terça-feira, 25 de maio de 2010
“ABOMINÁVEL MUNDO ATEU”
Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com
O presidente Lee Myung-bak afirmou no início desta semana, dia 24/05/2010, que o seu país, a Coreia do Sul, estava se esquecendo de que "divide a fronteira com um dos países mais propensos à guerra do mundo", ou seja, com a Coreia do Norte, esta que teria afundado um de seus navios de guerra no final de março deste ano, com a morte de 46 marinheiros. Resultado: Armados até os dentes, irmãos que possuem a mesma etnia, origem e cultura, se preparam para eventual guerra, deslembrando-se seus líderes das consequências de um confronto nuclear. No âmago da discórdia, a ideologia ditatorial da Coreia do Norte fundada na incredulidade e na violência, empenhada em inculcar na mente de suas lideranças e de seu povo a noção materialista da vida e da sociedade. E, paradoxalmente, enquanto se apoia em doutrina que prega a neutralidade religiosa, pugna por extinguir qualquer sentimento religioso do coração das novas gerações. Na base deste litígio, o ateísmo e, devido a ele, a ausência de conhecimento religioso e, consequentemente, de sentimento de fraternidade de inspiração cristã. Essa é a única explicação para todo e qualquer litígio (entre países, igrejas e religiões, membros da mesma família, irmãos, vizinhos, amigos).
É preciso lembrar que o Direito internacional moderno, assim como as constituições dos países democráticos, contempla de forma decisiva, clara e inalienável a preocupação em amparar a pessoa humana desprotegida, aviltada, preservando-lhe a dignidade. Georges Ripert na obra “As Forças Criadoras do Direito”, (1955, jurista francês mencionado por Orlando Gomes), é claro ao afirmar: “O Direito transforma em regras jurídicas deveres de justiça e caridade em relação ao próximo”. O conceito traduz com fidelidade uma premissa facilmente constatável: de que a caridade, justiça, fraternidade, amor cristão e o respeito pela dignidade do próximo influenciaram todo o sistema jurídico e doutrinário que rege a convivência entre pessoas e entre nações. Concludentemente, quem se afasta de toda e qualquer orientação religiosa, por certo também tem tremenda dificuldade em viver e conviver conforme as leis humanas, pois a ordem jurídica em geral repercurte de forma extensa e profunda princípios de inspiração cristã.
As armas (inclusive atômicas) de países ditatoriais, antidemocráticos e anticristãos estão em riste contra Deus e, consequentemente, contra toda a humanidade. Por este motivo (exatamente por este motivo) seus líderes não se importam com o extermínio de civis. Escabrosos, baixos, abomináveis, enlameados pelo ateísmo, impõem de forma brutal a guerra e a morte de inocentes. Assim, é inacreditável o esforço do governo brasileiro em manter proximidade com ditaduras atéias e belicosas. Depois de afirmar que tinha 99% de chance em acertar um acordo com o Irã e, após a diplomacia brasileira passar por um vexame de magnitude internacional, Lula afirmou, também no início desta semana, que “não foi ao Irã na semana passada para discutir um acordo nuclear”, mas “para convencer o Irã a sentar e negociar com a ONU” (Fonte: Folha de São Paulo). Todavia, a questão que se impõe é de que não existe a mínima possibilidade de que a sociedade brasileira aceite aproximação comercial, política, diplomática ou cultural do Brasil com governos hostis aos direitos humanos fundamentais. Ora, foi ao Irã fazer o que? Há apenas cinco meses para entregar o governo, o que Lula pretende com países como Irã, Venezuela, Bolívia, Cuba e quem sabe (era só o que faltava) a Coreia do Norte?
Pensamento da semana: “Em vez de atuar como um quinta-colunista da bomba nuclear iraniana, Lula deveria pensar apenas em esvaziar as gavetas de seu gabinete. Acabou. Lula. Chega. Fim. Xô.” Diogo Mainardi, Veja, edição 2165 de 19/05/2010.
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