quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

”JUVENTUDE DE OURO: UMA CONVERSA COM OS PAIS”.

Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Todo o radicalismo, fanatismo e intransigência levam a infelicidade. O perdão, a compreensão, aceitação e respeito pelos nossos filhos, pelas suas individualidades e privacidades, podem nos levar a conquistá-los e a tê-los sempre perto do nosso coração. Não serão os amigos, a igreja, a sociedade, os clubes ou os vizinhos que estarão ao nosso lado nas horas mais difíceis, nas dificuldades financeiras, na doença e na velhice, ou que cuidarão de nossa higiene em eventual incontinência fecal e urinária. Serão os nossos filhos, gerados pelo nosso amor e formados pela nossa compreensão, amizade e companheirismo, os únicos que nos assistirão. Por isso, o amor por eles deve ser derramado, não só na fase infantil, mas também na adolescência e durante a vida adulta. Você tem vergonha de abraçar e beijar o seu filho, só porque ele se tornou um rapaz, cresceu e não é mais uma criançinha? Querer impor na marra, nossas crenças, nosso estilo de vida, mesmo que por amor, é uma insanidade, uma loucura imperdoável. Julgar, condenar e fazer sofrer nossos amados, por convicções religiosas, morais, preconceitos ou medos, pode ter um preço elevado, mais tarde.

Nossos filhos vivem no mundo e isola-los da realidade pode aliená-los. Abracem, amem, apóiem, dialoguem, aceitem as diferenças. E, mesmo na insônia, quando eles saem para a balada, demonstrem confiança neles. Não os deixem perder a identidade juvenil. O tempo da juventude é um só. Quantos arruínam essa etapa, única e maravilhosa, por intransigência dos pais e, depois, na fase adulta, quando “livres”, não conseguem assumir responsabilidades e passam a agir de forma inconseqüente? O que significa abandonar-se no Senhor, senão tranqüilizar-se, confiar na providência divina nas questões que superam nossas forças? Nossos jovens são muito mais inteligentes dos da geração pretérita. Eles possuem maior capacidade de discernimento e sabem filtrar o que ouvem, escutam e vêem. Eles são muito mais seletivos.

Só porque se divertem, não significa que se perderam no mundo. Respeito é via de duas mãos. Infelizmente damos muito mais importância para os bens materiais, para a opinião dos outros e para a fofoca dos vizinhos, do que para nossa família. Quando um filho quebra um prato, um copo ou algum objeto, qual a nossa reação imediata? Vivemos e morremos de punhos fechados, segurando e agarrando, miseravelmente, as coisas. Para que servem os bens, senão para nos servir? Mais cedo ou mais tarde teremos que enfrentar essa situação e quanto antes melhor, pois se você adiar esse amor, depois será tarde demais. Os filhos crescem e se vão. E você ficará amargo e sozinho. O tempo nesta terra é limitado e confinado a algumas etapas pelas quais passamos, achando que os nossos bens, nossas idéias, nosso corpo, somos nós mesmos. Identificamo-nos com o nosso ego e vivemos tensos, rejeitando as novas idéias e a energia que se move em nossos filhos. Temos dificuldade em ceder lugar para os que nos sucederão. Mas, a única maneira de vivermos felizes em família é saltar para fora das nossas imposições, dos nossos egoísmos e darmos boas vindas para uma amizade autêntica. Ou será que só conseguimos ser amigos dos estranhos? Não tenha orgulho. Comece a aceitar o seu filho, suas idéias, esperanças e alegrias. Beije-o. Converse. Peça desculpas. Comece a tratar a relação com ele como uma celebração, uma benção divina. E, sem perceber, você vai começar a receber muitas dádivas. A primeira é a de ter ao seu lado, um amigo de verdade.

Pensamento da semana: Agradeça o corpo que Deus lhe deu, trabalhando, orando, mas também comendo, bebendo e dançando. Relaxe. Deixe de ser chato e festeje a vida terrena. É a única forma de mostrar gratidão”.