quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

“CERTAS COISAS SÃO AMARGAS SE A GENTE AS ENGOLE”

Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Com um custo milionário estimado entre 15 a 18 milhões de reais, começa em janeiro de 2011 a denominada “revitalização” do Parque de Exposições. Os primeiros 2,5 milhões vão para o espaço multiuso: esporte, lazer, festas e feiras, banheiros, pórtico de entrada e quadras esportivas. O projeto foi desenvolvido pelos engenheiros e arquitetos da prefeitura. Portanto, pelo menos neste aspecto houve economia. Não se pode olvidar que, muitas obras, serviços e projetos custariam bem menos ao erário se fossem realizados pela própria Prefeitura... Todavia, em que pese o senso comum apontar para a necessidade de revitalização daquele espaço, é necessário repensar novos paradigmas que levem em conta novo layout para o crescimento urbano da cidade. O primeiro tem a ver com o grave problema das enchentes. No último dia 21 de dezembro de 2010, por exemplo, o Rio dos Queimados quase transbordou. Pouco ou nada se faz de forma eficaz para acabar com esse problema. O açude em construção à montante do Parque de Exposições parece pequeno e insuficiente para reter grande volume de água em contínua precipitação pluviométrica. Antigo projeto, ao tempo da gestão do prefeito Ivo Frederico Reich, previa a construção de uma grande barragem em terras desapropriadas. Mas tudo se perdeu no tempo, em que pese alertas contínuos da Aecom (Associação dos Engenheiros de concórdia).

A construção do canal extravassor começou em alguns metros nos últimos meses da gestão Neodi Saretta e parou. É de aporrinhar as galhofas repetidas a cada eleição pelos candidatos a prefeito. O primeiro que se comprometeu publicamente a viabilizar a construção da barragem ou do canal extravassor ou de ambos, em campanha eleitoral que lhe rendeu assunção política e o cargo de prefeito, foi Moacir Sopelsa, no final de 1992. O anterior, Odacir Zonta, em que pese ciente do problema, também navegou em águas turvas da enchente sem erguer uma palha para resolver o problema. Ou seja, há quatro décadas enchentes devastam o Parque de Exposições de forma que me parece uma temeridade gastar milhões na revitalização de um espaço em permanente situação de risco. Para garantir segurança ao Parque de Exposições e a toda a cidade abaixo dele, o dinheiro gasto com a revitalização deveria ser, em primeiro lugar, orientado para a recuperação da bacia hidrográfica do Rio dos Queimados, proibindo a emissão de licenças ambientais, projetos de loteamentos (uma verdadeira insanidade para quem quiser ver), fazendo plantação de árvores nativas, reconquistando a flora e fauna, desapropriando áreas ainda não construídas, entre outras medidas urgentes. A verdade é que tanto o açude como o futuro canal extravassor não agüentarão tanta destruição na área de absorção das chuvas a montante do Parque. O segundo paradigma é de natureza locacional. Ora, vão revitalizar o Parque de Exposições excluindo estacionamento para veículos já para a Expo Concórdia 2013? Morro de rir. Dá para acreditar? A verdade é que aquele ambiente não comporta mais grandes feiras e exposições e que o modelo urbano de nossa cidade está esgotado. Com uma máquina pública como a Prefeitura na mão, parece que a Administração segue na perfumaria, com muito discurso e propaganda de natureza ambiental e de futuro, mas sem apresentar projetos consistentes.

Pensamento na última semana de 2010: "Fiquem tranqüilas as autoridade. No Brasil jamais haverá epidemia de cólera. Nosso povo morre é de passividade". Millôr Fernandes, idem o título acima. Felicidades a todos e até o ano que vem.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

FALTA DE VALORIZAÇÃO EM 2010.

Cesar Techio - Economista – Advogado

cesartechio@gmail.com



Vergonha era o sentimento da população concordiense, por mais de trinta anos isolada de vôos aéreos em linhas regulares para os grandes centros urbanos do país. Com uma economia pujante, por obra de Atílio Fontana e outros empreendedores nosso aeroporto foi muito movimentado. Seu restaurante era o melhor da região oeste. Ieda Bassani lembra dos tempos em que, com seu falecido esposo Enídio, se dirigiam aos domingos para almoçar no aeroporto em meio a pousos e decolagens. A viabilização de uma linha área para o município não é a “realização de um sonho”, como afirmou o prefeito. Na dura realidade é o fim de um pesadelo. O fim de um ergástulo no qual fomos confinados por muito tempo, com prejuízos ao desenvolvimento econômico local. É preciso parabenizar a todos os que se envolveram de forma efetiva para viabilizar o retorno do tráfego aéreo. Mas, olhando para o passado, para as grandes pessoas que já comandaram a economia deste município, é preciso pedir perdão pela omissão, com a qual, por mais de três décadas, nossas autoridades jogaram no ostracismo esse meio de transporte tão importante.



A construção da barragem de contenção de cheias é obra importante. As questões que se impõem são: 1º - Se, é capaz de suportar e reter grande volume de águas em intensa e contínua precipitação pluvial; 2º - Se, José Olmi, empresário, advogado e economista, com larga visão sobre problemas estruturais de crescimento urbano, tem razão, quando mostra a necessidade da construção de uma “grande barragem” em área que já havia sido destinada pelo município para este fim; 3º - Se, ele e Nésio Tumelero têm razão quando insistem no aproveitamento urbano das águas de uma grande barragem. Aprofundar o leito do rio, em seu atual curso, ao invés de construir um canal extravassor é outra sugestão. Com o corte de rochas com explosivos de alta tecnologia, essa idéia se viabiliza. Foi assim que Zeca Olmi construiu o edifício mais moderno da cidade, com cinco andares abaixo do nível da rua encravados em rocha pura, sem nenhum abalo do edifício vizinho. O problema é que os gestores públicos não admitem idéias diferentes das deles, como por exemplo, as propostas da AECOM (Associação dos Engenheiros de concórdia) que há anos vem se “esgoelando” de tanto falar no assunto. É “voz que clama no deserto”. Será?



Quase meio milhão de reais gastos no Sonho de Natal e oitenta mil na vinda do Galpão Crioulo em evento fora da Semana Farroupilha. Foram muitos e-mails de contundente apoio à minha crônica pretérita sobre o assunto. Entre eles, alguns chamam a atenção para a inconveniência da Administração, quase um desprezo pelos nossos artistas locais. Gente, por exemplo, como Antoninho da Fronteira, há 56 anos um ícone da música gauchesca, prata da casa, com vários discos e CDS gravados; Guilherme Pazzini, uma lenda da tradição gaúcha em Concórdia (ele e Antoninho são os únicos fundadores do CTG Fronteira da Querência ainda vivos, o primeiro CTG fundado fora do Estado do Rio Grande do Sul); Tche Mendes, um artista excepcional, inteligente, bem articulado, politicamente esclarecido, com um programa diário e formador de opinião, na Aliança; Noé de Vargas, poeta, cantor, animador de primeira linha, há décadas comandando um dos melhores programas da rádio concordiense, na Rural; outros artistas locais, bandas e orquestras; tenho certeza teriam o máximo prazer de, por custo zero, contribuírem para com o Sonho de Natal. Economia para o erário público, valorização dos nossos e autêntica alegria do povo.

Pensamento da semana: “Senhor, nos dê de presente neste natal, espírito público e mais fraternidade para com os nossos”.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

“ABAC: VOCE ACREDITA EM MILAGRES?”

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Em meio à opulência desta cidade, aportam seres humanos envolvidos com graves obstáculos econômicos e problemas sociais que requerem tratamento urgente, firme e digno, sob pena de violação a direitos humanos fundamentais. A solução da miséria humana exige o envolvimento de todas as instituições, principalmente das igrejas que precisam desenvolver uma vontade concorde e uma consciência de responsabilidade coletiva entre seus fiéis em favor dos grupos sociais mais pobres e marginalizados. Desde as primeiras comunidades cristãs, seguindo o exemplo de Jesus, a predileção de todas as igrejas obrigatoriamente deve ser pelos pobres, necessitados e desprotegidos da sociedade. Uma avaliação ética de nossa fé esbarra necessariamente em ações concretas de caridade, em práticas de justiça social, em vencer egoísmos. De boas intenções, o inferno está cheio. De fato, de que adianta orar dia e noite através de palavras, lamentações, louvores e se prostrar em constantes genuflexões, sem compromisso com a indulgência e a misericórdia? Aos sedizentes cristãos, que vivem nas igrejas, sem compromisso fraterno; aos que oram com os lábios e não com o coração; aos egoístas e orgulhosos que batem ponto nas igrejas, Jesus manda o seguinte recado: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas sim o que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus, esse entrará no Reino dos Céus. Muitos me dirão, naquele dia: Senhor, Senhor, não é assim que profetizamos em teu nome, e em teu nome expelimos os demônios, e em teu nome obramos muitos prodígios? E eu então lhes direi, em voz bem inteligível: Pois eu nunca vos conheci; apartem-vos de mim, os que obrais a iniqüidade.”

