Cesar Techio
Economista – Advogado
As últimas manifestações de ruas no
Brasil apresenta uma característica fundamental que a legitima. A de ser um
movimento da sociedade civil com absoluta rejeição da presença de partidos
políticos ou de lideranças políticas que queiram se aproveitar da mobilização
civil e do espaço público para aparecer, fazer política ou tirar vantagem. A
rejeição à corrupção no plano federal é fundamental e necessária, todavia, a
tentativa local de misturar a vagabundagem criminosa do “petrolão” com a
administração pública municipal de Concórdia, tirou o brilho de uma
manifestação que todos sabiam, não pertencia, como de fato não pertence, a
nenhum grupo político.
Não
resta dúvida de que numa
democracia precisamos aceitar a disputa e a convivência de projetos
políticos diferentes.
Todavia, a infiltração de políticos sob o argumento de participarem como
simples
cidadãos, quando sintomaticamente se postaram entre vistosas faixas que
desqualificavam antecipadamente adversários políticos, visando criar
polêmica para
as eleições do ano que vem, prejudicou o legítimo movimento da sociedade
civil
concordiense. Que vergonha! Não são ridículos, mas a eventual estratégia
foi
ridícula. Não são oportunistas, mas as faixas que provavelmente mandaram
fazer
e empunhar bem no início da passeata trouxe a falsa ideia de que é
possível
equiparar o governo municipal do prefeito João Girardi com a roubalheira
da Petrobras, na qual, aliás, estão envolvidos sete partidos políticos,
inclusive
os dos que caminharam junto com o povo concordiense no dia 16/08/2015:
os
governistas PT, PMDB, PP e PTB e os oposicionistas PSDB, SDD e PSB.
Ora, que se expludam os partidos
políticos, que possam ser responsabilizados por atos de corrupção e que se
possa até mesmo cancelar seus registros.
Fora Lula, fora Dilma. Mas também fora
políticos das manifestações de rua. E que a Lava Jato fulmine com penas
pesadas todos os larápios envolvidos. Porque o Brasil é muito maior do que os
partidos políticos. Assim como Concórdia também é maior do o PT, PMDB, PP, PTB,
PSDB, PSB ou de qualquer outro partido político. INeodi Saretta e João Girardi, assim como o vice-prefeito Neuri
Santhier, também sempre foram maiores do que o próprio partido, o PT. Estivessem em
qualquer outra agremiação política, mesmo assim teriam o respeito e a
credibilidade que souberam angariar com trabalho honesto, ético e competente ao
longo destes anos, em favor do povo concordiense. É muito fácil empunhar
cartazes para tentar enlamear a honradez de gente séria. O difícil é aprender
lições úteis, como a que magistralmente proferiu o digno Secretário de Estado Fábio Ferri, do PMDB, um político que
merece consideração pelo equilíbrio, maturidade e sadia liderança: “Divergir faz parte do processo
democrático, mas acima de tudo precisamos nos respeitar e pensar em Concórdia”.
Estas palavras foram proferidas por ele em frente ao Supermercado Zatt, no
Bairro Santa Cruz, durante a solenidade em que João Girardi e seu vice Neuri
Santhier, autorizaram o início das obras para duplicação da Rua Senador Attilio
Fontana a ser realizada pela empresa Dallagnol Engenharia Ltda. É destas
lideranças que precisamos.