domingo, 3 de maio de 2015

LULA, VOCE PERDEU A LIÇÃO DE JOSÉ MUJICA.



 
Cesar Techio
Economista – Advogado


             O  Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação com o prazo de 90 dias para concluir se o ex-presidente Luís Inácio da Silva cometeu crime de tráfico de influencia facilitando contratos do BNDES para empreiteiras como a Odebrecht, em valores pelo menos de US$ 4,1 bilhões. A reportagem da Revista Época, edição 882 de 1 de maio, da lavra dos jornalistas THIAGO BRONZATTO E FILIPE COUTINHO, repercutiu em jornais de todo o mundo, como o New York Times, Reuters, El País e Barron's e agora aqui, neste espaço. Um escândalo. Parte da reportagem, inclusive publicada na internet (http://epoca.globo.com/) observa que: “Nos últimos quatro anos, Lula viajou constantemente para cuidar de seus negócios. Os destinos foram basicamente os mesmos – de Cuba a Gana, passando por Angola e República Dominicana. A maioria das andanças de Lula foi bancada pela construtora Odebrecht, a campeã, de longe, de negócios bilionários com governos latino-americanos e africanos embalada por financiamentos do BNDES. No total, o banco financiou ao menos US$ 4,1 bilhões em projetos da Odebrecht em países como Gana, República Dominicana, Venezuela e Cuba durante os governos de Lula e Dilma.” A reportagem afirma que após deixar a presidência, através de um instituto em seu nome Lula “passou a fazer por fora (como ex-presidente) o que fazia por dentro (como presidente)” usando de seu prestigio para mobilizar líderes de países em favor do cliente, beneficiado em seguida com contratos governamentais lucrativos. Lula deu início a seu terceiro mandato. Tornou-se o lobista em chefe do Brasil.”   

            A Revista Veja da semana passada, edição 2423, também traz Lula na capa com o título: “Empreiteiro arrasta Lula para o meio do escândalo”, reportagem reproduzida na internet (http://veja.abril.com.br) informando que Léo Pinheiro, empreiteiro, contribuinte de campanhas eleitorais e amigo íntimo de Lula, em 2010, meses antes de terminar o mandato deste, aceitou uma encomenda de Lula para, “na boa”, reformar uma fazenda de sua propriedade. Pagamento em dinheiro vivo e fora dos padrões, foi feita uma super reforma.  Na capa da Veja, a ameaça: “Preso, Leo Pinheiro, da OAS, ameaça contar à Justiça o que sabe sobre o petróleo – e seu alvo é o ex-presidente.”

            Ou seja, assim não dá companheiro. Quem diria um operário que era a esperança do Brasil ser acusado de trair a confiança do povo que o elegeu e, muito provavelmente de milhões de idealistas e honrados filiados do seu partido? O que ninguém sabia é que, pelo que parece, ele gostava tanto de dinheiro. Não é por nada que o ex-presidente uruguaio José Mujica, ao deixar a presidência de seu país, afirmou que quem gosta muito de dinheiro deveria ser afastado da política: "Se misturamos a vontade de ter dinheiro com a política estamos fritos. Quem gosta muito de dinheiro tem que ser tirado da política. É preciso castigar essa pessoa porque ela gosta de dinheiro? Não. Ela tem que ir para o comércio, para a indústria, para onde se multiplica a riqueza".

            Luiz Inácio da Silva deveria ter apreendido com José Mujica, batizado pela mídia internacional como "o presidente mais pobre do mundo". Sobre esse adjetivo, em entrevista a Ignácio de los Reyes da BBC Brasil ele diz o seguinte: "Isso me preocupa bastante, me preocupa como anda o mundo. O que é que chama a atenção do mundo? Que eu viva com pouca coisa em uma casa simples, que ande com um carrinho velho. Essas são as novidades?" "Este mundo está louco porque se surpreende com coisas que são normais. Eu vivo como vive a maioria do meu povo. O normal na política teria que ser a minha forma de vida." 

Pensamento da semana: “O poder não muda as pessoas, só revelam quem realmente são.” Jose Mujica.