Cesar Techio - Economista – Advogado
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Pregoeiros do voto certo, este é o ano dos candidatos aventureiros procurarem convencer eleitores, pobres, ignorantes, alienados, fáceis de convencer com tapinha aqui, churrasquinho ali, oratória inflamada acolá, de que seria até um insulto não votarem neles. Contando com a memória curta e o desespero das dificuldades do povo trabalhador, os lidadores de discursos fáceis transmudam-se em salvadores da pátria, insolentes e desenfreados pregadores de soluções para tudo. Ao largo da campanha, mentecaptos corruptos colocarão timbre no horário eleitoral gratuito, nos comícios animados por forte vapor etílico, de que não se deve dar atenção às “insinuações arbitrárias” da imprensa nacional sobre as falcatruas e roubos de suas quadrilhas, incrustadas no poder político.
Afinal, que “pasquim” é a revista “Veja” para publicar na capa da edição 2155 de 10/03/2010 que, “Caiu a casa do Tesoureiro do PT”? Que artiguinho é esse, de Lauro Jardim, de que Lula vai dar asilo ao terrorista Cesare Batista por “motivos humanitários” e que “a sorte de Battisti é ser um assassino de esquerda que tentou destruir com bombas uma democracia e, se fosse cubano, pacífico, e fizesse greve de fome contra a ditadura, morreria de fome e Lula ainda poria a culpa nele”?(pág. 64). Que bobagem é essa, de Ronaldo Soares, de que Anthony Garotinho (PR-RJ) tem uma “trajetória pública marcada pelo populismo, por práticas fraudulentas e até por um processo em que responde por formação de quadrilha armada”? (pág. 77). Que calúnia é essa, de Gustavo Ribeiro, de que “Arruda usava e abusava dos métodos ortodoxos empregados pela politicagem tradicional”, de que “são impressionantes 4.500 empregos, que iam das funções mais subalternas à direção de estatais” e que “o fracionamento do estado entre os aliados do governador preso beneficiava empresários, presidentes de partido, senadores, deputados federais e dezenove dos 24 deputados distritais, incluindo seus suplentes.”? (pág.79).
Ao largo da campanha eleitoral, a má fé habitual de fazer desacreditar os meios de comunicação que se empenham contra o dogmatismo da ignorância, vai degradar a consciência crítica do eleitor despreparado. Por conta disso, o cidadão manter-se-á hostil em participar da política ativamente, em buscar informações sobre seu candidato, em filiar-se a partidos políticos para fazê-los crescer na ética, na honestidade e nos ideais democráticos. Por culpa da preguiça, das suscetibilidades pessoais, imprudentes e caprichosos eleitores, que poderiam fazer a diferença, enojados não se engajam e se omitem. Qualquer desculpa lhes serve de justificativa para não lerem jornais, revistas, verem telejornais que denunciam inconfessáveis, espantosos e temerários crimes cometidos por políticos e gestores públicos. Vítimas da própria fatuidade e dispostos a transigir e acomodarem-se, eleitores partem para as urnas desviados do travo amargo da realidade que a imprensa registra diuturnamente.
Não existe jornal ou jornalista, revista Veja, Folha de São Paulo ou jornais combativos, como este que publica minhas cronicas, que consegue travar eleitores imprudentes. Olvidam das informações da imprensa, se quedam inertes na indolência, negligenciam o ensino dos valores intrínsecos a ética, moral e amor ao próximo, tão bem lhes assoprado aos ouvidos pelas Igrejas e escolas. Em resumo, eleitores irresponsáveis, convidados à valsa, “diabolus in musica”, da alienação e da afronta ao bom senso, fazem a festa dos políticos vadios, quadrilheiros e ladrões. E depois se queixam. Mas, sempre é bom lembrar que, quem vota em bandido eufemizado de bom político, bom eleitor não é.
Pensamento da semana: "O sucesso não é o final e o fracasso não é fatal: o que conta é a coragem para seguir em frente e o amor que nos une”. Winston Churchill emendado pelo autor.