quinta-feira, 23 de abril de 2015

ESTÃO RASPANDO O TACHO




Por Jose Alberto Olmi - Advogado - Economista

Sempre que faltou recursos no caixa do Governo Federal o único meio utilizado para tapar o buraco foi aumentar os impostos. Só que chegou no limite da capacidade de contribuição do povo.

A maior carga tributária está sobre a produção e vendas. Assim, no final da história, quem paga a conta é sempre o consumidor, pois os impostos estão agregados no preço das mercadorias.

Com o último pacote de maldades, o governo pretendia arrecadar aproximadamente 22 bilhões. Se for aprovado será pesado para o bolso da população. Mesmo assim, pouco ou quase nada vai ajudar nos problemas de caixa do governo.Se o Planalto ao invés de aumentar os impostos resolvesse reduzir os gastos, sobrariam recursos com a possibilidade do Brasil sair do atoleiro em que se encontra.

Vejam só, mesmo ainda não tendo sido aprovados o aumento de impostos e as alterações na legislação trabalhista e previdenciária pretendidos pelo Governo, o pessoal do Congresso já está querendo antecipadamente “meter” a mão no dinheiro.

Em dezembro eles (deputados) reajustaram seus vencimentos em 26%. Durante a última grave dos caminhoneiros, aumentaram seus penduricalhos (verbas de gabinete, auxílio moradia, etc...) e até tentaram obter passagens aéreas para suas esposas.
Não tiveram a mínima consideração com os caminhoneiros que reclamavam do aumento dos combustíveis pelo fato da elevação dos impostos na época.

No meio desse turbilhão, eles agora querem um Shopping, com “cafés, lojas, agências bancárias, cabeleireiro, manicure, massagistas, praça de alimentação, estacionamento subterrâneo com mais de quatro mil vagas”. 

O projeto inclui a construção de um “Plenário alternativo” com 700 lugares. O novo empreendimento está prestes a ser construído pela Câmara em Brasília ao custo aproximado de R$ 1 bilhão. Mas 700 lugares para que, se a casa só dispõe de 513 deputados. Será que o passo seguinte será aumentar o número de “excelências” nas próximas eleições?
Mas são insaciáveis, nesse mês aprovaram projetos, que só com o reajuste dos vencimentos para os servidores da União, poderá atingir custos aproximados de R$ 3.600.000.000,00 (isso mesmo: R$ 3,6 bilhões).

Assim, no meio do esforço da equipe econômica para conseguir a aprovação do “ajuste fiscal”, os deputados e senadores estão aprovando propostas com elevado impacto econômico nos já minguados cofres da União. Os gastos extras que podem ser aprovados pelo Congresso representam 20% do que o governo espera economizar se as medidas pretendidas forem aprovadas.
Antes de entrar no feriado da Páscoa, o Congresso aprovou uma modificação em medida provisória enviada pelo governo, tratando da transposição para o quadro de pessoal da União dos servidores dos ex território (hoje Estados), de Rondônia, Amapá e Roraima.

Além disso, foi ampliado o número de aposentados que podem ser alcançados pela medida, compartilhamento de atribuições de auditores com fiscais, abrindo brecha para isonomia entre as carreiras, permitindo um reajuste que pode custar R$ 2 bilhões.
Na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara foi aprovado um projeto que reajusta os salários dos servidores do poder judiciário da União, cuja proposta previa um impacto de R$ 1,4 bilhões nos cofres públicos.

Tudo isso é só uma amostra do que está acontecendo, demonstra que lá em cima tudo é uma festa e deixa claro que existe atualmente dois “Brasil(s)”: O Brasil dos trabalhadores, empreendedores, aposentados, pensionistas e donas de casa, que lutam diariamente para sobreviver e que carregam nas costas o outro Brasil dos corruptos, beneficiários do sistema e que são mantidos pelos impostos pagos pelo primeiro Brasil.