O problema é que a graça da salvação tem uma única fórmula: a prática do amor e da caridade. Engajar-se numa comunidade cristã de amor ao próximo, como a Associação Beneficente Ágape de Concórdia, ABAC (um belíssimo exemplo entre outras instituições), emprestando-lhe tempo, amor e ajudando-a financeiramente para viabilizar sua intensa atividade “pro misero”, talvez seja a oportunidade para descobrir a verdadeira felicidade, o verdadeiro sentido de viver um autêntico cristianismo. Apesar da abençoada ajuda do Município de Concórdia, os recursos para manter a ABAC ainda são insuficientes devido a crescente demanda de atendimento. Sem ainda conseguir o título de entidade filantrópica, a alta carga tributária dessa exemplar instituição é alta, o que também inviabiliza doações em dinheiro de empresas e particulares que buscam abono fiscal. O Albergue da ABAC atendeu 150 pessoas no primeiro semestre de 2010, todas em situação de risco social, moradores de rua e pessoas de passagem pela cidade, sem condições financeiras para se estabelecerem. Para cada uma é feito, no mínimo, cinco atendimentos, desde banho, vestimentas, passagens, documentos, algum equipamento de extrema urgência e até inserção no mercado de trabalho. Desde 2002 a ABAC segue vivendo da fé e resgatando da extrema penúria centenas de seres humanos. Até o dia 15 de dezembro a ABAC precisa de um milagre para viabilizar sua existência em nosso meio, em torno de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para pagar cozinheira, assistente social, limpeza, alimentação, material de higiene pessoal, expediente, combustível, aluguel, luz, água, telefone e outros. “Dar um pouco do que tem ao que tem menos ainda, enriquece o coração e faz a alma ainda mais linda”. Ajude a Deus a fazer mais este milagre.


Pensamento da semana: A ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS SURDOS-APAS, promove no dia 11, sábado, BAZAR BENEFICIENTE com mercadorias apreendidas pela Receita Federal, nas antigas instalações da Loja Ponto Frio. Parabéns a IRMA CASAGRANDE por mais esta iniciativa.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

PLANO DIRETOR: VIADUTOS E ABACATEIROS NA PRAÇA.


Cesar Techio
Economista – Advogado - cesartechio@gmail.com

Um novo Plano Diretor para a cidade deve levar em consideração, entre os multifacetados compromissos obrigatórios estampados no Estatuto das Cidades, certos aspectos que, em Concórdia são importantíssimos, relevantes, imprescindíveis e inalienáveis:

1° - Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio dos Queimados: Se quisermos garantir a eficiência e eficácia do canal extravassor e do pequeno açude de retenção, em construção, há necessidade de revitalizar o ecossistema à montante do centro da cidade, proibindo novos loteamentos e construções; aumentando a área ciliar no entorno de fontes, determinando o replantio de árvores, enfim, reconstruindo o meio ambiente para ajudar na retenção das águas pluviais. Cansei de escrever sobre este assunto. Neste aspecto, é de espantar e uma vergonha a aprovação e liberação de novos loteamentos à montante do Rio dos Queimados, a partir do centro da cidade. Há urgente necessidade de legalmente impedir que as autoridades aprovem quaisquer construções naquele norte, sob pena de atentado à vida das pessoas que residem à jusante do rio e malversação do dinheiro público destinado à contenção de cheias.

2º - Plano Diretor de Expansão Urbana: Há urgência para se ordenar o crescimento urbano em direção ao Distrito de Santo Antônio, Linha São Paulo e BR 153 (pela Rua Leonel Mosele, como já sugeriu o dinâmico vice-prefeito Neudi Santhier). Mais do que traçar eixos de expansão urbana, há necessidade de estimular o crescimento para essas direções, projetando, desde logo, toda a infra-estrutura para que isso ocorra: múltiplas vias asfaltadas; estações integradoras para transporte coletivo interbairros; ônibus alimentadores para passageiros de comunidades do interior; canaletas exclusivas para ônibus expresso para rodoviária a ser construída junto a BR 153; sistemas e estruturas de captação e retenção de água. O ingresso de escolas, postos de saúde, hospitais, supermercados, farmácias e outros estabelecimentos nestas áreas, virão junto com o processo de urbanização. Enfim, é preciso desafogar o centro da cidade de forma natural.

3º - Plano Diretor da Atual Área Urbana: Nosso espaço tem que se amoldar de forma harmônica e ecologicamente correta à topografia, às encostas e aos gargalos que impedem o crescimento urbano, sem afronta ao Estatuto das Cidades. Entretanto, com relação a situação pré-existente, a mesma já se encontra consolidada. Não há que se pensar em demolir prédios já construídos sobre o rio; inventar viadutos suspensos sobre ruas e casas para o tráfego veicular ou plantar abacateiros na praça. Idéias pirotécnicas para diversão popular, só na campanha eleitoral. Mas, convenhamos, de ora em diante, é fundamental impedir construções que induzam aglomerações. A edificação de unidades com menos de 110 metros de área, em até 3 km do Ponto Central (PC) da cidade (Largo Rio Branco), devem ser proibidas. Escavações e construções em morros com declive superior a 30º ou que, geologicamente não sejam recomendadas, idem.
Na realidade, não temos trabalhado, durante todos estes anos, qualquer política de desenvolvimento urbano. Com o novo Plano Diretor, talvez seja possível tentar a construção de políticas públicas inteligentes, voltadas à preservação ambiental e à dignidade humana. Mas, sinceramente? Não tenho esperanças na efetividade disso. Basta constatar que as atuais autoridades continuam liberando alvarás para loteamentos acima do rio dos Queimados e construções em penhascos onde se planta milho a tiro e se colhe a laço. Não existe bom senso, cabeça e peito para preservar o meio-ambiente, garantir a função social da cidade e um futuro digno. Com cabeçudos, o melhor Plano Diretor do mundo, não saí do papel.

sábado, 27 de novembro de 2010

“BELÍSSIMAS MULHERES”


Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com


Escolhi o título desta crônica no impulso. Pela primeira vez adoto um título e a partir dele delimito o tema, partindo de uma idéia básica, que, no caso, ficou bailando em minha mente, condicionada pelos eventos sociais de final de ano, jantares dançantes, desfiles de moda, colunas sociais, em momento único, somente encontrado quando o ano começa agonizar. Em meio a estes sentimentos, a percepção e a constatação da beleza da mulher concordiense, que não se fragmenta diante da multiplicidade de gêneros, cor da pele, fulgurantes cabelos, estupendos vestidos, brilho incomparável dos olhares (alguns furtivos), mas todas, dentro de uma única esfera de magia e de transcendência. Elas movem a nossa vida social, clubes, instituições, corações e famílias. Nascemos delas e por elas vivemos até o fim de nossas existências. Mas, aqui, nesta cidade, são mais intrigantes, instigantes e belas. Incomparáveis, aliam traços físicos estéticos, rostos bem talhados, suavidade no dançar, postura impecável no trato das relações humanas, competentes no trabalho e, doces, meigas, ternas, mas não menos misteriosas por onde passam. Se o Criador fez alguém melhor e mais perfeito, dizem, guardou para Ele. Mas duvido. Nosso modo de viver, conceitos, formação e capacidade de avaliar criticamente o mundo que nos cerca tem sua primeira fonte nos braços de uma mulher. Por isso, por aqui, nesta doce cidade onde nasci a esplêndida formosura feminina tem mais a ver com graciosos talentos espirituais e de caráter do que, com atributos físicos (estes exuberantes e encantadores).

Os valores culturais da migração de várias raças, intensamente miscigenadas, impregnaram nossas mulheres com um forte sentimento de justiça que lhes permite nesta amada província, dar um forte contratestemunho dos valores da sociedade de consumo. Vestem-se bem. Mas sabem diferenciar com precisão conteúdo de continente. Seus corações estão em sintonia com a justiça e a caridade. Suas mentes têm consciência dos graves problemas de nosso tempo e, conseqüentemente estão envolvidas em ações concretas em favor dos menos favorecidos. Elas sabem que não há genuína conversão à justiça, se não houver obras concretas de justiça. Mulheres que se envolvem com trabalhos voluntários de atendimento “pro - misero”, por intensa compaixão aos seus semelhantes. Como as dezenas que atuam na Pastoral da Saúde da Igreja Católica; na Associação Beneficente Ágape de Concórdia, ABAC, sob a presidência de Marizeli Santana dos Santos ou na Rede Feminina de Combate ao Câncer de Concórdia sob a presidência de Eunice Franczak. Enfim, belíssimas mulheres. A elas, no precipitar do final de mais um ano, reconhecimento, orações, admiração e homenagens com um trecho dos Cânticos de Salomão: “Arrebataste-me o coração, minha irmã e minha noiva, arrebataste-me o coração com um só de teus olhares, com uma só jóia de teu colar. Como são ternos teus carinhos, minha irmã e minha noiva! Tuas carícias são mais deliciosas que o vinho; teus perfumes, mais aromáticos que todos os bálsamos. Teus lábios, minha noiva, destilam néctar; em tua língua há mel e leite. Tuas vestes têm a fragrância do Líbano.”

Pensamento da Semana: “Lembram de dois alcoólatras que, sempre juntos, se arrastavam como trapos humanos pelas praças e ruas de nossa cidade? Uma mulher começou a andar e a conversar com eles. Hoje, bem vestidos e asseados, trabalham, inseridos na sociedade. O nome desta mulher? Alessandra Farina, assistente social da ABAC.”

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

“FERIADOS COM SALÁRIOS DE FOME”


Foto: Curitiba PR (Shopping Estação)

Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Não existe nenhuma linha lógica, fim preciso ou justificativa plausível o exagerado número de feriados no Brasil, responsável por alijar das semanas, dias altamente produtivos, como segundas, terças e quintas feiras. Um verdadeiro absurdo e grotesco colapso pauperizador da economia. Transferir esses feriados para os sábados ou domingos, com exceção do natal e 1º do ano seria a solução mais plausível. “Dolce far niente” para a maioria, não se percebe a tremenda perda para o país como um todo, em horas de trabalho, produção e produtividade. De nada adianta ficar de “barriga para cima”, mas vazia. A questão que se impõe ou que verdadeiramente interessa, inclui uma modificação do modelo econômico capitalista. Precisamos pensar em diminuir drasticamente a alta concentração de renda (a mais perversa do mundo); promover a repartição de lucros; a assunção da classe trabalhadora ao comando das empresas; a repartição de sobras líquidas, a exemplo do que ocorre no modelo cooperativista.

