quarta-feira, 18 de março de 2015

PT, PMDB, PP, PSDB, PTB: cadeia para os corruptos, mas sem generalizar.


Cesar Techio
Economista – Advogado
           
            Durante as eleições repeti sem parar que não adianta ir para a rua como um leão e depois votar como um jumento. Parece ofensivo, mas não é.  Os eleitores de todas as camadas sociais tiveram exaustivamente informações sobre os escândalos que já vinham aterrorizando o Brasil e, livremente, de forma consciente, resolveram, em sua maioria, eleger a presidente Dilma. Os que votaram contra foram para a rua neste dia 15/03/2015. Pelo menos foi isso o que disse o ministro Miguel Rossetto, da Secretária-geral da Presidência da República, depois de consultar sua tosca bolinha de cristal. O que não quer dizer nada, porque os que votaram contra também são cidadãos e o direito de se manifestar sem violência é sagrado neste país. Mas é óbvio que o ministro não tem bola de cristal e desafinou com a exposição do ministro da justiça José Eduardo Cardozo que, mesmo em meio ao panelaço nas capitais, conseguiu se fazer ouvir aqui na televisão de casa. Certamente precisamos ter responsabilidade Republicana, espírito de democracia e respeito pela Justiça.  Dilma é presidente, eleita democraticamente e, portanto, todos os cidadãos devem respeitar o resultado das urnas. É um equívoco desrespeitar as regras da democracia.

           Golpe, JAMAIS! Nem da direita, nem da esquerda. O modelo de governo que queremos tem como base a lei, a ética e a moralidade. Não admitimos corrupção. Por conta disso é necessário protestar e confiar no sistema jurídico, orando pelos bons, competentes e destemidos juízes do Brasil, pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal e pela própria Justiça.  Mas, por conta disso também precisamos entender o “Fora Dilma” como uma simples metáfora, de quem quer mudar o país. Pois é óbvio que gritar pelo impeachment não condiz (nem de longe) com o disposto na lei número 1.079 de 1950 que define os crimes de responsabilidade, visto inexistir quaisquer provas, diretas ou indiretas, que vincule a presidente ao assalto à Petrobras e, simplesmente, pressupor seu envolvimento é uma banalização imperdoável.

       Queremos a liberdade para apoiar publicamente a punição dos agentes políticos, empresários e parlamentares que receberam valores decorrentes do esquema criminoso, ou seja, dos que, respeitado o direito de ampla defesa e contraditório, sejam considerados culpados. Por isso, a presidente Dilma não está errada quando disse na segunda-feira, 16/03/2015, que tem “certeza de que o que nós queremos é um lugar em que todos possam exercer os seus direitos pacificamente sem ameaça às liberdades civis e políticas” e que (na condição de ex-presa do regime militar), "valeu a pena lutar por liberdade e democracia.”

           O PT é um partido como outros, que possuem milhões de filiados honestos, idealistas, corretos e trabalhadores em suas fileiras. Muitos se sentem humilhados e chocados com o que ocorre no próprio partido e no país. Aqui em Concórdia temos uma administração batalhadora, competente, afinada com a responsabilidade fiscal, de linha dura contra quaisquer desvios de gestão. Por isso, com todo o respeito, não dá para generalizar. Parlamentares e agentes públicos, envolvidos na roubalheira, filiados em vários partidos políticos da situação como da oposição (veja a lista de Janot e o título desta crônica), não representam a grande massa de filiados espalhados pelos municípios do imenso território nacional. Em muitas famílias eventualmente aparece uma mula manca. Por conta dela, afirmar que toda a récua é manca é tolice. Atribuir a responsabilidade pelo desvio de conduta de um filho à família, afirmado que toda ela não presta e não vale nada, é um tremendo equivoco.

Pensamento da semana:É, os brasileiros são muito espertos. Até que apareça uma urna de votação.” Renato Siqueira de Souza