quarta-feira, 10 de setembro de 2008

"PODER IGNORANTE"

" PODER IGNORANTE "
Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com
Poder movido pela vaidade é o veneno que move muitos homens na busca de postos de comando nos mais variados setores da vida social. Mas, o mais cobiçado é o comando da administração pública franqueado pelo poder político no qual, através do modelo democrático adotado em nosso país, qualquer um pode conquistar. Não é preciso prova cabal de competência na vida privada ou de possuir o candidato um nível de escolaridade que lhe permita compreender de forma satisfatória a legislação, propor projetos dentro de níveis metodológicos adequados, e comandar a administração pública com eficiência. A capacidade para resolver problemas, então, é o que menos conta. Qualquer pessoa pode ser candidata, dentro de parâmetros e critérios legais e constitucionais que nivelam, por baixo, doutores, pedreiros, gênios e patetas.
Nosso sistema democrático impõe situações inusitadas. O voto de um alienado, de um vagabundo qualquer, destes que nunca se interessou em crescer e evoluir no entendimento vale tanto quanto o voto de um juiz, por exemplo. Pensar diferente, ou seja, de que o voto de uma pessoa bem preparada, de caráter, esforçada, que elege sua consciência para bem decidir, vale mais do que um alienado qualquer, segundo os princípios constitucionais da igualdade, seria preconceito e discriminação punida com rigor.
O candidato ignorante, conquanto seja simpático, tenha carisma e saiba motivar o eleitor, pode ter muito mais chance do que um candidato tecnicamente bem preparado, com visão humanista, comprometido com a justiça social, o meio ambiente, a moralidade e a eficiência da máquina pública. Por isso, andou bem a justiça eleitoral em coibir uma série de estratagemas de mídia e propaganda que normalmente enganam o eleitor, este que de regra também não tem senso crítico e se deixa levar pelo entusiasmo momentâneo. A justiça eleitoral, em assim procedendo, tenta equiparar as chances dos candidatos, evitando abusos do poder econômico, o que já é um significativo avanço no processo eleitoral. Todavia, ainda está muito longe do ideal.
Observando a apresentação de candidatos na rádio e televisão lendo com dificuldade um script qualquer, o candidato ecolha mais segura.apacitaç falhas e avançar para um sitem fico assustado, preocupado com a eventual atuação destes toscos no legislativo ou executivo. A justiça exige que o candidato seja alfabetizado, o que não é garantia para nada, pois saber ler um texto, muitas vezes mau e porcamente, não quer dizer nada. A capacidade que se exige ou que se devia exigir de um candidato a representante do povo, só se obtém com preparo intelectual, estudo, ideais e compromissos demonstrados e colocados à prova ao longo dos anos, na vida pessoal, familiar e na atividade privada.
O sistema jurídico/democrático que permite que eleitor despreparado, incapaz de pensar e refletir decida através do voto por candidatos visivelmente idiotas, imbecis, oportunistas, pirotécnicos e demagogos, deve com o tempo depurar estas falhas e avançar para um sistema que obrigue uma melhor capacitação do candidato e do eleitor. A este com formação pessoal que permita uma escolha mais consciente e criteriosa de candidatos. A aquele, no mínimo, com um curso de terceiro grau, provas preparatórias e análise de currículo que viabilize uma candidatura séria e menos vexatória daquelas que observamos, com empáfia, todo o santo dia na mídia.