O sistema atual escraviza a maioria e despreza a dignidade humana dos trabalhadores, batendo de frente contra a função social da economia, o bem comum e a justiça social. Aliás, candidatos a prefeito, nas próximas eleições, devem se abster de discursar em favor da geração de empregos nesta cidade. Vão cair no ridículo com a petralhada debulhando incontestes provas de que existe falta de mão de obra nas empresas locais. É claro que não se pode cair na tentação de acreditar que o pleno emprego em Concórdia decorre do esforço da administração pública, absolutamente distanciada de quaisquer projetos consistentes, neste sentido, nos últimos 76 anos. Não somente não se empenharam em trazer grandes empresas para o município como, néscios, se omitiram (por absoluta falta de idéia) em implementar projetos de desenvolvimento que estimulassem investimentos na área produtiva. O município nasceu e cresceu nas costas da empresa Sadia. É ela, ainda, agora sob nova denominação, a pedra de sustentação de toda a dinâmica financeira e econômica da região.

Nas próximas eleições, os candidatos devem concentrar seus planos de governo na identificação de novos projetos, que incluam a elaboração de um diagnóstico que identifique as carências e potencialidades da microrregião; a elaboração de uma árvore de oportunidades de investimento; o estímulo da comunidade e de entidades de apoio empresarial a investirem em Concórdia; a elaboração de pré-estudos de viabilidade específicos, entre outros. As pessoas devem se sentir atraídas por modelos de geração de renda dos quais elas participem, não somente na condição de investidoras, garantindo o retorno do seu capital, mas de gestoras, na medida de suas participações societárias. Com efeito, não existe sentido em investir em caderneta de poupança, CDB, RDB e outros papéis com os quais o rico dinheirinho voa para fora da região sem contrapartida local. Através de empresas comunitárias, nossa gente pode investir aqui, gerando tributos, renda melhor distribuída e um futuro melhor para os próprios filhos. Mesmo porque, de que adianta pleno emprego com salários de fome? De que adiantam tantos feriados se, para a classe trabalhadora, empregada, não sobra para gastar em lazer?

Pensamento da semana: “Juropordeus que foi essa a pergunta que fiz. São tantos feriados e tantos santos para festejar, que por um lapso me confundi. E logo Cassio respondeu: São Deodoro”. Adriana Vandoni.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

DILMANDO: A VOLTA DA CPMF



Foto/tema: "Flores para Neide Azevedo Lima uma das maiores cronistas do Brasil".

Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Só me faltava ser acusado de oblíquo em minhas crônicas. A versão local de ocupantes de cargos, recalcados pela falta de autonomia e liberdade que degenera em adulações e bajulações, se ressente das razões, raciocínios, objeções lógicas e constatações que faço a respeito da conduta política do presidente Luis Inácio adeus da Silva frente ao governo do estado brasileiro. A defesa, em linhas gerais é de comezinhos princípios constitucionais, universais e do direito natural. E é claro tentam atingir o meio de comunicação que empresta espaço a estas reflexões, jornal que até o presente momento se mostra incorruptível, independente, disposto a não sacrificar a verdade e a justiça diante de considerações livres, mas não menos equivocadas. Mas, enquanto dura esse espaço, a articulação agora tem a ver com o verbo dilmar. Sempre na segunda e terceira pessoa do singular e do plural para quem depende daquilo a que me referi acima (ele dilma, eles dilmam, tu dilmas, vós dilmais...). E, nesta conjugação, entraram vergonhosa e despudoradamente governadores de oposição ao apoiar a volta da desgraçada Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, CPMF, imposto regulamentado em 1997 para financiar a saúde e extinto em 2007 por pressão da sociedade brasileira, sendo esta a maior derrota do presidente Lula. Defendem o assalto tributário o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), Antonio Anastásia (PSDB), governador re-eleito de Minas Gerais, Cid Gomes governador do Ceara (PSB) entre outros (em torno de 13 governadores). A idéia da CPMF era a de custear a saúde pública, mas os recursos, obtidos pela incidência de desconto de 0,38% sobre os débitos lançados sobre todas as operações bancárias passaram a ser desviados para a Previdência Social e para o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza. Usada como meio de fiscalização do Imposto de Renda pela Receita Federal e incidindo sempre em cascata (uma única transação envolvendo três, quatro ou cinco operações bancárias de um mesmo negócio eram taxadas em igual número com a alíquota de 0,38%),

Durante a campanha eleitoral (cujas promessas devem sim, serem lembradas e cobradas) Dilma firmava sua disposição em barrar a criação de qualquer novo imposto e reduzir a carga tributária. Agora, passada as eleições, sutilmente empurrou a questão da volta da CPMF à articulação de governadores: “Não pretendo enviar ao Congresso a recomposição da CPMF, mas não posso afirmar… Este país vai ser objeto de um processo de negociação com os governadores”. Naturalmente que esta nova postura, é um tapa na cara dos 55 milhões de eleitores que votaram nela acreditando no discurso de que diminuiria a carga tributária. Por conta disso, o verbo dilmar tem a ver com afirmar uma coisa durante a campanha e fazer outra depois de eleito. Este verbo “dilmar”, em que pese nascer em primeira mão aqui nesta coluna, na verdade foi criado pela presidente três dias depois de eleita. Verbo poderoso, na mão da 16ª mulher mais poderosa do mundo (segundo a revista Forbes) marca, quatro anos antes, a nova derrota do PSDB nas eleições presidenciais de 2014. Por fim, o possível afastamento de Henrique Meirelles do Banco Central, indicado de forma extraordinariamente feliz pelo presidente Lula para o cargo ocupado por oito anos, deixa dúvidas se não se trata de manobra para atingir a forte independência e autonomia da instituição, importantíssima para o país, como se provou durante a crise econômica que se abateu no mundo. É bom lembrar que, durante a campanha, Dilma afirmou que achava “importantíssima a autonomia operacional que o Banco Central teve durante o governo do presidente Lula“. Ora, então porque tirar Henrique Meirelles do BC, se sua atuação independente e forte, foi um tremendo sucesso durante oito anos? Será que Dilma dilmou, nesta também?

Frase da semana: “A política é uma delicada teia de aranha em que lutam inúmeras moscas mutiladas”. Alfred de Musset.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

“LULA CABO ELEITORAL: USO DA MÁQUINA PÚBLICA?” (versão local)



Foto: Tema "Curitiba, amada. Uma rua chamada Petit...ruas de uma vida."

Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Que, o atentado ao direito à propriedade privada continua estampado no Programa Nacional dos Direitos Humanos forjado na Casa Civil aos tempos em que a presidente eleita Dilma Rousseff era ministra, há isso continua. Essa senhora, que governará (ou não) o país a partir de 2011, jamais concorreu a qualquer cargo eletivo em sua vida. Se me abstive de lhe comentar em tempos de eleição, foi para não incorrer num chato “bis in idem”, afinal, o povo brasileiro vinha sendo informado à exaustão sobre sua vidinha na guerrilha. Entretanto, deu para discorrer, e muito, sobre o “Senhor 83% de aprovação nacional Lula Lá”, amigo dos governantes do Irã, Venezuela, Cuba e outros paisinhos sanguinários, antidemocráticos, tipo escória da humanidade. Passada essa fase, não custa constatar que os partidos da situação local não ganharam. Perderam. E feio: Dilma naufragou de escafandro nas urnas e, por conta disso, a antipatia do prefeito chegou às raias da revolta. Esbravejou. Como se a derrota de sua candidata à presidência fosse um sinal de rejeição à sua própria pessoa e à administração municipal. Antipático porque tem dificuldade em receber em gabinete o povo, o qual nas ruas, de longe cumprimenta agitado. Antipático porque tem péssima memória e fica ansioso quando dá de cara com quem não embarca em sua canoa. Antipático, porque em aparições públicas vira caricatura e, neste ponto, as comparações com o seu predecessor são inevitáveis. Assim como sua candidata Dilma, eleito nas barbas do antecessor navega em mandato tampão e, salvo milagre, já pode ir se despedindo. Volta a disputar o cargo o ex-prefeito. Querem apostar?

Embalados na vitória da oposição nacional (dez governos estaduais, oito do PSDB, Paraná, São Paulo, Minas, Goiás, Tocantins, Alagoas, Pará e Roraima e dois do DEM, Santa Catarina e Rio Grande do Norte, com governo sobre 52,3% da população e bem mais da metade do PIB) a oposição da terrinha já começa a se agitar. Têm pré-candidatos a prefeito para todos os gostos (hehe), e em todos os partidos, partidinhos, grupinhos e grupelhos. E cada um puxando a carroça ao gosto do milho à frente. Interessante observar que o PMDB, oposição no município, elegeu o vice-presidente da república na turma do PT de Brasília. Fazer o que, né? Enfim, em que pese perdermos a oportunidade para elegermos José Serra, as eleições serviram para demonstrar que a oposição é forte, e que os imperativos morais discutidos durante a campanha são importantes e não podem ser ignorado pelo futuro governo. É claro que, as eleições ainda podem ser questionadas. Afinal a utilização da estrutura do estado, com Lula cabo eleitoral pró sua criatura, certamente desequilibrou o pleito. O tempo usado pelo presidente da república (eleito para governar o país e não para fazer campanha e propaganda política 24 horas por dia) tem matizes de indevido uso da máquina publica e cheiro de ato de improbidade administrativa. Por conta de sua forçada e abusiva atuação eleitoral, quem saiu menor da campanha foi ele mesmo e não José Serra. Sua onipresença no pleito demonstrou que, na realidade, quem ganhou as eleições foi ele e não sua invenção. Durante a campanha o “presidente cabo-eleitoral” teve mais ressentimentos do que metas e nada a inspirá-lo, a movê-lo, senão seu desatino no comando da estrutura governamental e o ódio à oposição. Fica no cargo mais dois meses. Depois, xô Lula! Vá para casa!

