quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

“ABAC: VOCE ACREDITA EM MILAGRES?”

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Em meio à opulência desta cidade, aportam seres humanos envolvidos com graves obstáculos econômicos e problemas sociais que requerem tratamento urgente, firme e digno, sob pena de violação a direitos humanos fundamentais. A solução da miséria humana exige o envolvimento de todas as instituições, principalmente das igrejas que precisam desenvolver uma vontade concorde e uma consciência de responsabilidade coletiva entre seus fiéis em favor dos grupos sociais mais pobres e marginalizados. Desde as primeiras comunidades cristãs, seguindo o exemplo de Jesus, a predileção de todas as igrejas obrigatoriamente deve ser pelos pobres, necessitados e desprotegidos da sociedade. Uma avaliação ética de nossa fé esbarra necessariamente em ações concretas de caridade, em práticas de justiça social, em vencer egoísmos. De boas intenções, o inferno está cheio. De fato, de que adianta orar dia e noite através de palavras, lamentações, louvores e se prostrar em constantes genuflexões, sem compromisso com a indulgência e a misericórdia? Aos sedizentes cristãos, que vivem nas igrejas, sem compromisso fraterno; aos que oram com os lábios e não com o coração; aos egoístas e orgulhosos que batem ponto nas igrejas, Jesus manda o seguinte recado: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas sim o que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse entrará no Reino dos Céus. Muitos me dirão, naquele dia: Senhor, Senhor, não é assim que profetizamos em teu nome, e em teu nome expelimos os demônios, e em teu nome obramos muitos prodígios? E eu então lhes direi, em voz bem inteligível: Pois eu nunca vos conheci; apartem-vos de mim, os que obrais a iniqüidade.”

O problema é que a graça da salvação tem uma única fórmula: a prática do amor e da caridade. Engajar-se numa comunidade cristã de amor ao próximo, como a Associação Beneficente Ágape de Concórdia, ABAC (um belíssimo exemplo entre outras instituições), emprestando-lhe tempo, amor e ajudando-a financeiramente para viabilizar sua intensa atividade “pro misero”, talvez seja a oportunidade para descobrir a verdadeira felicidade, o verdadeiro sentido de viver um autêntico cristianismo. Apesar da abençoada ajuda do Município de Concórdia, os recursos para manter a ABAC ainda são insuficientes devido a crescente demanda de atendimento. Sem ainda conseguir o título de entidade filantrópica, a alta carga tributária dessa exemplar instituição é alta, o que também inviabiliza doações em dinheiro de empresas e particulares que buscam abono fiscal. O Albergue da ABAC atendeu 150 pessoas no primeiro semestre de 2010, todas em situação de risco social, moradores de rua e pessoas de passagem pela cidade, sem condições financeiras para se estabelecerem. Para cada uma é feito, no mínimo, cinco atendimentos, desde banho, vestimentas, passagens, documentos, algum equipamento de extrema urgência e até inserção no mercado de trabalho. Desde 2002 a ABAC segue vivendo da fé e resgatando da extrema penúria centenas de seres humanos. Até o dia 15 de dezembro a ABAC precisa de um milagre para viabilizar sua existência em nosso meio, em torno de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para pagar cozinheira, assistente social, limpeza, alimentação, material de higiene pessoal, expediente, combustível, aluguel, luz, água, telefone e outros. “Dar um pouco do que tem ao que tem menos ainda, enriquece o coração e faz a alma ainda mais linda”. Ajude a Deus a fazer mais este milagre.


Pensamento da semana: A ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS SURDOS-APAS, promove no dia 11, sábado, BAZAR BENEFICIENTE com mercadorias apreendidas pela Receita Federal, nas antigas instalações da Loja Ponto Frio. Parabéns a IRMA CASAGRANDE por mais esta iniciativa.