Cesar Techio
Advogado - Economista
O
juiz formulou idênticas perguntas à testemunha, sobre dois fatos e situações
análogas e contemporâneas, envolvendo dois irmãos em linha demarcatória
lindeira, recebendo respostas diferentes. Percebendo proposital enleio voltou a
perguntar se a testemunha possuía memória seletiva. Diante da resposta positiva
e calejado pelas lides forenses, em clima de inevitáveis sorrisos entre os
demais operadores do direito, estranhamente o magistrado fixou-me o olhar sem
esboçar qualquer reação e passou a conversar com o Promotor. De natureza
cordata e sempre bem humorada estranhei aquele olhar sereno e impassível. Por
isso, quase tenho certeza que ria por dentro. Volta e meia lembro-me do caso e
me assalta a dúvida: ele ria às escâncaras. Todavia, a questão não reside na
incongruência da resposta da testemunha, mas na ausência absurda, quase que
completa, de capacidade de discernimento, de atenção, reflexão, raciocínio,
entendimento e sensibilidade para perceber a extensão de uma proposição e às
relações lógicas que formam um argumento. Para treinar a mente e a capacidade
de pensar, nada melhor do que o tabuleiro do jogo de Xadrez. O xadrez ajuda na
concentração, no autocontrole e a refletir antes de agir. Basicamente é um jogo
de estratégias com efeitos comprovados no rendimento escolar.
Algum
treino no xadrez certamente evitaria que a testemunha afirmasse possuir memória
seletiva e o risco de ser processada por falso testemunho. Mas, o treino
sistemático atila a mente a vislumbrar resultados do próprio jogo muito antes
do seu final. Isto vale para todas as relações humanas, políticas e sociais.
Arlan Guiliani, o vereador que faz expediente integral na Câmara de Vereadores,
é um mestre no jogo do xadrez. Com extraordinária capacidade intelectiva busca
em estratégias éticas e produtivas construir uma ação política com resultados
voltados exclusivamente ao interesse do povo concordiense. Dentro deste
tabuleiro, que elege o interesse público acima do político, apraz-me constatar
que outros também pensam assim, como é o caso do vereador Tche Mendes, domador
de potros e apresentador de programas nativistas nas Rádios Aliança de
Concórdia, Catarinense de Joaçaba e na Rádio Erechim. Falando verdades no
estilo curto e grosso do gaúcho em seus programas de rádio,
na Câmara de Vereadores tem atuado de forma equilibrada e suas
decisões livres, corajosas, soberanas e inteligentes fazem a diferença entre a
governabilidade em favor do interesse público e eventual oposição desmedida. Ao
votar no segundo ano consecutivo pela reposição e aumento real
do funcionalismo público e ao decidir questões de suma importância
para a população, Tche Mendes aciona o cavalo que é a peça mais hábil e
dinâmica do xadrez. O cavalo se movimenta duas casas para frente ou para trás e
em seguida uma casa para a direita ou para a esquerda, ou duas casas para a
direita ou para a esquerda e em seguida uma casa para frente ou para trás. O
cavalo é a única peça do xadrez que pode pular outras peças e ganhar o jogo. E
engana-se quem pensa que Tche Mendes costuma brincar na política. Este jogo ele
só reserva para os seus programas de rádio.
Pensamento da semana: O Clube Concordiense de Xadrez completa trinta
anos de história e conquistas em Concórdia em exposição de peças raras de
propriedade de Arlan Guiliani, no Quiosque central da cidade. Xeque-mate.