domingo, 18 de novembro de 2012

NOSTALGIA: Por onde anda sua crônica.

 Cesar Techio
Advogado - Economista.


Parti de Curitiba às sete horas da manhã. Como acordei às cinco e meia, fotografei a tímida aurora nascendo após uma noite de chuva, entremeio a selva de pedra. Entre dois edifícios, ao fundo, consegui vislumbrar a majestosa Serra do Mar. Fiquei nostálgico, recordando os tempos do vigésimo sexto andar do Edifício Rui Barbosa, na Praça Santos Andrade. De lá, o deslumbre da Serra do Mar ao amanhecer, era espetacular.

Numa sinaleira, da Avenida das Torres, intrigado com a Gazeta do Povo circulando um dia antes, no sábado, depois de convocar o jornaleiro entretido com a arrumação da pilha no gramado, comprei a edição de 18/11/2012:  “Põe ali na porta, cuidado para não amassar, que quero ver amanhã, quando chegar em casa”.  Depois de uma leitura sistemática,  pensativo com o conteúdo do editorial e com a coluna da Dora Kramer (Agencia Estado, página 18); logo adiante mais sereno com o “sarapatel de coruja”  do ministro Carlos Ayres Britto, o poeta sergipano que encantou o Brasil com a justiça “ suave” e “firme”, no dizer de Elio Gaspari, acabei desembocando na crônica “Nostalgia”.

Li e reli com vagar, assombrado diante das fotografias em torno da escrita, olho no olho com o Zézito, “no balcão de seu bar, na década de 1960”. Não conheci essa época de se viver em Curitiba, pois cheguei lá na segunda metade dos anos 70, mas seu rosto me parecia familiar. Talvez essa impressão, essa familiaridade, tenha a ver com a eterna democracia encravada nos bares das capitais e de todas as cidades e vielas do interior deste imenso país, como os daqui de Concórdia, de “gente contente e feliz” conforme ensina a canção.  Me emocionei ao fim da leitura. É como se por lá já tivesse passado, vivido e frequentado o bar do seu Zézito. Introspectivo, inspirado no frescor destes morros ondulados  pelo verde do final da tarde, fixo a fotografia, novamente, e sorvo mais alguns goles de cerveja que me parecem sair da garrafa do balcão do bar da década de 60, com seu Zézito ao fundo, cigarro na mão.  “Seu Zézito, quanto deu?” 

(A crônica “Nostalgia” é de Cid Destafani, publicado na Gazeta do Povo, com fotos da daquela década, página 20, sob epígrafe “Vida Pública”).


(continua...)

Desenvolvimento de Concórdia: é preciso mudar.



Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com.br 

                 Concepções pontuais sobre obras de infraestrutura, como as que foram apresentadas no livrinho Concórdia 2030, são positivas, porque demonstram preocupação sobre soluções urbanas, a exemplo de “Curitiba 2030”, fonte inspiradora para muitos municípios brasileiros, inclusive o nosso. De modo que a proposta para construir, por exemplo, um novo “Contorno Sul”, deve ser aplaudida, com sinceras homenagens ao vice-prefeito Neuri Santhier, mas com a sensação de minha parte, de insuficiência quanto à capacidade gerencial e de resultado efetivo  de um projeto global e estrutural de desenvolvimento para o quadriênio 2013/2016 e para os anos seguintes. O que precisamos, com a devida vênia, é aplicar um novo modelo à gestão pública, pois as que existem nos municípios são inspiradas no modelo capitalista, no qual o governo determina objetivos políticos e econômicos para o desenvolvimento com controle centralizado e muitas vezes com resultados pouco eficientes. Na realidade, os prefeitos brasileiros necessitam adquirir uma nova visão sobre a melhor forma de conduzir o processo de desenvolvimento em seus municípios. Durante as campanhas municipais o que mais se ouviu, foram críticas, queixas veementes e ataques à estagnação, normalmente gerada por ausência de recursos públicos, aliada à carência de ideias voltadas às soluções concretas para a melhora da qualidade de vida. Qualidade que não muda, sem aumento de recursos no bolso da população.

                 A Administração petista, em Concórdia, mais uma vez teve o voto de confiança da população e dos partidos coligados, afora o empenho pessoal de Neodi Saretta, (patrimônio moral da política concordiense), para divulgar a ideia de que o melhor ainda está por vir, na mesma linha do discurso de Barack Obama, vislumbrando ações no segundo mandato, no qual propõe a recuperação econômica de seu país. Mas, convenhamos, não é verdade que a oposição não assustou. Ao contrário, a ânsia por mudanças, principalmente na área de desenvolvimento, nos fez e faz respeitar todos àqueles que abraçaram esta causa, inclusive o candidato Cezar Luiz Pichetti. 

                 De forma que, é imprescindível que o comando do município adote um novo modelo administrativo para garantir um desenvolvimento permanente, sólido, eficaz e eficiente a curto, médio e longo prazo. A criação de autarquias e, principalmente de empresas mistas para a prestação de serviços públicos incluindo o desenvolvimento de projetos de estímulo à industrialização e consequente aumento de renda para todos os participantes, se constitui num primeiro e sério passo para uma mudança radical e sólida. Esta é a primeira sugestão, aqui ofertada de forma parcial e em síntese. Em segundo lugar, é imperioso afirmar, que a metodologia do modelo de gestão para a promoção do desenvolvimento de nosso município necessita de um impulso técnico, estrutural, fundamentado e de alto alcance, incrustado em uma nova forma de gerenciar.

Pensamento da semana: É preciso humildade, união e visão técnica.