mochila cheia de conceitos, preconceitos, raivas, frustrações (do ódio e da inveja tento me afastar o mais longe possível), da eventual soberba, do medo e da ignorância. Pronto! Acho que me sinto um pouco mais leve... então, de volta, já, para o teu mundinho insignificante, meu filho.

Vamos trabalhar com o que temos de palpável, senão complica tudo. Pois então, nós micróbios – que deveríamos ser macrobióticos e não matar animais para comer – e lá do fundo da plateia, meio na penumbra o cara grita “não abro mão do meu churrasco”, e eu concordo -, nós micróbios devoradores de outros micróbios e que somos devorados por ainda outros micróbios, precisamos nos organizar para manter a nossa colônia viva dentro do macrocosmo. É uma questão de sobrevivência gente. Uns micróbios aí, os do mal, estão bagunçando o coreto e a coisa não está andando conforme manda o figurino. Sabe aquelas amebas que moram no intestino? Essas mesmo, as que vivem na podridão, do estrume, se você não controla o número delas, acaba sendo por elas, e por outras, devorado. Vê como fica se tua imunidade vai abaixo de um índice razoável...É caixão na certa!

Gelo em Marte, diz a Viking, lembra dessa? Bem atual, não é? No entanto, não há galinha em meu quintal...

Mas que é difícil a tarefa de organizar a colônia humana, lá isso é uma grande verdade, ainda mais com essa bicharada toda querendo ganhar espaço, poder, dinheiro, idolatrias de toda sorte. E é em todo o lugar, em todo o aglomeramento. Moluscos, antas, metidos a parar em pé, sobre dois pés, vomitando impropérios de estelionatos e orgias em nome da justiça social...uma tristeza. Mais triste, porém, o admirável gado novo que os segue, ou o que é o cúmulo da desesperança, aqueles que assistem a tudo de forma passiva e covarde, esses são os piores. Nem Jeová, Jesus de Nazaré ou Maomé, são suficientes para controlar os ímpetos da humanidade, que falar de Buda (não o molusco), pastor ou pagé.

É amigo, viver não é fácil não. Ninguém se entende, estamos todos perdidos, todos em busca de uma explicação para tudo que é coisa e pouca coisa é explicada. Religar o ser ao transcendente? Mas será que algum dia já foi ligado a Isso? É engano em cima de engano e não é para menos que o pixuleco tem o número 171 no peito. O estelionato é o delito mais abundante no relacionamento humano, e está tudo bem. Que barbaridade, que pouca vergonha, que falta de brio e de capacidade para se indignar com a roubalheira que essas amebas estão a praticar,  autorizados pelo nosso voto. Giárdias vorazes. Vocês não irão muito longe, não irão tomar conta do organismo  todo, da sociedade toda. Serão punidos pela sua volúpia que nasceu das guerrilhas e nos porões, pela gula, por seu dolo. O seu voo é de galinha e seu destino é ciscar o chão em busca de vermes outros que é o seu alimento.

Aliás, que projeto social tinha um tal Guevara? Ops, o cara é fera, estão dando a escolas o nome dele. Menos. Cheirou uns talcos, fumou uns boa-noites fedorentos, saiu de uma aldeiazinha na Argentina e foi matar gente em florestas tropicais, enlouquecido pelo ópio vermelho. Qual era mesmo a sua proposta para as gerações futuras, para a educação, para a melhoria da sociedade? Nenhuma pessoal. Seu negócio era metralhadora e terror, nada mais, tudo para alcançar fama, um bolivarzinho de cuecas, libertador de arrotos e flatos com cheiro de enxofre do quinto dos infernos.

Que plano prático tem essa corja de protozoários para a evolução mental, ética, moral, da sociedade brasileira nesse pedaço de torrão desse grão de areia no cosmo? Precisa responder ou vocês tem a resposta bem na frente dos seus narizes, nos mensalões, petrolões, apedeutas e falastrões que infectam palácios planaltinos e repartições públicas no meio do nada? Até uma prefeitazinha metida a besta lá no interior do Maranhão (bem, lá tem escolas excelentes e bons professores sarnentos para ensiná-la), teve o topete de meter a mão na merenda escolar das criancinhas. Está tudo dominado, não é? Por quanto tempo ela irá ficar em cana Dias Toffoli? Como é primária, tem bons antecedentes, coisa e tal, tempo irrisório. E a farra continua com esses vermes fervilhando numa ebulição desenfreada dentro dos cofres públicos, sem que a sociedade conteste, berre, grite... a impunidade é uma droga!

Que mais se quer? Estão infiltrados no próprio Poder Judiciário, na sua mais alta Corte. Alerta vermelho pessoal! O paciente está ficando com sua imunidade muito baixa e pode ir a óbito. Vamos ministrar o remédio devido urgentemente antes que seja tarde demais. Temos bons médicos e creolina da boa para extirpar a bicheira.

Como é que iremos evoluir se não nos mostram o caminho certo, se não nos dão o exemplo de retidão, de postura correta? Bactérias e vírus não brigam entre si em suas colônias, ao contrário, procriam velozmente em ambiente favorável para manter sua espécie. Mas e o micróbio humano? Precisa de sacanagem na busca do poder e o brasileiro tem a lei de Gerson em prática desde mil e quinhentos. É, olhando lá de cima, de Canis Majoris, é tudo ninharia, mas como incomoda...

Em que universo estamos inseridos, hein meu filho? Será que tem fim? E eu que ia ser breve... Que micróbio pretensioso eu sou... Já pensou?