quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

”CANDIDATO CORRUPTO E SENSO CRÍTICO”

Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

As nossas estruturas de ensino básico, médio e universitário deveriam obrigatoriamente adotar nas grades curriculares (de todos os cursos) a disciplina de filosofia. Não só as escolas, mas também as igrejas, os meios de comunicação e todas as instituições envolvidas com a educação e a superação do ser humano, enquanto agentes de transformação social, possuem a obrigação de colaborar de forma efetiva para que todas as pessoas sejam dotadas de senso crítico. O senso crítico ajuda a superar as concepções ingênuas, superficiais e enganosas, forjadas, por exemplo, pela propaganda eleitoral em época de eleição. Assim, diante de candidaturas espúrias, de candidatos falastrões, embusteiros, que pregam nas campanhas uma coisa, mas que depois na vida pública, enquanto senadores, deputados, vereadores e prefeitos vivem outra, o eleitor dotado de uma consciência reflexiva terá capacidade para pensar corretamente e para votar de forma irrepreensível, íntegra e digna.

Há desesperada necessidade de que o eleitor busque inquirir a vida do candidato, observando se o que lhe é dito por ele é sério, preciso e coerente. O segredo é não se deixar levar pela emoção de um discurso proferido aos gritos. Analisar com cuidado o que está sendo dito pelo candidato pode levar o eleitor à conclusão de que o discurso não tem conteúdo, não tem rigor nem alcance, é indefinido, possui conceitos vagos e vazios. Um escrachado blá blá blá tipo besteirol, conversa fiada para boi dormir. Além disso, é preciso analisar se o discurso não possui conceitos contraditórios, que se anulam em termos lógicos. É fácil perceber quando o candidato pula de um assunto para outro, proferindo conceitos soltos, sem nexo e irrelevantes, que não absorvem de forma correta e sistemática o assunto proposto.

Todavia, o mais importante é investigar a coerência ou incoerência daquilo que o candidato já disse no passado e se suas afirmações estão associadas ou não à sua prática no Senado Federal, na Câmara dos Deputados, na Câmara dos Vereadores, na Assembléia Legislativa e no Executivo. Hoje em dia é muito fácil checar se o candidato é coerente, honesto, sério, ou se trata-se de um sofista, enganador. Basta colocar o nome dele em qualquer buscador da internet e ler as informações de mídia. Os principais jornais do Brasil, por Estado, estão disponíveis na rede mundial de computadores. Se o eleitor não possui computador, peça ao vizinho, filho, amigo ou colega para que acesse a internet e retire o “curriculum” do candidato em quem ele pretende votar. Depois é só ler com cuidado e senso crítico. Publicações sobre falcatruas, subornos, desvio de conduta dos candidatos que neste ano aparecerão com discursos fortes, emotivos e preparados para enganar os ingênuos eleitores também podem ser encontradas via web junto aos Tribunais de Justiça de cada Estado, na Justiça Federal e na Justiça Eleitoral. Listas de candidatos com ficha criminal são facilmente acessíveis. Informações sobre coligações, conchavos, apoios oportunistas, golpes e mentiras da escória da política nacional estão disponíveis na internet para todo eleitor inteligente que pretende votar corretamente.

Pensamento da semana: "A corrupção, em certo sentido, é produto da forma de vida de uma sociedade aquisitiva, onde domina o dinheiro e onde as pessoas são julgadas pelo que possuem e não pelo que são." (Peter H. Odegard).