quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

GUERRA E PAZ

Guerra e Paz

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com

A operação israelense "chumbo grosso", segundo Demétrio Magnoli em entrevista a televisão brasileira, é fruto da necessidade do atual governo de Tel Aviv de provar que tem capacidade para defender o povo. O conflito, segundo ele, tem cores eminentemente de ordem política. Todavia, essa leitura não leva em conta o fato de que o território israelense é atacado por foguetes do Hamas 24 horas por dia. Só faltava o professor Magnoli afirmar que o atual governo combinou a guerra com os inimigos, para se fortalecer politicamente, sem considerar que Israel, teve seu território bombardeado por 150 foguetes, desde o fim do cessar-fogo há doze dias. O Hamas acusa Israel de não cumprir a promessa de retirar o bloqueio ao seu minúsculo, super-populoso e pobre território, causando uma catástrofe humana e este acusa aquele de não interromper os bombardeios. Desde novembro, mais de 500 mísseis, foguetes e morteiros foram disparados da Faixa de Gaza contra Israel. Não obstante o mundo, inclusive o Brasil, condenou a resposta militar israelense sob a justificativa de ser desproporcional aos ataques palestinos.
A guerra contínua entre os povos abre a virada do ano de 2009 com inúmeras mortes de crianças, adolescentes e pessoas inocentes. Desde o início da humanidade conflitos permeiam a terra, tendo como pano de fundo infinitas, egocêntricas e idiotas justificativas, estas que marcam o passo da espécie humana, a qual, pelo andar da carruagem, se mostra sem jeito e sem futuro. Por onde caminha o homem, com ele anda o terrível e destruidor vírus do ódio. O homem, teimoso e louco, é seu hospedeiro.
Em Jacques Maritain, teólogo, professor e político, encontramos inspiração e esperança para este ano que inicia, na defesa do primado do espiritual, na afirmação dos direitos da pessoa humana, no bem comum que busca o bem de todos e na busca de meios de ação em favor da dignidade humana. Modelo para o mundo, por sugestão de Maritain, na Declaração dos Direitos do Homem sobrelevou-se a dignidade da pessoa humana excluindo qualquer discriminação: "I – Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. II - Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta Declaração sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição."
No preâmbulo de nossa Constituição são repetidos estes princípios: “para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e na ordem internacional, com a solução pacífica das controvérsias..."
Se compararmos nosso país com países milenares, ditos “civilizados”, constataremos que as estruturas sociais por aqui têm como padrão a justiça, o amor fraternal, a dignidade, os direitos e liberdades que possibilitam não apenas a liberdade religiosa, a tolerância e o respeito recíproco entre partidos políticos e com os povos vizinhos, mas a amizade cívica entre as pessoas, o respeito pela história. Nossa constituição diante dos conflitos exclui a violência absurda e inaceitável e a substituí por soluções diplomáticas e pacíficas. Por aqui, o governo diante de conflitos não sai disparando foguetes contra países vizinhos, nem estes invadem e matam nossas crianças e famílias. Vivemos num país abençoado. Para vivermos em paz e em prosperidade, basta termos boa vontade. Esta realidade nos conforta e permite, com serenidade e alegria, desejarmos um ao outro um feliz ano novo. Já para os que adotam políticas de morte, desejamos uma boa leitura de Maritain.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