Pensamento da semana: “A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.” Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

NOVO PRESIDENTE DE PLANTÃO


foto: Curitiba - PR

Cesar Techio - Economista – Advogado

cesartechio@gmail.com

O intervencionismo estatal, em certas circunstâncias é aconselhável como sensato imperativo para o desenlace de difíceis problemas sociais resultantes da alta concentração de renda e exploração desenfreada do liberalismo econômico. O que interessa é que o Estado não se constitua em um fim em si mesmo, mas se mantenha como instrumento capaz de assegurar (e não de acabar), o valor da dignidade da pessoa humana, os princípios universais do direito do homem, o direito à vida, à privacidade, às liberdades democráticas, pouco importa o futuro presidente de plantão e seus êmulos. Convém observar que as instituições brasileiras são capazes de resistir à eventual panacéia de um presidente e dos que pretendem abolir a propriedade privada e as liberdades democráticas, detonar o judiciário ou ainda reduzir a vida humana ao materialismo, o qual “consiste em professar que o espírito não tem existência antes do corpo; o espírito é fato secundário, função do cérebro e imagem do mundo exterior” (Lênin, Materialismo e empiriocentrismo). O liame doutrinal entre o Plano Nacional dos Direitos Humanos de Lula e a vetusta controvérsia de Engels, de que “o mundo material é a única realidade, nossa consciência e nosso pensamento, por transcendentes que pareçam, não passam de produto de órgão material e corporal, o cérebro; a matéria não é produto do espírito; este, sim, é produto superior da matéria”, é gritante. Só não percebem os cegos surdos.

Talvez seja por isso que um magistral juiz de direito, dias destes, ante minha surpresa diante de certa situação, afirmou o seguinte: “Dr. Techio, o judiciário pode ser cego, mas não é surdo”. Assim se espera da sociedade brasileira e de suas instituições: se forem cegas, que não sejam surdas; se forem surdas, pelo menos que não sejam cegas. Por óbvio que não se insere nos nossos caros princípios constitucionais a aproximação do presidente a governos sanguinários (Irã e Cuba, por exemplo). Muito menos o emblemático e desumano PNDH3, indisfarçável diretriz oficial ideológica do governo Lula e filhote de uma esquerda perdida e comprometida com políticas de países como o Irã, Cuba e Venezuela. Sempre lembrando que o Irã é governado por um governo que apedreja até a morte mulher infiel, e Cuba por uma raivosa e insane orientação de cunho marxista, igualmente assassina, estéril e covarde na medida em que, por décadas trancafia opositores políticos.

Que ninguém se iluda. A concepção materialista do mundo e o ateísmo se constituem no terreno em que se esteia o ponto de partida e a problemática do jugo de um governo apartado da democracia. Enfim, a advertência de um amigo, já falecido, que admiro e que traduz uma autêntica posição em defesa da ordem moral: “Qualquer que seja o progresso técnico e econômico do mundo, não haverá nem justiça nem paz enquanto os homens não voltarem ao seio da dignidade de criaturas de Deus, primeira e última razão de ser de toda a realidade por Ele criada. O homem separado de Deus torna-se desumano consigo mesmo e com os semelhantes, porque a relação ordenada de convivência pressupõe a relação ordenada de consciência pessoal com Deus, fonte da verdade, da justiça, do amor” (João XXIII).

Pensamento da semana: “Como todos sabem, Lênin era um teórico lastimável... É evidente também que os conhecimentos filosóficos de Lênin eram muito bons para fazer as pessoas boas rirem... Materialismo e empiriocentrismo será eternamente um modelo de estupidez extrema” (Bukarine, pensador bolchevista famoso, mas fuzilado por ocasião dos “expurgos’ dos anos 30).

Homenagens da semana: Ao magnífico juiz de Direito Dr. Uziel Nunes de Oliveira que com seu brilhantismo e força moral honra o Poder Judiciário Catarinense em nossa Comarca

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

"RELIGIÃO NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS"


Foto: Curitiba - PR (Passeio Público)


Cesar Techio - Economista –Advogado cesartechio@gmail.com

Se, os candidatos a presidente da república acreditam ou não na existência de Deus, isso é absolutamente irrelevante. Mesmo porque, até o diabo acredita. Tanto acredita que Lhe tentou tomar o lugar numa rebelião celeste, descrita na bíblia. Todavia, ao contrário do que alegou o protegido do presidente Lula, José Sarney, no sábado dia 16/10/2010, de que lamenta “que o problema da religião tenha aflorado nesta campanha, acho que, quando temos religião, participando da política, temos inevitavelmente um caminho que vai terminar no fanatismo”, os princípios cristãos devem necessariamente ser a base de toda a discussão política nesta reta final da campanha presidencial. Ocorre que o problema não se circunscreve a uma singela discussão religiosa. Mas a um questionamento sobre a práxis cristã de cada um dos candidatos. O que interessa, para eleger um bom presidente é aquilatar seu compromisso com a vida, com os princípios fundamentais da pessoa humana, com a democracia e com o respeito ao direito alheio, pois é isto o que mantém a dignidade de cada cidadão.

A resposta fundamental que pode nos ajudar a decidir corretamente em quem votar tem a ver com as práticas habituais de cada candidato no decorrer de toda sua vida pública. Principalmente em questões essenciais que digam respeito ao direito natural, aos princípios constitucionais, universais e cristãos. A pergunta do eleitor deve ser: Qual dos dois candidatos melhor demonstrou com todo o seu coração, alma, forças e entendimento, verdadeiro amor ao povo e aos direitos humanos? Conta Lucas, um dos apóstolos, que certo doutor da lei perguntou a Jesus, o que deveria fazer para herdar a vida eterna. Disse-lhe Jesus: Que está escrito na lei? Como lês tu? Respondeu-lhe ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Tornou-lhe Jesus: Respondeste bem. “Faze isso, e viverás.” Como se vê, na hora de votar não deve ser difícil escolher entre Dilma Roussef e José Serra. Basta observar qual dos dois, durante sua vida pública, foi coerente com o direito à vida.

E não adianta tentar, agora, na reta final da campanha, usar Deus como cabo eleitoral e o seu santo nome como slogan de uma prática nunca vivenciada, apostando alto na fé dos cristãos. Neste ponto, Pedro, o apóstolo, foi genial. Num recado que nos serve hoje, ele disse o seguinte: “Façam todo o possível para juntar a bondade à fé. À bondade juntem o conhecimento e ao conhecimento, o domínio próprio. Ao domínio próprio juntem a perseverança e à perseverança, a devoção a Deus. A essa devoção juntem a amizade cristã e à amizade cristã juntem o amor. Pois são essas as qualidades que vocês precisam ter. Se vocês as tiverem e fizerem com que elas aumentem, serão cada vez mais ativos e produzirão muita coisa boa (...). Mas quem não tem essas coisas é como um cego ou como alguém que enxerga pouco”. Por óbvio que José Sarney (até por seu histórico de acusações de corrupção) não tem moral para criticar os cristãos e afirmar que a religião descamba para o fanatismo quando questiona projetos políticos dos candidatos a presidência da república. E também está muito enganado, porque aposta em cristãos cheios de fé, mas ignorantes e atrasados. Por óbvio que discernimento, conhecimento e informação, nos dias atuais, caminham junto com a fé de todo bom cristão.

Pensamento: “O direito de nascer é o mais importante dos direitos humanos. Se o aborto não for debatido agora, durante as eleições presidenciais, vai ser debatido quando?”

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

"ELEITOR TEM BOA MEMÓRIA E NÃO PERDOA"


Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

O povo do Estado de Santa Catarina é um exemplo para o Brasil: tem boa memória. E por conta disso impôs uma estrondosa derrota à candidata ao governo, Ideli Salvatti. Com apenas 21,90% dos votos dos eleitores, colheu o que plantou quando, com o seu partido, o PT, se aliou a José Sarney e a Renan Calheiros no Congresso Nacional. Em minha crônica “TAPA NA CARA”, de 26/08/2009, escrevi: “... o discurso de Sarney cedeu lugar ao que verdadeiramente interessa ao povo brasileiro: sua participação na fundação que leva seu nome, os negócios com crédito consignado de seu neto, a nomeação de servidores com relações próximas, os atos secretos, etc. Em meio a este turbilhão, o PSDB e o DEM, vencidos no caso das onze denúncias contra Sarney, abandonam e propõe a extinção do Conselho de Ética. Também pudera, três petistas, aplaudidíssimos por Renan Calheiros e Fernando Collor de Mello, votaram a favor do arquivamento das denúncias. São eles: João Pedro (AM), Delcídio Amaral (MS) e Ideli Salvatti (SC). A atitude do senador Eduardo Suplicy, após o pedido de desfiliação da senadora Marina Silva (PT-AC) e do senador Flávio Arns (PT-PR), demonstra claramente que o PT foi rachado para sempre. E não é para menos. Flávio Arns pretende que a Justiça diga que o PT foi infiel ao seu ideário político. Eduardo Suplicy e Pedro Simon (PMDB-RS), em meio a 81 senadores que compõem o Senado Federal, ergueram bandeira contra a vergonhosa bandalheira que se instalou no Congresso Nacional e tiveram a coragem e dignidade de baterem de frente contra os amigos de Sarney, incluindo o presidente Luis Inácio Lula da Silva. Para nós, catarinenses, o que mais impressionou foi o voto subserviente da Senadora Ideli Salvatti, um verdadeiro tapa na cara e na decência dos eleitores e uma amarga decepção e vergonha aos petistas de boa índole”.


