quarta-feira, 20 de março de 2013

BONS JUIZES, QUANDO SE VÃO...





             Cesar Techio - Economista – Advogado
            
            Não existe hierarquia entre advogado e juiz. Todavia, entre os operadores do direito, nos quais os advogados se inserem como defensores e postulantes indispensáveis à realização da justiça, é comum a admiração pelo sacerdócio da magistratura, pelo exercício do poder estatal personificado em magistrados retos, imparciais e íntegros; de decidir conforme a  justiça, a razão e o direito.  Incorporados na toga da serenidade e do esforço por concretizar a equidade e o dar a cada pessoa o que lhe pertence, nossos juízes são esteio de esperança e patrimônio moral dos cidadãos deste país.

            É preciso consciência de que um juiz não pode, devido a sua intensa carga de trabalho, independência funcional e graves responsabilidades, viver de forma displicente no âmago das relações sociais. Por isso é dado a eles viver de forma circunspecta, embora jamais isolados das maiorias das preocupações sociais do nosso tempo. Este aparente isolamento lhes garante viver de forma plena o princípio da imparcialidade, pedra angular do edifício da justiça e do alto desempenho que lhes é exigido. Por isso é preciso fortalecer o Poder Judiciário, sob pena de menosprezar a própria democracia, o Estado de Direito, uma das instituições de maior credibilidade do Brasil.

            Ataques genéricos e infundados contra o Poder Judiciário, normalmente partem de criminosos que gozam de vasto poder econômico e político; de condenados por falcatruas contra o Estado Republicano e de arrogantes que tentam se colocar acima da lei e da justiça. E, não raras vezes, apoiados por ouvidos alienados pela ignorância e por interesses pessoais ou corporativos. Aos que tem olhos para ver e ouvidos para ouvir; aos que tem bom senso, o mínimo de inteligência e de juízo, não pairam dúvidas de que o Poder Judiciário se constitui numa sólida e robusta ilha de resistência moral e ética em meio ao mar de lama que assola o país e as instituições.

            Bandeira a tremular contra o poder econômico e a prepotência dos poderosos, o Poder Judiciário é responsório de esperança para todos os que têm sentimento de justiça. Magistrados de primeiro grau, espalhados pelas comarcas do imenso território nacional, fazem com que no tablado do judiciário todos sejam exatamente iguais; tanto o empresário quanto o seu empregado; o milionário quanto o pobre; o que manda quanto o que é mandado. Todos são nivelados pelo sagrado princípio constitucional da igualdade jurídica e da premissa maior, que é a lei. Frente a um bom juiz não existem grandes e pequenos, amigos ou inimigos, lindos, simpáticos ou chatos, senão, apenas o processo. Não apenas como um instrumento técnico, mas, no dizer da professora Ada Pellegrini Grinover, como um instrumento ético, profundamente influenciado por fatores históricos, sociológicos e políticos.  Bons e operosos juízes nunca se deixam intimidar. Ao contrário, sempre atendem bem a sociedade, porque o que lhes move são princípios éticos, bíblicos e legais. Bons juízes, como os magistrados Renato Maurício Basso e Rudson Marcos, que espelharam nesta comarca de Concórdia tudo o quanto aqui se afirmou, quando se vão...  Deixam saudades e eterna admiração.

Pensamento da semana: ”A humildade consiste em alegrar-nos com tudo o que nos leva a reconhecer o nosso nada”. Santo Inácio de Loyola.

Clube 29 de Julho


Cesar Techio
Economista – Advogado


                O biênio 2007/2008, em que estive à frente da presidência do Clube 29 de Julho, jamais será esquecido. Durante exatos 19 meses, vivemos uma história maravilhosa, com a participação ativa dos associados e da sociedade concordiense. Retornaram os tempos áureos em grande estilo, com o carnaval de salão infantil e adulto e com os famosos bailes de debutantes; abriram-se as portas do clube para bailes aos domingos a tarde e foi franqueado às instituições de caridade o espaço para que, sem qualquer ônus, pudessem promover seus projetos sociais em favor dos mais necessitados. A reconquista da sala de jogos, a reforma do salão social com novo tablado, a ampliação de espaço de apoio para grandes eventos no local onde ficava uma área externa, a implantação de uma cozinha moderna, entre outras melhorias, deram novos ares ao clube. E, o mais importante: um informativo, mensalmente batia à porta de cada associado prestando contas e convidando à participação das atividades do clube. No site  http://www.clube29dejulho.com.br, fotos, filmes e notícias atualizadas davam o tônus da transparência (atualmente as últimas fotos são de 2008/2009). Câmeras ao vivo acessavam o centro da cidade colaborando com a segurança, as festas mereciam destaque nos jornais e os convites para a comunidade participar faziam a alegria e o orgulho de um clube democrático, aberto e amigo do povo.

            Após muito tempo de silêncio sepulcral, sem qualquer informação ou prestação de contas em boletins periódicos, o Clube 29 de Julho finalmente tem nova chance de voltar a brilhar com a competência de um jovem advogado, proveniente de honrada família concordiense. Candidato à presidente, o colega Deivis Ayroso lidera uma chapa de pessoas competentes, cheias de entusiasmo, que amam o clube e que desejam reavivar os tempos áureos. Para isso pretende fazer voltar o carnaval de salão infantil e adulto; jantares regulares para todos os associados e não somente para a diretoria; o famoso baile de aniversário do município e o tradicional baile de réveillon, além de fazer mais participativo o baile de debutantes, minguado, rumo ao fim, nas últimas edições. A decisão de fazer uma gestão transparente, com informativos e prestação de contas trimestrais merece nosso apoio e aplauso. Parabens, enfim, ao Dr. Deivis Ayroso, Dr. Mario Afonso Kessler, Dr. Celso José Munaretto, Elio Antonio Rigotti, Tais Ines Roratto, Clauco Olavo Kessler, Olindo Aquiles Cassol, Nilo Hermes, Domingos de Carli, Erondina Dalfovo, Marivaldo Prazeres e Egídio Schrammel Filho (filho do saudoso Egídio Schrammel), pela bandeira de renovação que empunharam, sabendo que, da história do Clube 29 de Julho fica a lição de que é preciso fraternidade, compreensão, perdão e paciência, mas, acima de tudo, honestidade, lealdade estatutária e institucional e férrea vontade de servir e não de ser servido.

Pensamento da semana: ”Como se me afigura vil o mundo quando olho para o céu. Santo Inácio de Loyola