quarta-feira, 8 de abril de 2009

"SADIA. NOSSA EMPRESA, NOSSA VIDA"

SADIA. NOSSA EMPRESA, NOSSA VIDA”

Cesar Techio

Economista – Advogado

cesartechio@Yahoo.com.br

No transpor da década de 70 para 80, a linguagem de programação estruturada
Pascal foi a adotada para a projeção da economia paranaense para os
próximos dez anos, numa proposta acadêmica da disciplina de econometria. Era
o tempo da Texas Instrumental 51 e os cálculos eram quase manuais, com
perfuração de cartões para leitura do enorme computador da UFPR. Guardei o
trabalho do Curso de Economia e nele a série histórica de dados, as
variáveis endógenas e exógenas e a projeção para produção agrícola para a
década seguinte, com uma mínima margem de erro. Estudos similares, com a
tecnologia atual são fáceis de desenvolver, de forma que fico estupefato
diante das dificuldades das empresas em investir na contratação de bons
economistas para o desenvolvimento de pesquisas similares e de controle
financeiro, fundamentais para a adoção de estratégias empresariais a médio e
longo prazo.

Um bom departamento de estudos econômicos recomendaria, diante da
volatilidade do mercado de ações, concentração de esforços e investimentos,
exclusivamente dentro da atividade de origem da empresa, privilegiando a
vocação natural para a qual foi criada. Conjugando-se o modelo empresarial
originário às estimativas de investimentos dentro da mesma matriz de
produção, a conquista de solidez e segurança permanente deve ser um objetivo
que não pode ser desprezado. Neste contexto, uma visão incessante e
contínua voltada para as perspectivas dos fundadores deve acompanhar de
forma reflexiva e comprometida as decisões dos atuais administradores, sobre
os próximos passos, investimentos e estratégias. As projeções pessoais dos
fundadores, mais do que simples cálculos em busca de lucro, contemplavam um
especial cuidado para com a minimização dos riscos. Insisto, a implantação
de um bom departamento de economia interno é decisivo para o controle
financeiro e para que os investimentos sejam seguros. De nada adianta um
super controle da atividade operacional sem um eficaz sistema que impeça
perdas. Acresce a isso, diante da atual crise, o fato de que um departamento
de pesquisa, comandado por economistas, apontaria para esforços no sentido
de não se permitir a desnacionalização de empresas genuinamente brasileiras.
A empresa Sadia e Perdigão, face o empobrecimento causado por erros de
perspectivas que podem comprometer suas próprias sobrevivências, deveriam
concretizar, de uma vez por todas, a união, o que as permitiria sobreviver
como a maior empresa do gênero do mundo. Para viabilizar o negócio, o
governo teria a obrigação moral de ingressar com todo o dinheiro necessário
para capitalizar estas empresas, inclusive se associado a elas se
necessário. Basta considerar que agroindústrias, segundo Roque Lauschner
(“Agroindústria como Fator de Fortalecimento do Setor Rural”) são as que
mais agregam valor aos produtos, mais geram empregos, impostos e
desenvolvimento humano. Ou será que o dinheiro do Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT), via BNDES, somente serve para financiar o pagamento de
multas por trabalho degradante de usinas de açúcar? Ou para salvar bancos
falidos, como ocorreu no passado? *Pensamento da semana: **“A Sadia é a
alma e a vida de Concórdia. O município cresceu e se desenvolveu graças a
ela e ao seu fundador.” Nesta Páscoa peçamos a Deus pela superação rápida e
plena desta empresa