Cesar Techio – Economista
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É uma pena que as novas gerações não conheçam o verdadeiro carnaval, festa popular cheia de graça, humor, ironia e alegria. Atualmente o carnaval é explorado por grupos econômicos, em cujo meio afogam-se em bebidas alcoólicas, maconha, cocaína, crack e outras porcarias, a juventude, já sem espírito crítico. Aproveitei o tempo em que fui presidente do Clube 29 de Julho e fiz um carnaval maravilhoso, para adultos, para crianças e adolescentes. À noite, a festa foi para casais, incluindo os da terceira idade e, durante o dia a brincadeira foi voltada para a criançada. A bandinha do Egomar Simon com o famoso Cleo Ramos (in memorian) no saxofone fez do evento um tremendo sucesso, com nossa sociedade se divertindo de forma sadia e, com muita emoção. Deu para “matar a saudade”, com músicas como: Cabeleira do Zezé: “Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é, será que ele é. Será que ele é bossa nova, será que ele é Maomé. Parece que transviado, mas isso eu não sei se ele é. Corta o cabelo dele! Corta o cabelo dele!”; A Jardineira:“Ó jardineira porque estás tão triste. Mas o que foi que te aconteceu. Foi a Camélia que caio do galho, deu dois suspiros e depois morreu. Vem jardineira, vem meu amor. Não fiques triste que este mundo é todo seu, tu és muito mais bonita que a camélia que morreu”; Mamãe eu Quero: “Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar. Me dá a chupeta, me dá a chupeta. Dá a chupeta pro bebe não chorar; Marcha do Remador: “Se a canoa não virar olé, olé, olâ, eu chego lá”; Me dá um dinheiro aí: “Ei, você aí! Me dá um dinheiro aí! Me dá um dinheiro aí!. Não vai dar? Não vai dar não? Você vai ver a grande confusão. Que eu vou fazer...”; O Teu Cabelo Não Nega: “O teu cabelo não nega mulata. Porque és mulata na cor. Mas como a cor não pega mulata, mulata eu quero o teu amor”; Pirata da Perna de Pau: “Eu sou o pirata da perna de pau, de olho de vidro da cara de mau”; entre outras.
Conversando com o Eka Floriani e outros amigos, numa tarde destas, na ABC Piscina Clube, lembramos com muitas saudades, da nossa infância e adolescência, quando os carnavais se faziam com marchinhas, bandinhas, coretos, sempre circulando, em salões como o da SER Sadia, Associação dos Motoristas e Clube 29 de Julho. Naqueles tempos não havia preocupação, muito menos intervenção do judiciário ou ministério público, porque a mentalidade era bem outra e não existia adolescente “enchendo a cara”. Prova de que dá para se divertir no carnaval, sem precisar apelar. O Eka, muito emocionado me cedeu algumas fotografias daqueles bons carnavais. Numa delas, Marilena Bassegio e ele aparecem com os seguintes dizeres: “Esta é a borracha de apagar ideologias?”; “Como te chamas pequenina?”: “LIBERDADE”. Noutra fotografia, os membros do bloco surgem com os rostos pintados com as bandeiras dos países. Fernando Faccio adota a bandeira do Vietnam. Era a época da invasão americana àquele país. Ou seja, os carnavais carreavam bandeira ideológica, gerados por uma juventude consciente e politicamente esclarecida. E tudo isso em época de ditadura militar. O carnaval, enfim, era instrumento de diversão, mas também de crítica social. Que tal? Vejam no meu blog http://cesartechio.blogspot.com/. No ano que vem quem sabe organizamos um carnaval decente, à base de guaraná, coca-cola, água mineral, ki-suco, chá, suco de laranja, água tônica e, só para forçar mais um pouco, com chimarrão, de preferência marca da região. Se não der certo, pelo menos me diverti um montão, escrevendo esta crônica. Mas uma coisa ninguém pode negar. Que eram outros carnavais, há isso eram mesmo! Pensamento da semana: “Os amigos do Senador dizem que ele é um homem que se fez sozinho. Ninguém quer assumir a responsabilidade”. Millor Fernandes.
Em pé: Dr. Angelo Vieira Jr., Gilberto Pasqualon, José Brezolla, Jose Ricardo Floriani (Eka), Marcos Munaretto, Sergio Poy. Abaixo: Neguinho Vieira, Dr. Rodolpho Pedde Júnior
Marlis Cortiço, Jose Ricardo Floriani,(?), Jorge Hermes.
De pé comendo cachorro quente: Catito Maitto. Sentados de cima para baixo, sempre da direita para a esquerda: José Ricardo Floriani, Lia Strell, Deoclécio Hermes (Keko), Rubens Zanella (Chube), Bianchi, Jorge Cella, Ricardo Reginato, Jorge Hermes, Carlos Alberto Biezus, Ivan Zanini, Artemio de Souza.
Em pé, primeiro plano: Arno, guarda da SER SADIA nos carnavais, Gilson Bósio, Ivan Zanini, Jorge Hermes, Vitor Hugo Bassegio, Pedro Rossetto (atrás), Henry Biazus. Sentados: José Ricardo Floriani, Harry Gemelli, Paulinho Tramontini
1ª Foto: Vitor Hugo Bassegio, José Ricardo Floriani, Ivan Zanini (Motim), Jorge Hermes; 2º Foto: Jorge Hermes e Jose Ricardo Floriani;
Em pé 1º plano: Dr. Jose Bernardi; Em pé 2º plano: Adriana Bernardi, Almir Bassegio; Elisa Bernardi. De joelhos: Solange Gava e José Ricardo Floriani;
Dr. José Bernardi, Almir Bassegio, Adriana Bernardi, Elisa Bernardi, Solange Gava e Jose Ricardo Floriani (Eka);
Com a bandeira dos países, em pé: Vitor Hugo Bassegio (Suiça); Marcos Porth (Tchecoslováquia), Mauro Pinto Jr. (Israel), Odilon Faccio (Trenidad Tobago); Almir Bassegio (Austria ?). Sentados: Jorge Hermes ( Finlândia), Jose Ricardo Floriani (Japão), Paulo Garibotti (Itália), Fernando Faccio (Vietnam).
Jose Ricardo Floriani (marinheiro) e Ana Cristina Franklin de Brum (personagem de quadrinhos Bolota)
Jose Ricardo Floriani (Eka).Camisa com o seguinte dizer: “Esta é a borracha de apagar ideologias? e Marilena Bassegio com camisa com o dizer, “Como te chamas pequenina?", "LIBERDADE”. Ao lado Nádia Bassegio
O Professor José Ricardo Floriani (Eka) no dia 22/03/2011, a meu pedido vestiu as mesmas camisetas guardadas com carinho e saudades por mais de trinta e cinco anos.. Ele era o idealizador dos temas adotados nos carnavais, por seus inesquecíveis amigos (clique para ampliar)
Cleo Ramos.