Cesar
Techio - Economista – Advogado
O presidente francês François Hollande, na abertura da Conferência
Mundial do Clima, a COP-21, em Paris, nesta segunda feira, conclamou a
humanidade sobre a urgência do tempo e da última oportunidade para tentar
salvar o planeta, alertando as autoridades mundiais sobre a necessidade de
darem a mesma atenção, tanto aos combates contra o terrorismo, quanto à luta
para combater o aquecimento global. O presidente francês lembrou aos 195 países
representados na conferência, que o clima tem forte influência em
instabilidades políticas que podem levar a conflitos: "As mudanças climáticas trarão conflitos
assim como as nuvens trazem tempestades. Estados correm o risco de não
conseguir mais prover as necessidades básicas de suas populações, com o risco
de surtos de fome, êxodo rural e conflitos por um recurso cada vez mais
escasso: a água”
O Secretário
Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou ser necessário um acordo universal
significativo cujo sucesso depende de quatro critérios: O primeiro é que o
acordo seja ser duradouro, mandando um sinal claro aos mercados de que é
inevitável uma transformação econômica global ligada a baixas emissões de gases
que causam o efeito estufa. O segundo está vinculado ao dinamismo do acordo,
que precisa acomodar mudanças na economia global, com um balanço entre liderança
dos países desenvolvidos e maior responsabilidade das nações em
desenvolvimento. O terceiro exige um acordo que inclua solidariedade com os
mais pobres e vulneráveis e o quarto inclui a credibilidade.
O
presidente dos EUA, Barack Obama, deu o tom da urgência e do drama que a
humanidade está vivendo: "Acredito nas palavras de Martin Luther King
Junior, de que existe uma hora em que é tarde demais. Na questão das mudanças
climáticas, estamos quase em cima da hora. Somos a primeira geração a sentir os
efeitos das mudanças climáticas e a última que pode fazer algo a esse respeito.
Nenhuma nação, grande ou pequena, rica ou pobre, está imune ao que isso
significa". Obama foi enfático ao afirmar as consequências da inércia: "Países
submersos, cidades abandonadas, campos que já não crescem mais. Distúrbios
políticos que desencadeiam novos conflitos, deixando mais pessoas desesperadas
que buscam abrigo em nações que não são delas".
A
realidade é que as florestas de todo o mundo, assim como as algas marinhas e de
água doce, estão desaparecendo e são elas que fornecem o oxigênio que
respiramos. A acumulação de dióxido de carbono na atmosfera já é sentido em
todos os lugares da terra e por conta dele a temperatura da atmosfera está se
elevando a uma altura em que jamais esteve antes. As árvores continuam sendo
cortadas, sem discernimento, e destinadas a coisas inúteis, como jornais,
revistas, pacotes de supermercado, etc. A população da terra, no momento em que
escrevo esta coluna é de aproximadamente 7 bilhões, 253 milhões e 861 mil
pessoas e continua crescendo vertiginosamente (veja o Relógio Mundial em
http://www.poodwaddle.com/ clocks2pw.htm).
Água potável e comida vêm sendo insuficientes diante do crescimento da demanda.
Aliado a isso, relatórios das Nações Unidas falam que a cada ano, milhões de
terras cultivadas e pastagens se degradam a condições semiáridas, reduzidas a
produtividade zero. Gases produzidos por caminhões, automóveis e fábricas estão
produzindo um enorme buraco na camada de ozônio, necessário para proteger a
humanidade, fauna e flora. Raios mortais do sol estão penetrando nossa atmosfera
e, como disse o presidente americano, somos a primeira geração a sentir os
efeitos das mudanças climáticas e a última que pode fazer algo a esse respeito.
Pensamento da semana: “Apoie
as energias renováveis”. Greenpeace.