Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com.br
Importar médicos estrangeiros, principalmente de Cuba, Bolívia, Argentina, Peru, Colômbia e Equador, países que possuem faculdades de medicina distantes da excelência acadêmica que se exige para a formação de bons profissionais, se constitui numa ofensa aos estudantes de medicina, suas família e ao povo brasileiro. Os médicos oriundos dos países mencionados são tão bons, que, dos 677 profissionais que se submeteram às provas teóricas e práticas exigidas para revalidação de diploma, em 2011, 88% foram reprovados. E, para piorar a situação da medicina no Brasil, a presidente Dilma Rousseff resolveu dar uma “canetada”, por odiosa Medida Provisória” (n° 621, de 8/07/2013 que institui o “Programa Mais Médicos”) e obrigar os estudantes de medicina, a partir de 1° de janeiro de 2015, assim que completarem o curso a trabalharem praticamente de graça para o SUS, caso pretenderem receber o diploma. A formação do médico abrangerá dois ciclos: O primeiro impõe o cumprimento de carga horária não inferior a sete mil e duzentas horas; o segundo obriga a treinamento em serviço, exclusivamente na atenção básica à saúde no âmbito do SUS, com duração mínima de dois anos. Este serviço obrigatório, gratuito, do segundo ciclo, não dispensará o estudante de medicina do estágio curricular obrigatório de treinamento em serviço supervisionado, em regime de internato (Residência), desenvolvido durante o primeiro ciclo do curso.
Com isso, a Presidente interviu de forma ditatorial e indevida na vida dos cidadãos, desqualificando de vez a medicina, na medida em que atrasará especializações, pós-graduações e doutorados. E suma: uma família que se sacrifica ao extremo para pagar em torno de 4 mil reais por mês para o filho se formar numa faculdade de medicina, se obrigará a vê-lo ingressar no inferno do SUS e atrasar sua qualificação e futuro por dois anos. É evidente que os estudantes vocacionados vão perder o interesse em seguir a carreira que lhe exigirá seis anos de estudo, mais dois de residência médica e mais dois anos de serviço gratuito. Mas para quem quiser se especializar, serão mais dois anos pela frente, ou seja, 6(curricular)+2(residência)+2( SUS)+2(especialização)=12 anos.
É óbvio que os brasileiros que pagam impostos e sofrem para se formar não aceitarão serem desclassificados e penalizados duplamente. Primeiro porque perdem oportunidade profissional em detrimento de estrangeiros e segundo porque serão atendidos por médicos formados em faculdades de segunda linha. A presidente Dilma Rousseff na medida em que acaba com um dos princípios constitucionais mais caros para os profissionais de todas as profissões, que é a liberdade do exercício profissional, assaca contra a liberdade dos cidadãos brasileiros de trabalharem onde bem quiserem e entenderem. Chega a ser uma aberração instituir serviço civil obrigatório aos recém-formados em medicina fundamentado na ideia de que é a sociedade quem contribuí para com a formação dos mesmos mediante financiamentos. Ora, os financiamentos são e serão pagos e não servem de justificativa para tolher a liberdade da profissão. Melhor seria pagar dignamente os médicos que trabalham no SUS e no interior do Brasil.
Pensamento da semana: “Quero ver alguém falar “a fila anda” na fila do SUS.”