RESGATE DE VALORES

RESGATE DE VALORES

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com

As polícias civis e militares, os sistemas de repressão encetam luta incessante contra o tráfico de drogas. Promotores de justiça, em seu mister e rigor de lei, parecem, nas audiências, perdidos, de olhar vago e desesperançado diante da violência do crack e da destruição injuriosa que explode dentro dos processos judiciais.
Juízes e juízas decidem na formalidade dos códigos e, nas entrelinhas de seus vagos olhares, não conseguem esconder a decepção pela podridão crescente nas relações sociais e familiares. Com todo o idealismo que lhes alçou a representar o Estado, inconsciente ou conscientemente percebem que o ódio que paira nos horizontes do coração humano não tem fim e verte de um poço abismal.
Nem o Estado, nem as instituições especializadas e pessoas bem intencionadas, parecem conseguir vencer o inferno que se abate no seio das famílias, prostradas e reduzidas diante da perspectiva de consumo desenfreado, do ter acima do ser, da arrogância de uma liberdade que virou libertinagem, do desrespeito entre gerações.
Amarga renitência de filhos que não se importam com os pais, destes que não estão nem aí para com aqueles, de casais que perderam o rumo e a alegria de viver, de amigos que traem, são as matizes de um quadro sombrio pelo qual caminha a humanidade.
Em meio a este mar de lama que envolve o país e ao ingrato esforço de tantos por recuperar a vida de outros tantos, inusitada e espantosamente nossa cidade principia a se elevar como uma ilha de resistência moral, ética e de recuperação da dignidade e do amor próprio das pessoas.
Gradativa e intensamente, se observam em nosso meio mudanças de comportamento social e familiar. A transformação da sociedade ocorre silenciosa e firmemente e atinge em cheio o coração de jovens viciados, seus pais e mães. Há mais de um ano venho acompanhando e constatando uma inacreditável transformação social em Concórdia, que talvez a maioria ainda não tenha percebido: jovens largando o vício da cocaína e do crack, homens abandonando o vício do álcool, casais se perdoando e reaprendendo a conviver de forma digna e amorosa.
Para alguns pode soar pueril, lavagem cerebral, alienação, esquema financeiro para enganar e faturar em cima de ingênuos e desavisados, atroz discurso de aproveitadores da dor alheia.
Entretanto, pragmático, dado ao dogmatismo crítico e ao racionalismo que confia na razão humana como instrumento capaz de conhecer a verdade; ao realismo e ao materialismo dialético, fontes de consciência e de bem decidir, constatei com cautela e segurança, uma força tremenda, sobrenatural, resgatando a vida das pessoas nesta minha cidade natal. Eu vi pais desesperados, filhos detonados, casais destruídos se reencontrando num abraço e, num pulsar festivo e consciente, louvar o resgate e o inicio de uma nova vida.
Esta mensagem de Natal, amados leitores, é destinada a todos aqueles que nas agruras e no travo amargo da vida, conhecem a realidade sobre a qual me refiro. Ninguém acende uma lâmpada e a coloca embaixo da mesa. A fonte de luz é acessa no alto do morro para que ilumine a escuridão. Que esta luz que nos vem do alto e fulgura nas células cristãs espalhadas pelas casas e apartamentos de nossa cidade, ilumine a sua vida, traga bênçãos a sua família, encha de amor o coração e faça nascer a paz entre os casais, dê plenitude e alegria aos pais, mães e filhos, resgate a sua felicidade. Minhas homenagens natalinas são para o Centro de Restauração Renascer, ao Pastor Jairo Gavin, a sua família e, extensivamente, a todas as demais igrejas, pessoas e autoridades comprometidas com a recuperação do ser humano. Feliz Natal a todos.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

CRISE ECOLÓGICA E DE CONSCIÊNCIA

CRISE ECOLÓGICA E DE CONSCIÊNCIA.