Na semana seguinte, em 02/09/2009, com o título “LULA NÃO FARÁ SEU SUCESSOR”, ainda escrevi: “A par destas acusações, após o arquivamento das onze denúncias contra Jose Sarney com o apoio do PT (inclusive da senadora catarinense Ideli Salvatti), o Senador Flávio Arns (PT/PR) jogou “lama” no ventilador: “O PT jogou a ética no lixo e vai ter que achar outro caminho. Deu as costas ao povo, à sociedade e às bandeiras tão caras a tantas pessoas. Tenho vergonha de estar no PT”.

Conhecida a política de Brasília, envolvida a proteger esquemas internos de corrupção e externamente simpática a governos totalitários, distingue-se pela ausência de escrúpulos, quando apóia essa gente, e pelo repúdio a valores inalienáveis quando, através do Gabinete da Presidência da República, propõe à nação o Plano Nacional dos Direitos Humanos, o qual, de humano não tem nada. Enfim, o que menos conta em certos segmentos políticos são os ideais de liberdade e a lealdade aos princípios humanos, constitucionais e universais. Basta constatar o imbróglio político que, em Alagoas, levou Renan Calheiros para o seu terceiro mandato de senador da República. Passou a honestíssima e competente Heloísa Helena (dada como eleita, ficou em terceiro lugar). Em termos de alienação, bem melhor seria votar num Tiririca da vida, palhaço assumido mas de bom coração. Enfim, de alienado o povo catarinense não tem nada. Mesmo diante de um discurso antidemocrático e raivoso de Lula, ao atacar Luiz Henrique e propor extirpar o DEM da política brasileira, elegeu Raimundo Colombo (DEM), Paulo Bauer e o ex-governador Luiz Henrique ao senado Federal. Da mesma forma, quando Ideli Salvatti se aliou a Sarney e a Renan Calheiros, passou a vê-la como um deles. É que o povo daqui conhece a máxima: “Me diga com quem andas que te direis quem és”. E, de quebra, sabe dar o troco.

Pensamento da semana: "Quando for roubar dinheiro público,não se esqueça que na sua conta tem a honra de um homem envergonhado por ter que ver sua família passando fome"

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

2º TURNO: "DIA DO EVANGÉLICO"


Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Demonstrando total ignorância de que o estado brasileiro é laico, o presidente Lula assinou no dia 15/09/2010, a lei nº. 12.328 na qual, em dois singelos artigos, instituiu o Dia Nacional do Evangélico. Vale a pena transcreve-la: “Art. 1o Fica instituído o Dia Nacional do Evangélico, a ser comemorado no dia 30 de novembro de cada ano. Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 15 de setembro de 2010; 189o da Independência e 122o da República.” (fonte: http://www.planalto.gov.br). Com o objetivo de agradar os evangélicos a apenas 18 dias da eleição presidencial, na realidade Lula assinou uma lei que, além de absurdamente inconstitucional é imoral e afrontosa. Pelos seguintes motivos: 1º - Todo o dia é dia de vivermos os ensinamentos de Cristo; 2º - Por privilegiar somente uma corrente religiosa. 3º - Agora, em tese e por isonomia, há necessidade de se criar o dia dos católicos, umbandistas, espíritas, budistas, entre outros. Na mesma surpreendente e inusitada simpatia às religiões, quatro dias antes das eleições Dilma Roussef foi acolhida por lideranças católicas e evangélicas. Em reunião amplamente divulgada pela mídia afirmou que, ao contrário do apoio que demonstrou no passado, é contra o aborto e que defende total liberdade de crença. Declarando-se católica defendeu parcerias com as igrejas no seu futuro governo. Se, tudo isso fez parte de uma estratégia para captar votos dos cristãos na última hora e, se deu certo, somente uma análise criteriosa dos resultados da votação que recebeu no 1º turno das eleições e receberá no dia 31 de outubro, pode esclarecer.

E, por falar em “acordo”, antes da votação do “Ato Permissionário” que lhe daria poderes para aprovar leis sem necessidade do parlamento, Hitler fez um discurso afirmando que o nazismo estava lutando pelos valores cristãos: “Enquanto o governo está determinado a prosseguir com a limpeza política e moral da nossa vida pública, ele está criando e assegurando os pré-requisitos para uma verdadeira vida religiosa. O governo vê em ambas as confissões cristãs (católicas e protestantes) os mais importantes fatores para a manutenção da nossa cultura” (Adolf Hitler, 23/03/1923). Em função desta posição, a igreja católica e o governo nazista formalizaram uma aliança, denominada “Concordada” (Reichskonkordat), na qual ficou formalizado que os bispos deveriam prestar juramento ao representante do Estado do Reich, ou a Hitler: “Eu juro e prometo honrar a legalidade constituída do Governo e fazer com que os clérigos da minha diocese honrem também. No desempenho de meu trabalho espiritual e da minha solicitude pelo bem estar e interesses do Reich alemão, eu vou lutar para impedir qualquer mal que possa ameaçá-lo.” (Assista o documentário no blog http://cesartechio.blogspot.com/). Devido a esse acordo Hitler se tornou ditador com poderes absolutos. Como terminou essa história, todo mundo já sabe.

Enfim, “alea jacta est” (a sorte está lançada). Enquanto aguardamos o 2º turno, falemos, finalmente, de coisas mais amenas, que inebriam o coração e surpreendem a alma. Falemos de amor que nos fornece esperança, oxigênio e vida; que nos move da loucura da solidão e dos preconceitos do passado em direção ao futuro dourado. E, convenhamos, pelo menos nesta seara haveremos (nós também), de concordar: Gênios, doutores, homens de negócios, poetas, políticos, filósofos, desconhecidos, famosos, operários, crentes e ateus, jovens e velhos, todos, em algum momento da vida, já olhamos para o pôr do sol e nos enternecemos no lusco-fusco, a espera de uma estrela que tem nome de mulher. Pensamento da semana: “No lusco-fusco, limiar do anoitecer quando o sol alcança o ocidente, em pensamentos tua presença se faz.” Verluci Almeida.


“REICHSKONKORDAT”

terça-feira, 28 de setembro de 2010

"BRASIL 2011: FIM DA LINHA"

Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com
O título em epígrafe completa a trilogia “Brasil 2011”, com “salve-se quem puder” e “se correr o bicho pega”. No epicentro destas reflexões, exemplarmente a tentativa de Lula, de seus assessores do Gabinete da Presidência da República e da candidata à sucessão presidencial, de criar uma mini-constituição, tendo como base uma grave inversão dos valores humanos. O instrumental de análise utiliza, singela e basicamente, os princípios universais e constitucionais do direito natural, da dignidade da pessoa humana e da liberdade democrática. Assim, se Lula lesse essas crônicas, conforme afirmou teria que “dar mão à palmatória”, (“Quando falam mal de mim e eu estou errado, dou a mão à palmatória" disse essa semana, em campanha eleitoral). Teria mesmo que concordar com todas as críticas da imprensa com relação a sua postura e política relativa aos direitos humanos e a sua aproximação a governos ditatoriais, sanguinários e antidemocráticos. Em “Delírios e Sucessos de Lula”, reconheci o êxito das políticas de renda mínima e segurança alimentar do seu governo, que permitiu que 23 milhões de pessoas saíssem da linha de pobreza extrema e que fossem criados 11 milhões de empregos.

O problema é que a solução magna do processo produtivo e do problema social, pelo que se conclui das idéias originais contidas no seu Plano Nacional de Direitos Humanos, se resume na destruição da propriedade privada, no controle do judiciário, na mordaça às religiões e a imprensa; motivo da analogia à ideologia de esquerda “a la soviética” (que desmoronou junto com o murro de Berlim). Todavia, é bem verdade que o outro lado da moeda mostra que Lula, sob o apoio do sistema bancário e do liberalismo econômico, construiu um governo no qual os trabalhadores ficaram inteiramente subordinados ao capital, à avidez do lucro, à idolatria da riqueza e, principalmente, à concentração de renda, a maior do planeta. Sob essa égide, realmente é ingenuidade culpar a esquerda e as Igrejas traídas que o apoiou nas duas últimas eleições a presidente da República. As perguntas que ribombam na cabeça destes arrependidos e de todo o povo brasileiro são as seguintes: 1º - De que adianta aos trabalhadores e as suas famílias saírem da linha da miséria se continuam escravos do sistema, empregados com salários de fome e sem perspectiva de saírem desta escravidão? 2º - A riqueza capitalista estará segura com a morte da democracia? 3º - De que adianta um prato de comida sem liberdade?

Ora, tanto o capitalismo, que objetiva “o primado do indivíduo sobre a sociedade”, como o socialismo, que objetiva “o primado da sociedade sobre o indivíduo”, identificam-se pela exploração da classe trabalhadora porque consideram como fim último da economia a “máxima produtividade de bens e serviços”, sobrepondo-o aos direitos fundamentais da pessoa humana. Assim, é cabível o esclarecimento de que, tanto o equivocado apoio ao projeto da esquerda (capitalismo de Estado, tipo Venezuelano e Cubano, que destrói todas as liberdades e ameaça direitos fundamentais), como o apoio à direita (exploradora e concentradora de renda), tem raiz numa equivocada visão de autonomia econômica. As duas ideologias possuem o desenvolvimento econômico como único objetivo, subordinando todos os valores do direito natural e do espírito aos elementos da matéria. Sob o pálio destes dois sistemas, a liberdade da classe trabalhadora não passa de uma utopia discursiva. Ambos os regimes jogam o homem, ou no farisaísmo do orgulho coletivo ou do lucro individual burguês. Decorrem desta conclusão, os títulos desta trilogia e a aconselhável opção pela doutrina social da igreja.

