quarta-feira, 4 de abril de 2012

JOVENS, FAÇAM O TÍTULO DE ELEITOR.


Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Não deve ser difícil para um jovem estudante, em fase de formação, reconhecer um mau político. Sua maneira de agir, sua fala, seus hábitos o denunciam. É só prestar atenção. Mas aqui vão algumas dicas. O político ignorante está separado do sofrimento do povo. Ao redor de si ele cria projetos, sonhos, idéias; age e pensa como uma ilha, desconectado da realidade da vida e do cotidiano dos eleitores. A juventude, apartada dos vícios da política, tem muito mais aptidão para sacar a farsa hipnótica dos shows, do marketing e da propaganda massiva criada pelos políticos em anos de eleições. A mudança de hábitos, talvez, seja a mais visível estratégia para iludir os eleitores. O futuro candidato, que nunca pegou no colo uma criança estranha, faz questão de ser fotografado nesta pose.

“E o avô, o pai, a mãe, como vão? Manda um abraço prá eles”, dispara o indigitado político diante de um eleitor atônito, quando todos sabem que o seu avô e seu pai morreram há mais de dez anos. Dorminhoco até durante o dia, cria hábitos noturnos e é capaz de passar a noite saindo de um baile para outro. E dança com todos. Questionado sobre a mudança de hábitos, busca a lenda da sabedoria, “encontrada nas corujas, que vivem a noite”, justifica. E quanto mais se aproxima o pleito, mais sorrisos, tapinhas nas costas, churrascos e promessas. Prometem tudo. E ninguém pode dizer que eles têm alguma patologia ou que precisam de tratamento psiquiátrico, já que as promessas são para o futuro e este a Deus pertence.

Também não precisam, sequer, apontar as fontes de financiamento, demonstrar de forma técnica a necessidade e viabilidade do que prometem. As promessas são a pedra angular das campanhas. Afinal elas exercem uma grande atração sobre os eleitores, principalmente as promessas sonhadoras, impossíveis de serem cumpridas e as de cunho criminoso, de ajuda pessoal. Sob o manto da ritualística do estelionato, os políticos safados aplicam o famoso 171 para cativar a mente dos eleitores, principalmente daqueles com alto potencial de credulidade.

Conto algumas histórias: Certo candidato a vereador sedizente humilde e em época eleitoral, resolveu capinar em torno da igrejinha da pequena localidade em que nasceu e para aonde não havia mais retornado. Ninguém votou nele. Outro, diante de um acidente de trânsito, forçou a polícia a franquear-lhe a passagem com a desculpa de que era parente da vítima. Ao aproximar-se do atropelado, viu que se tratava de um cavalo. Outro, megalomaníaco, resolveu montar acampamento para dormir nas comunidades, sempre cercado por seguranças. Caiu na gozação popular. O que fazer com estes políticos? São positivamente loucos.

Nenhum psicanalista que seja leal à sua análise e enfoque científico pode afirmar que se trata de pessoas sãs ou equilibradas. O problema é que a Justiça Eleitoral, por mais boa vontade que os juízes tenham, não possui mecanismos para detectar estas metamorfoses. A única forma de defenestrar estes desvios é prestar bem atenção nas atitudes dos candidatos e nas suas mudanças de hábitos em ano eleitoral. E depois votar contra eles.

Pensamento da semana: Jovem acima de 16 anos: Compareça até o cartório eleitoral com uma cópia e a original da identidade e com comprovante de residência de pelo menos três meses. Até o dia 9 de maio. Ter o título de eleitor e votar é um exercício de cidadania.