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com

Esta semana começou com o presidente da República concedendo uma entrevista para Jose Luis Datena. Camisa de manga curta, em clima de informalidade, o conteúdo da entrevista versou sobre a crise econômica. Segundo o Presidente, a hora de comprar, comprar e comprar, é agora, em especial veículos automotores. O entrevistador observou que era a primeira vez na história, que um presidente fazia merchandising. Diante da surpresa do entrevistador, o presidente, com uma visão de quem já viveu várias crises econômicas ao longo de sua vida, respondeu que já foi operário e sabia muito bem o que significa o desemprego.
Nicolai Kondratiev, ao estudar o desenvolvimento econômico, observou a ocorrência de ciclos de prosperidade e recessão mundial a cada 40 ou 50 anos. Coube ao economista Joseph Schumpeter constatar que os períodos de prosperidade tinham a ver com inovações tecnológicas no sistema produtivo, geradoras de investimentos disseminados em todo o sistema econômico e de empregos e prosperidade.
A idéia do presidente, que atribui a superação da crise a uma necessária expansão da demanda, ou que, a quebra da crise tem a ver, exclusivamente, com consumo de bens duráveis destinados a manter investimentos e empregos é, em parte, equivocada. Da mesma forma, o aumento de gastos públicos pelo Estado, na clássica linha Keynesiana, como meio de interromper o ciclo recessivo, se mostra fora de perspectiva.
Nenhuma destas propostas considera o esgotamento do atual modelo industrial e tecnológico de produção em massa, poluidor do ar, do solo, da água, predatório do meio-ambiente e dos recursos naturais não renováveis. Não se observam, nas palavras dos especialistas em crises ou nas palavras do presidente e dos líderes mundiais, ao estimularem o vetusto e excessivo consumismo, qualquer consideração pela consciência ecológica e de defesa do meio-ambiente enraizada na cabeça da nova sociedade ecológica e globalizada.
A crise mundial possui natureza estrutural e não simplesmente de demanda por ausência de crédito. Na realidade, o ciclo econômico que tem sua matriz em cima do petróleo e de uma sociedade consumista, já era.
É necessário um novo paradigma tecnológico, organizacional, inovador que promova transformações radicais em processos produtivos com produtos competitivos na base da energia limpa. É urgente a criação de tecnologias energéticas limpas com alto efeito multiplicador sob o ponto de vista do consumo em escala mundial, que cause impacto na cadeia produtiva e que possua alto valor agregado em termos ambientais.
O que é preciso perceber, é que o desemprego crescente tem natureza estrutural lastreado em um modelo produtivo que não é mais aceito pela consciência das pessoas. De forma que não adianta estimular o consumo, sem mudar a concepção do sistema produtivo, dos produtos e sem regulamentações e subsídios em favor de fontes de energia limpa..
A diminuição do IPI, IOF e outros impostos é importante no momento, mas sob o ponto de vista da crise estrutural e, diante da ecológica mentalidade da nova geração global que exige a preservação do planeta, se mostra insuficiente, na medida em que não resolverá o esgotamento do ciclo econômico de prosperidade e, o que é pior, não diminuirá a agressão ao meio ambiente por veículos poluidores e beberões de gasolina. Hic! Saúde!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

AZUL E BRANCO

AZUL E BRANCO

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com


Azuis são as cores das águas das piscinas e branco o símbolo da bandeira de um clube que vive na paz e que promove, ano a ano, o melhor baile do início da temporada de verão. Com beleza e elegância, o melhor de uma das melhores bandas do planeta foi revivido por sua mais fantástica versão cover by São Paulo, direto para a exuberante noite azul e branco.

Caracterizados, Barry Gibb, e os gêmeos Robin Gibb e Maurice Gibb, com Immortality, executada com perfeição, fizeram aflorar os mais lindos sentimentos de um passado presente no coração daqueles que souberam e sabem amar: “E eu defenderei meu sonho se puder. Ele é o símbolo de minha fé em quem eu sou. Mas você é meu único sonho. E devo seguir a estrada que está a frente. E não deixarei meu coração controlar minha cabeça. Mas você é tudo que está dentro dela, e assim não dizemos adeus. (...) Eu farei minha viagem através da eternidade. E guardarei a lembrança de nós dois aqui dentro. Cumpra seu destino. Ele está lá dentro da criança.”

Os aficionados como Valter Schafer, de Piratuba, se emocionaram com First Of May: “Quando eu era pequeno, e as árvores de Natal eram altas, nós costumávamos amar, enquanto os outros costumavam brincar. Não me pergunte porque, mas o tempo passou por nós. Alguém mais chegou de muito longe. Agora somos altos e as árvores de Natal são pequenas. E você não pergunta o tempo do dia. Mas você e eu, nosso amor nunca morrerá. A árvore de maçã que cresceu para você e eu, eu olhava as maçãs caindo uma a uma. E eu recordo o instante, dentre todos eles, o dia que beijei sua bochecha e você foi minha.”

