Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com.br
O jogo mais caro da história, o GTA V, que custou 265 milhões de
dólares, no qual nas cenas mais leves o jogador tem de atirar em policiais e
roubar inocentes e nas mais pesadas o sequestro e tortura, usando alicate para
extrair informações para encontrar e assassinar outra pessoa, entre outras
barbáries chegou às lojas e, segundo Felipe Vilicic e Victor Caputo (Veja, edição
2.340 de 25/09/2013) se consagrou como o produto de entretenimento de mais
rápido sucesso comercial da história. A contribuição destes jogos e desafios é
a de formar uma mentalidade belicosa, agressiva e uma humanidade opressora,
cujo preço a pagar é fácil de constatar pela monstruosidade que explode em
notícias televisivas diárias de um mundo que está mudando, para pior.
Os jogos
sangrentos, disponíveis na internet, são os mais virulentos destruidores de
cérebros e os mais perniciosos matadores dos ideais da juventude, porque deles,
ao contrário dos filmes, os jovens participam. Parece que a natureza humana tem
uma tendência para atitudes temerárias, incomodativas,
persecutórias, agressivas, e para participar de situações cuja meta sempre é a
de eliminar o adversário, sem maiores considerações a respeito das
consequências da violência fortuita que move o próprio jogo, fonte de sofrimento
e degradação pessoal.
A mentalidade dos criadores destes perversos jogos e dos
que deles participam, no fundo é a mesma da maioria dos que não possuem
compromisso com a racionalidade, com o exercício do pensamento e com o
questionamento sincero a respeito dos verdadeiros valores que levam à uma vida
justa, produtiva e feliz. Na realidade, todo o dia encontramos este tipo de
jogador pelo nosso caminho. Não é difícil reconhecê-los pelo perfil de
comportamento que apresentam, sempre em atitude conflituosa, prontos para
mentir utilizando o braço das instituições e da sutileza. Sem responsabilidade
ética, são verdadeiros monumentos humanos à ignorância, à injustiça e a
desgraça, na medida em que sugerem ataque permanente à paz social e aos princípios
e valores mais caros que regem a vida em sociedade. Convém, portanto, sermos
vigilantes, adquirirmos uma consciência pautada em valores perenes e, acima de
tudo, demonstrarmos para nós mesmos e para as novas gerações, que o jogo da
vida impõe outras regras: a da disciplina, esforço pessoal, cooperação, compaixão
e trabalho.
Pensamento da semana: A missão da Maçonaria é a de "fazer amigos, aperfeiçoar
suas vidas, dedicar-se às boas obras, promover a verdade e reconhecer seus
semelhantes como homens e irmãos".