terça-feira, 16 de abril de 2013

BÍBLIA: FAZE ISSO E VIVERÁS


  (Texto para publicação)
Cesar Techio
Economista – Advogado

                
Com a devida vênia,  monumentos à bíblia, inaugurados e encravados em praças de muitas cidades, instigam-me a certas obviedades.  A bíblia durará enquanto um único ser humano ainda estiver presente sobre a face da terra. Ela grita à consciência da humanidade palavras de vida eterna e adentra no âmago das almas como força transformadora.  Na base do Novo Testamento está o amor, lei fundamental a que se referia Santo Agostinho: “Ama e fazes o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos.”


Mas, o maior problema é que o ator principal da história, Jesus, anda completamente esquecido. Tomou-lhe o lugar vários projetos institucionais e pessoais, todos alienados à essência de sua mensagem.  Excepcionais monumentos a bíblia aberta em praças públicas, mostram a todos que lançarem um olhar sobre as suas letras, a nova lei que o Nazareno pregou em meio a uma velha e superada sociedade embalada pelo velho testamento. Ele fala de amor, de perdão e aceitação, mas ao perscrutar as linhas da bíblia muitos cristãos entendem, mas poucos vivem verdadeiramente a essência desta lei: “E eis que certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o intuito de pôr Jesus à prova e disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Então, Jesus lhe perguntou: Que está escrito na Lei? Como interpretas? A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Então, Jesus lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto e viverás” (Lc 10:25-37).

Não existem formas particulares, institucionais ou políticas de interpretação bíblica que possam desbordar desta lei, sob pena de a transformarmos num golpe contra o amor.  Ora, de que adiantam monumentos à bíblia encravados em praças públicas e todas as homenagens ao que ela contém, se suas palavras não estiverem também encravadas no coração? De que adiantam os princípios cristãos de que proclamamos sermos portadores se não os vivenciarmos na nossa vida pessoal e social? De sorte que monumentos à Bíblia, veem exortar para que vivamos firmes na fé. São eles chamamento para que sejamos amorosos, vivamos em harmonia e possamos dar o exemplo de que fala Tertuliano, em referência ao que diziam dos primeiros cristãos: “Vede como se amam entre si e como estão prontos a dar a vida uns pelos outros”. De fato, aceitarmos uns aos outros, pouco importando a denominação religiosa, é ordem bíblica a qual devemos obedecer sem argumentos: “Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros. Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando.(...) O que vos mando é que vos ameis uns aos outros. (Jo 13,35; Jo, 15;13 e 17).

Pensamento da semana: “Existem pessoas que amam o poder; outras têm o poder de amar.”