O sucesso da ABC piscina clube tem muito a ver com o seu estatuto moderno e democrático, pelo qual é eleita uma diretoria, a qual entre si escolhe o presidente. Uma grande equipe trabalha unida em torno de objetivos comuns, sem desfiles de vaidades pessoais e com profundo respeito pelos associados, suas famílias, funcionários, e pelas pessoas da sociedade que aportam nos seus diversos eventos e promoções.

Um estatuto centralizador é uma desgraça para qualquer instituição na medida em que confere a poucos um poder que corrompe, abusa e promove assédio em diversos níveis e intensidades. Um bom e democrático estatuto pode construir um bom referencial de convivência humana e de autênticas alegrias. O referencial construído pelo estatuto democrático da ABC Piscina Clube mudou o conceito que equipara o azul ao bem estar humano: “Tudo azul”? Tudo azul e branco! E desta vez com Bee Gees. Homenagens a Gildo Vezzaro, inserido no melhor clima de Immortality. Parabens pela integridade, liderança e coragem que transformam e fazem deste jornal, um grande jornal para Concórdia e região.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

AS PROXIMAS VÍTIMAS

AS PRÓXIMAS VÍTIMAS

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com

A catástrofe de Blumenau e cidades do litoral do Estado de Santa Catarina não têm nada a ver com a fortíssima precipitação pluviométrica. Tem a ver com o desmatamento, fendas, barrancos abertos nos morros e encostas, em desrespeito ao disposto no artigo 3º da lei estadual 6063/82 com validade para todo o território estadual.

Em artigo precedente, intitulado “Construções nas pirambeiras” me referi a proibição de meter trator em morros, encostas, ladeiras, abrir fendas, barrancos, para construção de casas, prédios, etc. Passou de 30% a declividade, não tem discussão. O município não pode conceder alvará para construção e engenheiros não podem projetar. Os órgãos ambientais têm a obrigação de embargar construções, multar e cobrar explicações das autoridades. Mesmo abaixo de 30% de declividade é necessário parecer de órgãos ambientais sobre a viabilidade de utilização do solo para moradias. Na mesma linha, em artigo anterior intitulado “Candidatos a prefeito e direito urbanístico” me referi ao Estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e ao Estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV), de realização obrigatória, sem os quais o Município não pode expedir licenças ou autorizações para construções, ampliações ou funcionamento de unidades empresariais e residenciais.

As cidades devem ser repensadas, com urgência, quanto à viabilidade social, econômica e financeira de suas construções, espaços, ruas, atividades e se a execução dos projetos se encontra dentro das normas obrigatórias do direito ambiental e urbanístico.

O disposto no inciso II do artigo 6º da lei complementar 187/2001 do Município de Concórdia, de que a lei tem como objetivo “adaptar o máximo possível o parcelamento à topografia local” colide frontalmente com a nova consciência global de defesa do meio ambiente. A autoridade não pode e não deve autorizar adaptações à topografia que apresente declive acima de 30% ou que coloque em risco nascentes ou possa provocar desmoronamentos.

A simples existência, à montante, de escarpas de terra que ameacem ou se mostrem aptas a desmoronar, constituem ofensa à segurança das pessoas e de seus bens, pois podem comprometer a estabilidade e a solidez de casas e prédios. Quando é feito um corte num morro, é retirado a escora ou calço natural, o que provoca desequilíbrio, sendo que, em época de chuvas, o manto de intemperismo que solto encontra-se sob as encostas, ao receber água de chuvas, tem seu peso aumentado. As argilas são saturadas, não se sustentam e, através de um fenômeno conhecido por solifluxão, deslizam sobre as rochas e despecam em enorme velocidade, buscando novas acomodações. Neste movimento, a lama leva casas, prédios e a vida de crianças, pais e mães de família.

Para o caso de Concórdia, que não é diferente de outras cidades, não existe mais solução para as encostas. A aplicação de prática conservacionista, mesmo de caráter vegetativo, edáfico ou mecânico, com a construção de tapumes, murros de contenção e outros, não solucionará nossos problemas e não garantirá a integridade física de nossas famílias, pois nossas encostas já estão condenadas. A água pluvial penetra o solo e em contato com as rochas é criado um manto líquido que, pela gravidade desliza morro abaixo.

