terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

APOIO À DITADURA CUBANA

Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Quando um demente assume o poder político, ocorrem genocídios, sofrimentos, misérias e dor. Foi assim com o holocausto judeu e com a morte de mais de 21 milhões de pessoas nas mãos dos nazistas (fato negado pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad mesmo diante de provas irrefutáveis que abarrotam o mundo: fotografias, filmes, relatos, confissões de executores, etc.); foi assim com a carnificina sangrenta do stalinismo russo que produziu mais de 50 milhões de assassinatos; com a matança de mais de 77 milhões de pessoas por conta de Mao Tse Tung na China e, mais recentemente, com a execução no “paredón” de dissidentes, opositores e gente do povo que tenta fugir da miséria que reina na ilha de Fidel Castro.

Na realidade, a ditadura cubana continua gerando ódio e violência contra a democracia, o estado de direito e contra os direitos humanos. Setenta e cinco opositores continuam presos desde 2003, condenados a penas de até 28 anos de prisão, sob a acusação de serem “mercenários” dos Estados Unidos. Destes, 5O pediram ao presidente Lula, nesta sua última viagem ao país, para que interceda junto ao ditador Fidel Castro por suas liberdades.

Diante deste quadro, causa estranheza a decisão do governo brasileiro em intensificar o comércio bilateral com Cuba e, muito espanto, as afirmações do presidente de que a Petrobrás investirá na construção de uma fábrica de óleo combustível em Havana, além dos investimentos realizados durante seu governo, em torno de um bilhão de dólares.

Ora, o embargo americano ao regime comunista dos Castro, não me parece despropositado sob o ponto de vista político, uma vez que é inaceitável e absurdo apoiar um governo que nega o livre arbítrio, rejeita a liberdade individual e fulmina a dignidade da pessoa humana não reconhecendo os direitos invioláveis de seus cidadãos. Exemplo da paranóia dos dinossauros ditadores veio a lume com um filme no qual aparecem membros do alto escalão, filmados secretamente a mando de Raul Castro, em uma reunião, comentando a respeito do regime. Carlos Lage, ex-presidente de Fidel depois de ser substituído na vice-presidência do país por Machado Ventura, de 78 anos e semi-analfabeto, a ele referiu-se como “fóssil vivo” e “dinossauro”. Resultado: foi confinado em prisão domiciliar. O chanceler de Cuba desde 1999, Felipe Pérez Roque, entrou na conversa e afirmou que o vice-presidente iria arruinar o país: Acabou empregado numa fábrica de eletrônicos. O primo Casellanos Lage, cardiologista de renome em Cuba, em tom de brincadeira, acrescentou que "a nação ficaria mais bem servida" se os cardiologistas implantassem de propósito e erroneamente dispositivos que aumentam o calibre das artérias dos velhos comunistas. Em tom de gozação chamou o vice-presidente de "fóssil vivo" e "dinossauro". Acabou preso. (Fonte: Revista Veja edição 2122/22 de julho de 2009)

Por estes motivos, o encontro do presidente com os ditadores cubanos , considerado por alguns como “reencontro de velhos amigos”, aliado aos investimentos do Brasil num país antidemocrático, cruel e desumano, causa muito mais do que espanto, senão indignação. Inocentes gritam há mais de cinqüenta anos por justiça naquela ilha. A estrutura jurídico–social comunista desintegrou a economia, negou a propriedade privada e todo e qualquer direito próprio inalienável dos indivíduos, como por exemplo, o de contar uma simples piadinha em tom de brincadeira em desfavor dos Matusaléns governantes, há meio século no comando sangrento do país. Frase da semana: "Metade da humanidade não come. E a outra metade não dorme com medo da quem não come”. Josué de Castro.

FREI SIMÃO: EXEMPLO DE LIDERANÇA

Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Grandes homens chamados a viver valores que plenificam a vida e que se consolidam na história como modelos a serem seguidos, se tornam universais e passam a pertencer a toda a humanidade. Foi assim com Frei Simão Laginski, que marcou profundamente a vida de todos os concordienses entre o ano de 1971 a 1976 como pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário. Acompanhei, em 1972, a demolição da igreja antiga e a inauguração da nova matriz em 1974. Seu dinamismo, inteligência, humildade, capacidade de liderança e vocação de amor às pessoas desta cidade de Concórdia, o fizeram merecedor de grande admiração em vida e de forte comoção pela sua morte ocorrida no dia 08/02/2010. A construção da nova igreja e outras doze capelas pelo interior do município se constituiu num pequeno e pontual detalhe de sua caminhada entre nós. Inserido num contexto espiritual profundamente comprometido com a pessoa de Jesus Cristo, suas pregações tocavam fundo no coração do povo. Do altar, diante das dificuldades, enquanto tijolo após tijolo construía a nova igreja, bradava em bom som franciscano: “Irmãos, comecemos, porque até agora nada fizemos”. Na sua itinerante jornada por esta região, e esse foi o segredo de seu sucesso, demonstrou uma tremenda e incondicional abertura ao Espírito Santo. Em constante plenitude espiritual construiu muito mais do que paredes de uma igreja cristã, senão uma sólida edificação de fé que motivou o povo a viver o evangelho com autenticidade. Não raras vezes, durante sua gestão, era lembrado pela política local para concorrer à vida pública, mas seguia trabalhando, incansável, demonstrando como se administra uma grande obra com poucos recursos. Por estes motivos, transcendeu a todos os que o antecederam, foi amado e ainda é lembrado com saudades.

Como Frei Simão, líderes espirituais nos chamam à conversão, à grande opção de vivermos o santo Evangelho a partir de Jesus. Padres e pastores de nossas amadas igrejas cristãs nos motivam e impulsionam à conversão, partindo da premissa de que o mais importante nesta vida não é “o que se faz”, mas “como se faz”. Isso tem a ver com o modo de se conduzir, agir, sentir, pensar, de amar e com a consciência de que não se constrói uma sociedade saudável sem reconciliação, perdão, honestidade, respeito, discernimento e humildade. Esses valores se puseram como eixo central na vida de Frei Simão Laginski. E também devem se colocar como motor propulsor na nossa vida, na medida em que nos impele a aceitar a existência como um processo, uma dinâmica que nos obriga à construção de um mundo de paz e de verdadeiro amor fraterno. O exemplo de Frei Simão Laginski permanece e transcende a barreira do tempo e do espaço, pois são perenes os valores que ele pregou. Nós, os que o admiramos, precisamos seguir firmes, atentos a palavra e a benção que salva, cura, transforma e constrói novos templos e novas vidas.

Conhecidas as práticas da incoerência, da contradição, dos conflitos e dos paradoxos de nossos tempos, nos quais impera o vazio da alma e a subnutrição espiritual, convenhamos em eleger bons líderes em todos os campos e setores da vida social: nas igrejas, nas instituições e também na política. Se, por ingenuidade do nosso povo, cérebros indigentes, retrógrados e desonestos, assumem postos relevantes na vida pública, é bom perceber que conosco também caminham grandes homens, admiráveis e inquebrantáveis, de caráter puro, fecundos. Busquemos descobrir em nossa sociedade o verdadeiro modelo de liderança que queremos eleger e seguir. Pensamento da semana: “Quem entenderá o homem? Desperdiça os recursos naturais, quase esgotados, e poupa os recursos de seu cérebro, inesgotáveis.” Julio Novoa Cisneros.