Pensamento da semana: “A democratização das nossas sociedades se constrói a partir da democratização das informações, do conhecimento, das mídias, da formulação e debate dos caminhos e dos processos de mudança.” Betinho.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

“BRASIL 2011: SE CORRER O BICHO PEGA...”.



Foto tema: "Curitiba, um amor para sempre."

Cesar Techio - Economista – Advogado

cesartechio@gmail.com

Não existe a menor dúvida, de que o Plano Nacional de Direitos Humanos – PNDH, subscrito pelo presidente “Lula”, representa o genuíno pensamento ideológico da cúpula que atualmente dirige o país e, pelo que se vê, com Dilma Roussef dirigirá a partir de 2011. O repúdio e a reação da sociedade a esta ideologia têm como fundamento a razão natural e elementos de bioética, de biodireito e, na base da discussão, os valores humanos. Neste contexto, não há qualquer cepticismo de que os defensores do PNDH e do homicídio pré-natal de crianças que no útero de suas mães não possuem qualquer chance de autodefesa, são agressores dos direitos humanos fundamentais e das garantias da dignidade da pessoa humana asseguradas pela constituição federal e pela moderna legislação universal construída sob o influxo da doutrina social cristã. É que, diante da história, não se pode negar que os sentimentos e princípios de fraternidade que repercutiram de forma extensa, efetiva e profunda na nossa ordem jurídica e na construção de nossa constituição são, fundamentalmente, de orientação cristã. Esta orientação redundou na proibição constitucional, artigo 60, § 4º, inciso IV, de qualquer deliberação de proposta tendente a abolir os direitos e garantias individuais, entre eles o direito à vida, esculpido em clausula pétrea, “caput” do artigo 5º. Graças a isto, jamais, dentro de nosso sistema se poderá questionar a simples possibilidade de se matar deliberadamente uma pessoa, porque a vida, pelos matizes da democracia, é um valor supremo que não pode ser relativizado, violado ou suprimido. E, “data máxima vênia”, o direito de nascer é o mais genuíno direito à vida e o primeiro de todos os direitos humanos.

Neste norte, a reação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ao PNDH foi a de anunciar ao povo cristão (pouco importa a que igreja pertença) uma visão de pessoa humana criada à imagem e semelhança de Deus, dentro dos seguintes postulados: 1º- “A pessoa humana é, assim, sagrada, desde o momento de sua concepção até o seu fim natural. A raiz dos direitos humanos há de ser buscada na dignidade que pertence a cada ser humano”. 2º- “A fonte última dos direitos humanos não se situa na mera vontade dos seres humanos, na realidade do Estado, nos poderes públicos, mas no próprio ser humano e em Deus seu Criador". 3º- Tais direitos são “universais, invioláveis e inalienáveis”. Na senda desta lucidez, surgiu o projeto do Estatuto do Nascituro que reconhece este como ser humano concebido, mas ainda não nascido, incluindo neste conceito os seres humanos concebidos "in vitro", mesmo antes da transferência para o útero da mulher.

Em todos os casos, o PNDH foi, num primeiro momento, importante, porque trouxe a lume a ideologia da cúpula que segue governando o Brasil, cuja linguagem e ideologia a faz estranha aos princípios fundamentais que regem nossa Magna Carta. A aproximação de Lula com países totalitários, cujos governos mantem encarcerados e/ou matam prisioneiros políticos, foi o primeiro passo. O segundo foi o PNDH com a instituição da Comissão da Verdade com amplos poderes para investigar, julgar e condenar qualquer cidadão; seguido por outras aberrações inconstitucionais. Agora, prestes a sair da presidência, Lula já não mede mais as conseqüências de sua linguagem ideológica, falando até em “extirpar” partidos políticos. E, acreditem, mesmo diante da miséria que campeia pelo Brasil, em julho de 2010 sancionou a lei 12.292, que lhe autoriza doar recursos à Autoridade Nacional Palestina, para a reconstrução da Faixa de Gaza, esta governada pelo grupo terrorista Hamas, no valor de até R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais).

Pensamento da semana: “É impossível escravizar mental ou socialmente um povo que lê a Bíblia. Os princípios são os fundamentos da liberdade humana.” Dorace Greeley.

sábado, 18 de setembro de 2010

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

“BRASIL 2011: SALVE-SE QUEM PUDER.”

Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Plasmado dentro do gabinete da presidência da república, o Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH defendido pelo presidente Lula e por Dilma Rousseff, se apresentou como verdadeiro espelho do pensamento das pessoas que comandam e que pretendem continuar comandando o Brasil. Em que pese algumas modificações, prescindindo do Congresso Nacional o plano, na essência, se constituiu num golpe totalitário contra a democracia, uma verdadeira cusparada em vários direitos fundamentais. Ives Gandra Martins, um dos maiores juristas do país, escandalizado, afirmou que o PNDH: "É um programa de direitos desumanos, o que menos tem é dignidade humana. Eu lembraria o que disse Agripino Grieco quando lhe deram um livro de um mau poeta. Ele leu e disse: 'Eu aconselho a queimar a edição e, em caso de reincidência, a queimar o autor'. Eu não sou tão cáustico à reincidência de queimar o autor, mas que vale a pena queimar a edição desse programa vale. O pior é que tudo isso é uma escarrada repetição da Constituição Venezuelana. Em outras palavras, é o regime marxista que temos na Venezuela que nossos aprendizes de ditadores, aprendizes de revolução chavóide (de Hugo Chávez), estão pretendendo colocar no Brasil. O que se pretende é dar um novo status jurídico ao Brasil, a caminho da ditadura, em que o Poder Executivo é tudo e os outros poderes são nada.” (fonte: Canção Nova http://noticias.cancaonova.com).

O grande mérito do PNDH, na realidade, foi o de trazer à luz solar o verdadeiro pensamento ideológico de Lula e de sua candidata à sucessão presidencial. O nosso futuro, sob o pálio desta ideologia é sombrio. Ao apontar as sérias inconstitucionalidades do PNDH, Ives Gandra Martins, ainda afirmou: “A prostituição é uma chaga para a sociedade. Não se pode dizer que, como direito humano, o governo federal valorizará a prostituição, o lenocícino, o meretrício. Deve-se trabalhar para que essas mulheres encontrem uma profissão digna. Um decreto que valorize isso é evidentemente algo que afeta a dignidade humana, que está na essência dos direitos humanos. O cidadão tem uma casa, é invadida por alguém, a partir desse momento, o invasor tem mais direito que o proprietário, pois se ele pretender uma reintegração de posse, o Poder Judiciário deixa de estar habilitado para fazê-lo. Uma comissão, formada pelo invasor, decide se o Poder Judiciário poderá, ou não, executar a reintegração. Ora, a CF declara, no artigo 5º: "XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". No PNDH-3, por exemplo, defende-se que sindicatos e centrais de trabalhadores terão mais força que os parlamentares na definição de programas, fazendo com que plebiscitos e referendos, como acontece na Constituição Venezuelana, tenham muito mais importância que a própria representação do Parlamento ou Poder Judiciário, que é aquele que faz respeitar a lei. Isso faz com que se adote aquele modelo que prevalece hoje na Venezuela, isto é, Poder Executivo e povo consultado e manipulado por esse Poder, sendo os outros Poderes secundários, sem nenhum valor.”
]
Enfim, salve-se quem puder a partir do ano de 2011, com o controle total e absoluto do Estado rousseffiano na vida das empresas, instituições e cidadãos; ruptura a princípios constitucionais fundamentais (direito à vida, privacidade, liberdade de expressão, propriedade); implantação do ateísmo e materialismo marxista; e, finalmente, com o alinhamento definitivo do Brasil às ditaduras de esquerda latino americanas.

Pensamento que se alastra na América Latina: “Toda idéia religiosa é uma abominação. A religião é o ópio do povo. A guerra contra quaisquer cristãos é para nós lei inabalável. Não cremos em postulados eternos de moral, e haveremos de desmascarar o embuste. A moral comunista é sinônimo da luta pelo robustecimento da ditadura proletária.” Vladimir Ilitch Ulianov Lênin.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

”DEIXAI FAZER, DEIXAI PASSAR”


Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Excepcionais foram os anos vividos no seminário. Lá pelos idos de 1974, num belo dia de primavera, anotei num caderninho: “Laissez faire, laissez passer et le monde va de lui-même”, em português “deixai fazer, deixai passar que o mundo marcha sozinho”. O candente sorriso de Frei Anselmo Hugo Schwitzer trazia, em plena aula matutina, uma frase que marcaria para sempre, em parte, minha postura perante a vida. Bem mais tarde, já na faculdade de economia da UFPR, soube que este era o ideário da Escola Fisiocrata que tratava da teoria econômica contra a política intervencionista do Estado na vida privada dos cidadãos. A fisiocracia considerava a terra ou a agricultura a única fonte de riquezas e as outras formas de produção mera transformação dos produtos da terra com menor margem de lucro.

Estavam enganados. Hoje sabemos que outros setores da economia, como serviços e a agroindústria, por exemplo, agregam valores aos produtos e geram muito mais lucro. Com “Tablado Econômico” ou Tableau Economique, Francois Quesnay (1694-1774) criou o conceito de equilíbrio econômico. Na base conceitual de tal teoria, a liberdade de ação. Teoria econômica à parte, a ingênua concepção do “laissez faire” dos tempos da adolescência (que ainda dita meu comportamento) é de que o rigor absoluto no trato dos problemas do dia a dia ou nas relações com as pessoas em geral, especialmente para com as que nos são caras, é inútil e gerador de uma tremenda infelicidade.