Exatamente por isso, causa indignação licenças e alvarás para construções em encostas e morros da cidade. Este agir das autoridades beira a responsabilidade criminal. Exagero? Dê um passeio pela cidade e observe as escavações em morros e encostas, absurdamente inclinados. A inclinação dificulta a subida a pé, o que caracteriza terrenos inadequados para construções. A cidade deve crescer através de novos eixos de expansão, via Alto Suruvi, São José, UNC, Fragosos, Linha São Paulo e outros. Ou seremos as próximas vítimas, não das chuvas, mas da irresponsabilidade.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

GESTÃO DE RISCO E ACIONISTAS: TRANSPARÊNCIA”

“ GESTÃO DE RISCO E ACIONISTAS: TRANSPARÊNCIA”

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com

Para as empresas em geral, o controle sobre flutuações de preço é impraticável, na medida em que estes são ditados pelas regras do mercado. Todavia, investir pesado na produção e em ativos, gera incertezas de modo que, os executivos de grandes empresas se sentem impulsionados a adotar estratégias de redução de risco. Estratégias, como por exemplo, do uso de contratos de longo prazo com preços fixados, da diversificação de negócios, do uso de contrato de seguro, da utilização de estoques e de contratos derivativos. Todos como forma de proteção contra variações de preço e flutuação de cambio.

No que tange a empresas de capital aberto, a Instrução Normativa (IN) nº 235/95 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) obriga a exposição em notas explicativas anexas às Demonstrações Financeiras e às Informações Trimestrais, de todas as informações sobre as decisões adotadas para a determinação da inserção da empresa nos mercados derivativos e conseqüentes riscos. Ou seja, existe a obrigatoriedade de que todas as transações com derivativos, dada a sua importância no contexto financeiro das empresas, sejam expostas de forma explicativa nas Demonstrações contábeis, com a finalidade de propiciar aos investidores plena consciência da exposição de riscos da empresa.

Por outro lado, sem riscos na esfera política, operacional, de liquidez e de crédito, muitas empresas se aventuram em contratos derivativos para se proteger da oscilação futura do dólar, cobrindo exposições de venda ao mercado externo. Para a agroindústria, por exemplo, o risco de mercado (ou risco de preço) atribuído à volatilidade do preço, especialmente para aquelas que possuem compradores certos no mercado internacional, não chega a ser significativo, a ponto de se optar por contratos de alto risco em operações de derivativos cambiais à longo prazo e a valores expressivos. No caso de uma conhecida empresa agroindustrial, por exemplo, se tem notícias de que: "Os contratos cobriam a exposição para vendas equivalentes a 12 meses de exportações, quando a política interna de proteção exige proteção para um valor de vendas relativas a apenas seis meses de exportação". (fonte: http://www.financialweb.com.br).

Não adentrando a juízos de valoração sobre o “estouro” que levou grandes empresas nacionais a perderem milhões de dólares no mercado de capitais, em prejuízo de seus parques produtivos, ingênuos acionistas, empregados, agregados e comunidade em geral, quedei-me, neste início de semana, a refletir sobre os mecanismos de proteção ao preço do suíno e do frango frente ao mercado consumidor e aos insumos necessários para criação e engorda, à disposição dos suinocultores e avicultores da nossa região. Não encontrei um. Se existem, fazem, parte de algum compêndio de economia secreto, nas mãos de algum estudioso ou de algum executivo com doutorado em economia, todos bem empregados em algum banco multinacional ou em alguma empresa de grande porte das grandes cidades do país. Enquanto isso, eles, os pequenos criadores... Sem compreender a genialidade dos “experts” em bolsas de futuro, a perversidade do mercado ou a lógica ou ilógica da Bolsa de Valores, sem quaisquer mecanismos de proteção contra os riscos de suas atividades de subsistência, apenas sentem-lhe os efeitos... Na pele, nas mãos calejadas de tanto trabalhar.

