quarta-feira, 20 de outubro de 2010
"RELIGIÃO NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS"
Foto: Curitiba - PR (Passeio Público)
Cesar Techio - Economista –Advogado cesartechio@gmail.com
Se, os candidatos a presidente da república acreditam ou não na existência de Deus, isso é absolutamente irrelevante. Mesmo porque, até o diabo acredita. Tanto acredita que Lhe tentou tomar o lugar numa rebelião celeste, descrita na bíblia. Todavia, ao contrário do que alegou o protegido do presidente Lula, José Sarney, no sábado dia 16/10/2010, de que lamenta “que o problema da religião tenha aflorado nesta campanha, acho que, quando temos religião, participando da política, temos inevitavelmente um caminho que vai terminar no fanatismo”, os princípios cristãos devem necessariamente ser a base de toda a discussão política nesta reta final da campanha presidencial. Ocorre que o problema não se circunscreve a uma singela discussão religiosa. Mas a um questionamento sobre a práxis cristã de cada um dos candidatos. O que interessa, para eleger um bom presidente é aquilatar seu compromisso com a vida, com os princípios fundamentais da pessoa humana, com a democracia e com o respeito ao direito alheio, pois é isto o que mantém a dignidade de cada cidadão.
A resposta fundamental que pode nos ajudar a decidir corretamente em quem votar tem a ver com as práticas habituais de cada candidato no decorrer de toda sua vida pública. Principalmente em questões essenciais que digam respeito ao direito natural, aos princípios constitucionais, universais e cristãos. A pergunta do eleitor deve ser: Qual dos dois candidatos melhor demonstrou com todo o seu coração, alma, forças e entendimento, verdadeiro amor ao povo e aos direitos humanos? Conta Lucas, um dos apóstolos, que certo doutor da lei perguntou a Jesus, o que deveria fazer para herdar a vida eterna. Disse-lhe Jesus: Que está escrito na lei? Como lês tu? Respondeu-lhe ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Tornou-lhe Jesus: Respondeste bem. “Faze isso, e viverás.” Como se vê, na hora de votar não deve ser difícil escolher entre Dilma Roussef e José Serra. Basta observar qual dos dois, durante sua vida pública, foi coerente com o direito à vida.
E não adianta tentar, agora, na reta final da campanha, usar Deus como cabo eleitoral e o seu santo nome como slogan de uma prática nunca vivenciada, apostando alto na fé dos cristãos. Neste ponto, Pedro, o apóstolo, foi genial. Num recado que nos serve hoje, ele disse o seguinte: “Façam todo o possível para juntar a bondade à fé. À bondade juntem o conhecimento e ao conhecimento, o domínio próprio. Ao domínio próprio juntem a perseverança e à perseverança, a devoção a Deus. A essa devoção juntem a amizade cristã e à amizade cristã juntem o amor. Pois são essas as qualidades que vocês precisam ter. Se vocês as tiverem e fizerem com que elas aumentem, serão cada vez mais ativos e produzirão muita coisa boa (...). Mas quem não tem essas coisas é como um cego ou como alguém que enxerga pouco”. Por óbvio que José Sarney (até por seu histórico de acusações de corrupção) não tem moral para criticar os cristãos e afirmar que a religião descamba para o fanatismo quando questiona projetos políticos dos candidatos a presidência da república. E também está muito enganado, porque aposta em cristãos cheios de fé, mas ignorantes e atrasados. Por óbvio que discernimento, conhecimento e informação, nos dias atuais, caminham junto com a fé de todo bom cristão.
Pensamento: “O direito de nascer é o mais importante dos direitos humanos. Se o aborto não for debatido agora, durante as eleições presidenciais, vai ser debatido quando?”
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