Tolerância máxima no convívio social em situações irrelevantes ou que pouco contribui para mudar o mundo faz bem ao coração e torna a alma ainda mais linda. O exercício da compreensão e a receita do perdão (setenta vezes sete) desarmam o espírito e evita doenças físicas e emocionais. Nesta curtíssima passagem é preciso certa displicência na disciplina ou, disciplina na displicência, a fim de evitar infarto do miocárdio ou ainda um acidente vascular cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame cerebral. Paciência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Bom humor é sinônimo de inteligência. Mas, inteligentes também são aqueles que sabem viver de forma serena, discreta, procurando respeitar o modo de viver dos outros. O problema é que, egocêntricos, queremos que as pessoas sejam como um pacote de presente, perfeitinho. E, diante de qualquer pequeno deslize já julgamos, condenamos e lançamos de ponta cabeça para a masmorra. Pobres diabos, não atentamos para a receita de felicidade e de bem estar que Jesus nos legou: “Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão. E por que atentas tu no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão”. Imbecis, tratamos a “ferro e fogo” nossos filhos, consortes (melhor: cônjuges, os que levam o jugo do casamento), pais, parentes, empregados e amigos. Com os estranhos nos deleitamos em delicadezas, gentilezas e amabilidades. Um bom papo com os amigos, tempo para descontração, lazer, descanso e atenção para com as coisas mais simples da vida (que realmente valem a pena) podem defenestrar o excesso de seriedade derivadas das graves responsabilidades que carregamos, resultando em alta qualidade de vida.

Pensamento no dia 7 de setembro: "Quem é bom, é livre, ainda que seja escravo. Quem é mau é escravo, ainda que seja livre." (Santo Agostinho)

”EIXOS DE EXPANSÃO: TRÂNSITO ASSASSINO”


Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com


Uma série de fatores torna o trânsito veicular uma execrável forma de vida urbana. Se a aversão a ele entre pessoas conscientes é geral; se de fato não se lhe pode negar tendências criminosas como a do motorista empurrado ao assassinato de mãe e filho embalado por fortes vapores etílicos, como explicar exista autoridade responsável pela engenharia de trânsito que não o profligue e não o repugne? É que, me parece ser o sistema de tráfego, a par da má formação, péssima educação e desastrada imperícia dos motoristas, o grande responsável pelo desastre diário que choca nossa sociedade. O problema, na realidade, é estrutural e tem a ver com o crescimento desordenado, sem planejamento, de Concórdia. Neste aspecto, até que vai bem o vice-prefeito Neuri Santhier, quando se empenha em promover debates e estudos sobre o futuro de Concórdia, superando em amplitude e visão a terrível ausência pretérita de projetos sérios para a solução do problema. Um dos raros leitores desta coluna, ele partiu do singelo paradigma “eixos de expansão”, objeto de reflexão em um artigo publicado neste espaço (lá se vão dois anos), no qual considero a necessidade premente do município construir vias de circulação em direção a BR 153, Linha São Paulo, Distrito de Santo Antônio e comunidade de São José, contornando a UNC. Através delas a cidade cresceria, desafogando inclusive o trânsito. Naturalmente, que a idéia de três pistas em direção à BR 153 é exagerada, vez que encontra o gargalo da Rua Leonel Mosele (que, aliás, deveria possuir estacionamento em apenas um sentido) e limita as múltiplas e necessárias possibilidades de expansão através de estruturas semi-urbanas naturais e históricas (repito: São José via Unc, Linha São Paulo, Santo Antônio e Suruvi/BR 153).

O bom, é que se despertou para a necessidade de desafogar o trânsito e viabilizar a vida urbana. Estes projetos, assim como os projetos da barragem de retenção e do canal extravassor, devem necessariamente, “sair do papel”, sob pena de estelionato político a ser cobrado nas próximas eleições municipais. Vindas do Prefeito e do Vice, estas grandes idéias lançam-se como diretrizes oficiais de governo e serão aplaudidas ou confrontadas nos debates políticos de 2012 (que não vejo a hora chegue manso, firme e produtivo). Enquanto estas boas idéias não se concretizem, a escola do descaso continuará a ceifar impiedosamente a vida de inocentes e destinará à cadeia, assassinos do trânsito, após longos debates sobre criminologia e política criminal nos Tribunais do Juri do país... Soluções humanas para o nosso exacerbado e ruinoso trânsito também devem ser encontradas numa doutrina de paz e fraternidade, cujos ensinamentos em relação ao próximo venham do âmago do amor familiar. Somente o amor e o respeito pelos semelhantes podem mudar a atitude dos condutores, acirrados pela pressa em chegar e partir, açulados pela miséria desta vida sem poesia, verso e prosa. No edifício de nosso futuro urbano colabora, ainda, o Estatuto da Cidade (lei nº 10.257/2001). É preciso lê-lo e vivenciá-lo.

Pensamento da semana: Ao redigir este laudatório sou tomado por certa inquietude... Pelas guerras e suas vítimas. Algumas com tempo certo para terminar, como a do Iraque, anunciada ontem, pelo presidente americano Barack Obama. As do trânsito, sem data para findar.

“IMPRENSA LIVRE E PATRIOTA”




Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

A diplomacia do presidente Lula envolve uma especial e aguçada atenção em favor de países ditatoriais, antidemocráticos, exemplos por excelência de opressão e tirania. Esta é a primeira questão: entender que os regimes de governo como os da Venezuela, Bolívia, Cuba e Irã, que negam o direito natural, desrespeitam os direitos fundamentais e são desvinculados das liberdades civis e dos princípios democráticos, não são compatíveis com o modo de viver do povo brasileiro. Os governantes destes países, cortejados por Lula, se movem sob o espectro da opressão e do férreo bloqueio a construção social calcada em princípios morais e jurídicos imprescindíveis à justiça, à paz e à liberdade. Nesta ordem de entendimento, a denúncia da imprensa brasileira do alto risco que a aproximação política, comercial e cultural franqueada a estes países e aos seus ditadores, representa ao nosso sistema democrático de direito e à nossa gente, infensa por índole ao terrorismo que ameaça o mundo, é tarefa meritória, eminentemente cívica, de colaboração patriótica, verdadeira vacina contra a peste da intolerância.

O segundo aspecto que precisamos compreender, é que o nosso sistema jurídico de governo e os nossos princípios de liberdade e de respeito à pessoa humana nos obrigam a viver em harmonia e em paz. A defesa de uma ordem mundial simétrica com o nosso sistema democrático deve ser aplaudida e abençoada. Mas o diálogo em favor da paz exige, dos países acima mencionados, reciprocidade quanto às convicções democráticas, ardente entusiasmo pela liberdade de expressão e de informação, amor pela justiça social, proteção à liberdade política, à propriedade privada e profundo respeito pelos sentimentos religiosos da população. É defeso o diálogo com governantes centralizadores, ditatoriais e truculentos que mandam matar opositores políticos, mantém encarcerado pais de família que ouçam discordar de seus regimes, estimulam grupos terroristas, fraudam eleições, detonam os meios de comunicação e, consequentemente, muitas vezes de forma dissimulada, mas não menos cínica, se mantém eternamente no poder.

O modelo dialogal sempre foi o paradigma da diplomacia internacional. Não se trata de nenhuma novidade criada pelo presidente Lula. Todavia, não pode ser aplicado aos que realçam como princípios básicos a negação dos direitos inalienáveis e fundamentais, repudiam e rejeitam a liberdade de consciência e a independência do Poder Judiciário. Pensar diferente, com simpatia por um modelo diplomático que privilegia a diálogo “olho no olho” com regimes intolerantes, contrários ao direito natural e de práxis terrorista, equivaleria a nos sujeitar a critérios não racionais, conscientes, objetivos e perdermos, fundamentalmente, o referencial ético. Infelizmente, muitas pessoas são influenciadas pela idealização que a figura de um presidente sugere. É preciso desconstruir a vetusta ideologia do “império”, da “esquerda” e da “direita”, da dialética da liberdade versus consciência servil e encontrar atrás dela a dura realidade de que, simplesmente existem países democráticos, livres, defensores da dignidade da pessoa humana e, países não democráticos, infeccionados até a medula pela doença destruidora do terror e pelas atrocidades patrocinadas pelos seus “senhores” ditatoriais. Enfim, o futuro da democracia e da nossa própria liberdade depende da autolibertação da fantasia inconsciente que nos aprisiona a onipotência do poder.

