terça-feira, 2 de dezembro de 2008

UMA BOA RECEITA MÉDICA

“UMA BOA RECEITA MÉDICA”

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com

E lá se vão três décadas do saudoso tempo de Seminário e trinta e três anos da morte de Frei Anselmo Hugo Schwitzer, nosso amado professor de Inglês, história e música. Reminiscências que estão de volta, num fabuloso e definitivo re-encontro com os tempos dos primeiros cristãos... Daí a lembrança de palavras que ficaram escritas em seu livreto de pregações, e que agora voltam a ressoar nas palavras eloqüentes, vivas e pedagógicas de Pastores, do cume dos púlpitos de todas as Igrejas que tem compromisso com a ética cristã e com uma sociedade de paz e retidão.

Vivemos num contexto onde a natureza humana dita que é mais fácil sermos maus. Temos uma tendência para bater, destruir, desobedecer. Vivemos em animosidade porque somos filhos das condições, dos hábitos adquiridos, da educação, das circunstancias e da hereditariedade, que moldam a personalidade como é e será sempre. Estamos todos sistematicamente sendo sistematizados pelos meios de comunicação que castram a criatividade. Encontramo-nos perdidos no barulho ensurdecedor das misérias que criamos e quando olhamos o tempo a nossa frente, tudo é densa escuridão. Não sabemos nem do próximo segundo da nossa vida. Deus em sua sábia providência assim o estabeleceu. Isto é bom. Mas nós temos um senhor para nos guiar e proteger. Ele conhece bem o caminho que esta diante de nós.

Precisamos confiar mais em Deus e a ele pertencemos. Diz o salmista (Salmos 37:5): “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais ele fará”. Por que nos sentir abandonados, tristes, ante as perseguições das nossas próprias fraquezas? “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mateus 28:20). Se o senhor anda conosco devemos viver em paz. Basta de brigas entre vocês. É passível de condenação aquele que lentamente mata seu irmão.

Alguém pode se perguntar: “como pode afirmar isso, se jamais matei alguém?” O apostolo João escreve: “... que nos amemos uns aos outros. Todo aquele que odeia seu irmão é assassino’(I Jo 3:11-15). Vocês agora se perguntam: “Mas não odeio ninguém.” Conforme a Bíblia a palavra “ódio” não somente significa uma forte emoção que leva a matar o semelhante, mas o ódio começa onde há indiferença, onde não há amor. “Amar”, significa aceitar o outro como ele é. Ajudá-lo quando precisa de auxilio. Se Jesus ama tanto o outro como a mim, também eu devo amar meu irmão. Se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é em nós aperfeiçoado’(I Jo 4:1-12). “Se alguém disser; Amo a Deus, e odiar seu irmão, é mentiroso.” (I Jo 5:1), e “Aquele que ama a seu irmão, permanece na luz”(I Jo 2:10).

Laurence Jones, professor, pregador negro no Mississipi, em 1918, quase foi injustamente linchado por um grupo de brancos exaltados. Quando perguntaram se odiava os homens que tentara matá-lo, respondeu que estava preocupado com a sua causa para ter tempo de odiar, muito absorvido em algo maior do ele próprio: “Não tenho tempo para briga nem lamentações... homem algum pode obrigar-me a descer tanto que possa odiá-lo”. Ao odiar nossos opositores, estamos dando-lhes poder sobre nós; poder sobre nossa saúde, nosso sono, nosso apetite, nossa felicidade. Se eles soubessem o quanto nos perturbam ficariam imensamente satisfeitos. Não vamos transformar nossas noites em infernos de insônia. Nosso ódio não lhes causa mal algum. Quando Cristo disse: “Não se turbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim” (Jo 14:1) ou “No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16:33), estava dando uma receita médica de como vivermos saudáveis e dispostos.