terça-feira, 2 de dezembro de 2008

GESTÃO DE RISCO E ACIONISTAS: TRANSPARÊNCIA”

“ GESTÃO DE RISCO E ACIONISTAS: TRANSPARÊNCIA”

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com

Para as empresas em geral, o controle sobre flutuações de preço é impraticável, na medida em que estes são ditados pelas regras do mercado. Todavia, investir pesado na produção e em ativos, gera incertezas de modo que, os executivos de grandes empresas se sentem impulsionados a adotar estratégias de redução de risco. Estratégias, como por exemplo, do uso de contratos de longo prazo com preços fixados, da diversificação de negócios, do uso de contrato de seguro, da utilização de estoques e de contratos derivativos. Todos como forma de proteção contra variações de preço e flutuação de cambio.

No que tange a empresas de capital aberto, a Instrução Normativa (IN) nº 235/95 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) obriga a exposição em notas explicativas anexas às Demonstrações Financeiras e às Informações Trimestrais, de todas as informações sobre as decisões adotadas para a determinação da inserção da empresa nos mercados derivativos e conseqüentes riscos. Ou seja, existe a obrigatoriedade de que todas as transações com derivativos, dada a sua importância no contexto financeiro das empresas, sejam expostas de forma explicativa nas Demonstrações contábeis, com a finalidade de propiciar aos investidores plena consciência da exposição de riscos da empresa.

Por outro lado, sem riscos na esfera política, operacional, de liquidez e de crédito, muitas empresas se aventuram em contratos derivativos para se proteger da oscilação futura do dólar, cobrindo exposições de venda ao mercado externo. Para a agroindústria, por exemplo, o risco de mercado (ou risco de preço) atribuído à volatilidade do preço, especialmente para aquelas que possuem compradores certos no mercado internacional, não chega a ser significativo, a ponto de se optar por contratos de alto risco em operações de derivativos cambiais à longo prazo e a valores expressivos. No caso de uma conhecida empresa agroindustrial, por exemplo, se tem notícias de que: "Os contratos cobriam a exposição para vendas equivalentes a 12 meses de exportações, quando a política interna de proteção exige proteção para um valor de vendas relativas a apenas seis meses de exportação". (fonte: http://www.financialweb.com.br).

Não adentrando a juízos de valoração sobre o “estouro” que levou grandes empresas nacionais a perderem milhões de dólares no mercado de capitais, em prejuízo de seus parques produtivos, ingênuos acionistas, empregados, agregados e comunidade em geral, quedei-me, neste início de semana, a refletir sobre os mecanismos de proteção ao preço do suíno e do frango frente ao mercado consumidor e aos insumos necessários para criação e engorda, à disposição dos suinocultores e avicultores da nossa região. Não encontrei um. Se existem, fazem, parte de algum compêndio de economia secreto, nas mãos de algum estudioso ou de algum executivo com doutorado em economia, todos bem empregados em algum banco multinacional ou em alguma empresa de grande porte das grandes cidades do país. Enquanto isso, eles, os pequenos criadores... Sem compreender a genialidade dos “experts” em bolsas de futuro, a perversidade do mercado ou a lógica ou ilógica da Bolsa de Valores, sem quaisquer mecanismos de proteção contra os riscos de suas atividades de subsistência, apenas sentem-lhe os efeitos... Na pele, nas mãos calejadas de tanto trabalhar.

As razões econômicas para a existência de contratos derivativos, seu conceito, etc., podem ser encontrados num pedagógico artigo publicado “in” http://www.congressoeac.locaweb.com.br., intitulado: “Evidenciação de Derivativos nas Notas Explicativas das Demonstrações Contábeis de Empresas Brasileiras” de Paulo Roberto da Cunha e outros, da Universidade Regional de Blumenau – FURB, cuja leitura recomendo, por razões óbvias.

UMA BOA RECEITA MÉDICA

“UMA BOA RECEITA MÉDICA”

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com

E lá se vão três décadas do saudoso tempo de Seminário e trinta e três anos da morte de Frei Anselmo Hugo Schwitzer, nosso amado professor de Inglês, história e música. Reminiscências que estão de volta, num fabuloso e definitivo re-encontro com os tempos dos primeiros cristãos... Daí a lembrança de palavras que ficaram escritas em seu livreto de pregações, e que agora voltam a ressoar nas palavras eloqüentes, vivas e pedagógicas de Pastores, do cume dos púlpitos de todas as Igrejas que tem compromisso com a ética cristã e com uma sociedade de paz e retidão.

Vivemos num contexto onde a natureza humana dita que é mais fácil sermos maus. Temos uma tendência para bater, destruir, desobedecer. Vivemos em animosidade porque somos filhos das condições, dos hábitos adquiridos, da educação, das circunstancias e da hereditariedade, que moldam a personalidade como é e será sempre. Estamos todos sistematicamente sendo sistematizados pelos meios de comunicação que castram a criatividade. Encontramo-nos perdidos no barulho ensurdecedor das misérias que criamos e quando olhamos o tempo a nossa frente, tudo é densa escuridão. Não sabemos nem do próximo segundo da nossa vida. Deus em sua sábia providência assim o estabeleceu. Isto é bom. Mas nós temos um senhor para nos guiar e proteger. Ele conhece bem o caminho que esta diante de nós.

Precisamos confiar mais em Deus e a ele pertencemos. Diz o salmista (Salmos 37:5): “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais ele fará”. Por que nos sentir abandonados, tristes, ante as perseguições das nossas próprias fraquezas? “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mateus 28:20). Se o senhor anda conosco devemos viver em paz. Basta de brigas entre vocês. É passível de condenação aquele que lentamente mata seu irmão.

Alguém pode se perguntar: “como pode afirmar isso, se jamais matei alguém?” O apostolo João escreve: “... que nos amemos uns aos outros. Todo aquele que odeia seu irmão é assassino’(I Jo 3:11-15). Vocês agora se perguntam: “Mas não odeio ninguém.” Conforme a Bíblia a palavra “ódio” não somente significa uma forte emoção que leva a matar o semelhante, mas o ódio começa onde há indiferença, onde não há amor. “Amar”, significa aceitar o outro como ele é. Ajudá-lo quando precisa de auxilio. Se Jesus ama tanto o outro como a mim, também eu devo amar meu irmão. Se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é em nós aperfeiçoado’(I Jo 4:1-12). “Se alguém disser; Amo a Deus, e odiar seu irmão, é mentiroso.” (I Jo 5:1), e “Aquele que ama a seu irmão, permanece na luz”(I Jo 2:10).

Laurence Jones, professor, pregador negro no Mississipi, em 1918, quase foi injustamente linchado por um grupo de brancos exaltados. Quando perguntaram se odiava os homens que tentara matá-lo, respondeu que estava preocupado com a sua causa para ter tempo de odiar, muito absorvido em algo maior do ele próprio: “Não tenho tempo para briga nem lamentações... homem algum pode obrigar-me a descer tanto que possa odiá-lo”. Ao odiar nossos opositores, estamos dando-lhes poder sobre nós; poder sobre nossa saúde, nosso sono, nosso apetite, nossa felicidade. Se eles soubessem o quanto nos perturbam ficariam imensamente satisfeitos. Não vamos transformar nossas noites em infernos de insônia. Nosso ódio não lhes causa mal algum. Quando Cristo disse: “Não se turbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim” (Jo 14:1) ou “No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16:33), estava dando uma receita médica de como vivermos saudáveis e dispostos.