Cesar Techio
Advogado - Economista
Mentes primitivas investem muito no controle de tudo e de todos e ficam perturbadas quando alguém vai bem e quando algo dá certo. No dia 30/04/2014 a precipitação pluviométrica quase beirou os 200 ml. A Barragem de Contenção construída pelo Prefeito João Girardi salvou a cidade de mais um desastre. Isto é inquestionável. É claro que a derrubada de mata para a expansão de loteamentos à jusante e à montante da barragem, dentro da bacia hidrográfica do Rio dos Queimados, deve ser contida. Neste norte, enchentes continuam sendo fenômenos inteiramente previsíveis e, do quanto todo mundo sabe, evitáveis até certo limite. A nossa realidade topográfica não deixa dúvidas de que o Rio dos Queimados já foi rio. Não é mais, senão um canal de concreto para escoamento de águas pluviais. Daí a necessidade de percebermos que o rio transborda porque roubou-se-lhe grande parte do leito original, desviou-se-lhe o curso, obstruiu-se-lhe a passagem livre, derrubou-se-lhe as matas as suas margens, etc., por necessidade imperiosa do crescimento urbano numa região acidentada. Assim, segue firme a Administração Municipal no projeto do canal extravasor a latere do Rio dos Queimados, porque entende que não é suficiente conter a água, mas também em grandes precipitações viabilizar seu escoamento de forma segura.
Todavia, se um dilúvio se abatesse sobre esta cidade, num completo desastre climático, mesmo assim, algumas mentes presas a questões políticas e ao próprio umbigo tentariam buscar no prefeito municipal o culpado útil. Por isso, a enchente me fez refletir de como existem pessoas que buscam o tempo todo transferir responsabilidades e achar culpados. Isto é típico de mentes atrasadas. Pessoas assim fazem oposição mesmo quando não há fogo na casa (ou água). É da natureza destas mentes agirem com infantilidade, de forma ilógica e caótica. Egocêntricas acham que tudo gira em torno de suas cabeças e que somente elas têm razão. Pouco se importam com o esforço dos outros e com a realidade dos fatos, o negócio é criticar fortuitamente todo mundo, a começar pelos familiares, colegas e amigos.
Sair deste estado exige uma transformação radical. Friedrich Nietzsche no livro “Assim falou Zaratustra”, fala de como o espírito se torna camelo (ou burro). O “estado de camelo” tem a ver com mentes abestalhadas que andam vagando por aí carregando grandes fardos de amargura, negatividade e de incapacidade para avaliar algo positivo. O Camelo leva a carga até o deserto e luta contra ela, se transformando num leão. Na verdade luta contra suas próprias limitações, egoísmos e valores e, em vista disso, acontece uma transmutação da forma de avaliar o mundo. Extrai-se desta metáfora a lição de que, se não houver uma mudança que permita perceber as coisas boas que nos circundam e as qualidades das pessoas, as mentes primitivas continuarão letárgicas e, independentemente da posição econômica, social e intelectual, permanecerão como camelos, levando o peso da negatividade até o fim da vida. Se você se reconhece nesta história, mude de postura. Comece reconhecendo o mérito da vitória das pessoas que vivem ao seu lado.
Pensamento da semana: Apenas em torno de uma mulher que ama se pode formar uma família. Friedrich Schlegel. Parabéns queridas mães.