As razões econômicas para a existência de contratos derivativos, seu conceito, etc., podem ser encontrados num pedagógico artigo publicado “in” http://www.congressoeac.locaweb.com.br., intitulado: “Evidenciação de Derivativos nas Notas Explicativas das Demonstrações Contábeis de Empresas Brasileiras” de Paulo Roberto da Cunha e outros, da Universidade Regional de Blumenau – FURB, cuja leitura recomendo, por razões óbvias.

UMA BOA RECEITA MÉDICA

“UMA BOA RECEITA MÉDICA”

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com

E lá se vão três décadas do saudoso tempo de Seminário e trinta e três anos da morte de Frei Anselmo Hugo Schwitzer, nosso amado professor de Inglês, história e música. Reminiscências que estão de volta, num fabuloso e definitivo re-encontro com os tempos dos primeiros cristãos... Daí a lembrança de palavras que ficaram escritas em seu livreto de pregações, e que agora voltam a ressoar nas palavras eloqüentes, vivas e pedagógicas de Pastores, do cume dos púlpitos de todas as Igrejas que tem compromisso com a ética cristã e com uma sociedade de paz e retidão.

Vivemos num contexto onde a natureza humana dita que é mais fácil sermos maus. Temos uma tendência para bater, destruir, desobedecer. Vivemos em animosidade porque somos filhos das condições, dos hábitos adquiridos, da educação, das circunstancias e da hereditariedade, que moldam a personalidade como é e será sempre. Estamos todos sistematicamente sendo sistematizados pelos meios de comunicação que castram a criatividade. Encontramo-nos perdidos no barulho ensurdecedor das misérias que criamos e quando olhamos o tempo a nossa frente, tudo é densa escuridão. Não sabemos nem do próximo segundo da nossa vida. Deus em sua sábia providência assim o estabeleceu. Isto é bom. Mas nós temos um senhor para nos guiar e proteger. Ele conhece bem o caminho que esta diante de nós.

Precisamos confiar mais em Deus e a ele pertencemos. Diz o salmista (Salmos 37:5): “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais ele fará”. Por que nos sentir abandonados, tristes, ante as perseguições das nossas próprias fraquezas? “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mateus 28:20). Se o senhor anda conosco devemos viver em paz. Basta de brigas entre vocês. É passível de condenação aquele que lentamente mata seu irmão.

Alguém pode se perguntar: “como pode afirmar isso, se jamais matei alguém?” O apostolo João escreve: “... que nos amemos uns aos outros. Todo aquele que odeia seu irmão é assassino’(I Jo 3:11-15). Vocês agora se perguntam: “Mas não odeio ninguém.” Conforme a Bíblia a palavra “ódio” não somente significa uma forte emoção que leva a matar o semelhante, mas o ódio começa onde há indiferença, onde não há amor. “Amar”, significa aceitar o outro como ele é. Ajudá-lo quando precisa de auxilio. Se Jesus ama tanto o outro como a mim, também eu devo amar meu irmão. Se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é em nós aperfeiçoado’(I Jo 4:1-12). “Se alguém disser; Amo a Deus, e odiar seu irmão, é mentiroso.” (I Jo 5:1), e “Aquele que ama a seu irmão, permanece na luz”(I Jo 2:10).

Laurence Jones, professor, pregador negro no Mississipi, em 1918, quase foi injustamente linchado por um grupo de brancos exaltados. Quando perguntaram se odiava os homens que tentara matá-lo, respondeu que estava preocupado com a sua causa para ter tempo de odiar, muito absorvido em algo maior do ele próprio: “Não tenho tempo para briga nem lamentações... homem algum pode obrigar-me a descer tanto que possa odiá-lo”. Ao odiar nossos opositores, estamos dando-lhes poder sobre nós; poder sobre nossa saúde, nosso sono, nosso apetite, nossa felicidade. Se eles soubessem o quanto nos perturbam ficariam imensamente satisfeitos. Não vamos transformar nossas noites em infernos de insônia. Nosso ódio não lhes causa mal algum. Quando Cristo disse: “Não se turbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim” (Jo 14:1) ou “No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16:33), estava dando uma receita médica de como vivermos saudáveis e dispostos.