sexta-feira, 5 de novembro de 2010

“LULA CABO ELEITORAL: USO DA MÁQUINA PÚBLICA?” (versão local)



Foto: Tema "Curitiba, amada. Uma rua chamada Petit...ruas de uma vida."

Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Que, o atentado ao direito à propriedade privada continua estampado no Programa Nacional dos Direitos Humanos forjado na Casa Civil aos tempos em que a presidente eleita Dilma Rousseff era ministra, há isso continua. Essa senhora, que governará (ou não) o país a partir de 2011, jamais concorreu a qualquer cargo eletivo em sua vida. Se me abstive de lhe comentar em tempos de eleição, foi para não incorrer num chato “bis in idem”, afinal, o povo brasileiro vinha sendo informado à exaustão sobre sua vidinha na guerrilha. Entretanto, deu para discorrer, e muito, sobre o “Senhor 83% de aprovação nacional Lula Lá”, amigo dos governantes do Irã, Venezuela, Cuba e outros paisinhos sanguinários, antidemocráticos, tipo escória da humanidade. Passada essa fase, não custa constatar que os partidos da situação local não ganharam. Perderam. E feio: Dilma naufragou de escafandro nas urnas e, por conta disso, a antipatia do prefeito chegou às raias da revolta. Esbravejou. Como se a derrota de sua candidata à presidência fosse um sinal de rejeição à sua própria pessoa e à administração municipal. Antipático porque tem dificuldade em receber em gabinete o povo, o qual nas ruas, de longe cumprimenta agitado. Antipático porque tem péssima memória e fica ansioso quando dá de cara com quem não embarca em sua canoa. Antipático, porque em aparições públicas vira caricatura e, neste ponto, as comparações com o seu predecessor são inevitáveis. Assim como sua candidata Dilma, eleito nas barbas do antecessor navega em mandato tampão e, salvo milagre, já pode ir se despedindo. Volta a disputar o cargo o ex-prefeito. Querem apostar?

Embalados na vitória da oposição nacional (dez governos estaduais, oito do PSDB, Paraná, São Paulo, Minas, Goiás, Tocantins, Alagoas, Pará e Roraima e dois do DEM, Santa Catarina e Rio Grande do Norte, com governo sobre 52,3% da população e bem mais da metade do PIB) a oposição da terrinha já começa a se agitar. Têm pré-candidatos a prefeito para todos os gostos (hehe), e em todos os partidos, partidinhos, grupinhos e grupelhos. E cada um puxando a carroça ao gosto do milho à frente. Interessante observar que o PMDB, oposição no município, elegeu o vice-presidente da república na turma do PT de Brasília. Fazer o que, né? Enfim, em que pese perdermos a oportunidade para elegermos José Serra, as eleições serviram para demonstrar que a oposição é forte, e que os imperativos morais discutidos durante a campanha são importantes e não podem ser ignorado pelo futuro governo. É claro que, as eleições ainda podem ser questionadas. Afinal a utilização da estrutura do estado, com Lula cabo eleitoral pró sua criatura, certamente desequilibrou o pleito. O tempo usado pelo presidente da república (eleito para governar o país e não para fazer campanha e propaganda política 24 horas por dia) tem matizes de indevido uso da máquina publica e cheiro de ato de improbidade administrativa. Por conta de sua forçada e abusiva atuação eleitoral, quem saiu menor da campanha foi ele mesmo e não José Serra. Sua onipresença no pleito demonstrou que, na realidade, quem ganhou as eleições foi ele e não sua invenção. Durante a campanha o “presidente cabo-eleitoral” teve mais ressentimentos do que metas e nada a inspirá-lo, a movê-lo, senão seu desatino no comando da estrutura governamental e o ódio à oposição. Fica no cargo mais dois meses. Depois, xô Lula! Vá para casa!

Pensamento da semana: “A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.” Carlos Drummond de Andrade