Pensamento da semana: "Não se deve ser tolerante com os intolerantes" (Karl Popper, escritor dinamarquês).

terça-feira, 31 de agosto de 2010

“DEIXEM O HOMEM TRABALHAR”


foto: Pça Santos Andrade. Curitiba -PR
Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

A observação do Ministério Público de que a solução para as enchentes em Concórdia é urgente há 20 anos merece consideração. No ano de 1983 o Município foi assolado por duas enchentes de proporções tão graves quanto a de 1998 que varreu o centro da cidade, destruindo casas, lojas comerciais, dizimando rebanhos, destruindo plantações com prejuízos incalculáveis num grande rastro de destruição. Desde aquela época as autoridades constituídas tinham plena consciência do grave problema e do perigo que representa o desvio do leito natural do rio e a impossibilidade de escoamento das águas no estreito canal construído pelo Município. A diferença fundamental entre as enchentes ocorridas depois da de 1983, é de que estudos demonstraram que fortes chuvas são devastadoras e que a administração Pública, gestão após gestão, pouco importa o partido, inegavelmente vinha se omitido. Além disso, uma série de informações técnicas disponíveis na Prefeitura indicava que os gestores públicos tinham pleno conhecimento do perigo potencial que representava o Rio dos Queimados, senão vejamos: MAIO/1988: MAGNA ENGENHARIA LTDA, com participação do DNOS. Estudo preliminar de 3 bacias de retenção. JULHO/1989: PLANENGE. Análise de 5 bacias de retenção com canal extravassor ou melhoria do canal existente e medidas preventivas. SETEMBRO/1990: ELETROSUL. Projeto da barragem. Explicação de que se a principal bacia de retenção no leito do Rio dos Queimados for usada prioritariamente para abastecimento de água, tal bacia teria pouca importância como redutora de cheias. 1992: ELETROSUL. Projeto de galeria extravassora independente de qualquer bacia de retenção. 1998: LOGO ENGENHARIA S.A. A estes estudos somaram-se outros, que sustentam as atuais ações do Município.

Outro aspecto que agravou os efeitos das enchentes foi o crescimento urbano desordenado. Sem qualquer planejamento, o Município ao longo de várias administrações, autorizou fossem abertas e/ou asfaltadas inúmeras ruas, seguidas de loteamentos, derrubadas de árvores pelos morros e encostas. Além disso, o rio transborda porque roubou-se-lhe grande parte do leito original em vários pontos da cidade; desviou-se-lhe o curso, obstruiu-se-lhe a passagem livre. A hipótese é, pois, do dever de impedir, o Município, escavações nos morros, desmatamentos na bacia hidrográfica do rio dos Queimados e realizar obras públicas necessárias ao escoamento de águas pluviais. Enfim, com o histórico que temos é evidente que a solução para as enchentes é urgentíssima há mais de 20 anos e, do quanto o próprio Município já sabia, pelos estudos que tinha engavetado ali na Prefeitura, eram de há muito evitáveis. Evitáveis foram episódios, como quedas de muros, lamaçal invadindo residências, perdas materiais irreparáveis, enquanto o Município se deleitava na própria inoperância, na inépcia mais absoluta porque, até pouco tempo muita promessa era feita (especialmente em época de eleições), mas, nenhuma obra eficaz realizada para evitar enchentes. A realidade é que Município permitiu causas de estreitamento do rio Dos Queimados de modo imprudente e, além disto, deixou de providenciar obras que eliminassem o problema, portando-se de modo negligente por mais de 20 anos. Não poderia, agora que o prefeito João Girardi e o secretário Mauri Maran encararam de vez a solução do problema, perder mais de três milhões de reais do convênio com o governo federal. Caução paga, multa licitatória imposta, lucro em licitação de R$ 268.502,92 (diferença entre o 1º e 2º colocado), ordem de serviço dada. E viva o princípio da razoabilidade do Desembargador Carlos Alberto Civinski e o interesse público, urgente há mais de 20 anos. Pensamento da semana: “Deixem o homem trabalhar” Evandro Pegoraro.

POLÍTICOS FARISEUS: JUVENTUDE, O QUE FAZER?


Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Gigantescos desmoronamentos de lama e pedras se projetaram em direção à cidade de Gansu, na China. Mais de 1248 mortos e 496 desaparecidos, centenas de feridos e casas destruídas foi o saldo do desastre ambiental. Fotografias do desespero de mães e pais de família, em meio ao que parecia impossível, podem ser vistas em centenas de sites na internet. Enquanto na China mais de 305 milhões de pessoas foram diretamente atingidas por grandes inundações, no Paquistão 20 milhões foram vítimas da maior inundação dos últimos oitenta anos. Ban Ki Moon, secretário-geral da ONU afirmou que já visitou várias cenas de desastres naturais no passado em muitas partes do mundo, mas que nunca viu nada como isso: “A escala deste desastre é tão grande, tantas pessoas em tantos lugares, necessitando de tanto. Quase um, em cada dez paquistaneses foi afetado direta ou indiretamente”.

Aqui em Concórdia, a vida corre normal, sem maiores preocupações, especialmente por parte das autoridades, com as intensas, públicas e escandalosas escavações em morros e encostas que ladeiam o meio urbano da cidade. Em que pese a existência de lei estadual que proíbe escavações em encostas com mais de 30º de declividade e, uma série de leis federais, inclusive de natureza constitucional, que regem o direito ambiental no país, por aqui passa “batido” esta preocupação. O centro urbano da cidade, abaixo das montanhas que vão sendo ocupadas por moradias e detonadas por escavações absurdas, parece ser o local exato para uma futura catástrofe. A pergunta é: até quando esta insanidade vai continuar? Em Gansu durou até o inicio deste mês de agosto de 2010.

Além da apatia política que atenta contra o futuro da nossa juventude (trancafiada nas escolas, colégios e universidades), a resistência de espíritos egoístas, despóticos, ávidos pelo lucro e idólatras da riqueza, constitui o maior obstáculo para a implantação imediata de uma política urbana que respeite a nossa topografia. Há um retardo mental que considera como fim último da vida social, o primado do indivíduo sobre o interesse público e o fim último da economia “a máxima produtividade de bens e serviços”, vale dizer, construções encravadas em morros dentro de uma estrutura urbana sobreposta aos direitos fundamentais da pessoa humana. As atividades construtivas nos meios urbanos das cidades brasileiras (incluindo Concórdia) seguem uma concepção puramente materialista da vida, concepção que coloca o imediatismo econômico sobre a base única do interesse pessoal e subordina a segurança da vida humana e do planeta aos elementos de um comportamento político ignorante, débil, cômodo e prepotente. Este nosso estilo de vida, à mercê de um desenfreado consumo e gozo por bens materiais nos lança para fora do clima de amor e respeito que precisamos ter pelo futuro. A maioria de nossos candidatos a cargos públicos não entendem nada sobre preservação do meio-ambiente. Seus planos de governo são apenas mistificações grosseiras que querem impingir aos eleitores, calcados na idéia de que frente a Administração Pública salvarão o planeta. O farisaísmo de suas promessas cede lugar a um novo: o farisaísmo da incompetência, da ignorância e da falta de palavra. Pensamento da semana: “Juventude, estudantes: A geração presente perdeu. E o futuro talvez já não exista mais. O que fazer?”

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

“PREOCUPAÇÃO: SEMEAR É PRECISO”


Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

A semente é boa. Mas nem sempre a terra é fértil. O binômio, semente terra se constitui na equação a ser resolvida pelo semeador persistente e cheio de fé. É bem verdade que a missão é semear; mas a maior alegria do semeador é quando suas sementes caem em terra fértil. Ao contrário, se entristece quando caem nos espinheiros. Daí a vênia para reproduzir “Preocupação”, uma poesia de Danilo Marques, meu preletor aos tempos da adolescência: “Olhai os lírios do campo... Olhai e vede que a messe já está madura... Senhor, vós vos preocupastes com os campos, com as sementes, com as flores, com a messe. Conheceis os riscos que corre o semeador. Sabeis dos cuidados que exige cada flor. Como pudestes confiar a mim os cuidados deste jardim? Como cuidar de um canteiro, se nunca fui jardineiro? Ajudai-me, Senhor, a aplainar o terreno, escolher as sementes, conhecer as espécies. Senhor, como saber se algum verme rói o bulbo do lírio? Se as raízes do craveiro estão sadias? Se a medula do jasmineiro está perfeita? Se existe erva daninha? Vós, mesmo, dissestes que não se deve arrancar o joio, mas deixá-lo crescer junto ao trigo... Porém, neste jardim, poderei agir assim? Será possível Senhor, deixar crescer junto a flor a erva perniciosa?

E a incerteza desditosa põe minha alma em polvorosa. E eu cavo... e rego... e lido... e podo... e mudo... mas, vem as aves, surgem macegas, chegam formigas, crescem abrolhos e estragam tudo... E eu brado... e peço... e insisto... e imploro... e busco... pois eu confio, Senhor, confio em Vosso Amor; Deixai cair vosso orvalho; Mandai o sol benfazejo; Não falte a chuva fininha; Tirai a erva daninha; E, depois de tudo isto, ó meu Senhor Jesus Cristo, dizei-me das minhas plantas, oh, quantas? Dizei-me, quantas vão florir e vicejar, um dia, no vosso altar?” Estes pensamentos refletem com exatidão a preocupação do 1º Seminário de Conscientização Cristã e Cidadania de Concórdia, ocorrido no sábado no salão nobre da SER Sadia. Em sua palestra “Omissão do cristão na política latino americana e conseqüências”, Jose de Jesus Duarte Perez, no alto de seus mais de trinta anos de conferencista internacional foi enfático ao afirmar que, para ingressar na areia movediça da política e viver de forma rigorosamente honesta é necessário estar firme nas convicções e práticas cristãs. Porque, diz ele, neste meio pululam pragas e ervas perniciosas. O que não podemos, com certeza, é esperar os finais dos tempos de braços cruzados, conformados com a bandalheira que tenta calar a boca de todas as igrejas, através de projetos de leis os quais, se aprovados, amordaçarão sacerdotes, pastores e demais pregadores da palavra de Cristo em todo o país.

Leão da Palavra, um dos maiores missionários deste país, Leandro Machado denunciou os projetos inconstitucionais um a um, convidando o povo a assumir suas responsabilidades sem covardia frente ao poder legiferante de políticos materialistas. Não é por nada que Silas Malafaia alerta o povo evangélico (you tube) sobre o pecado da omissão e da covardia das lideranças que evitam, cheios de escrúpulos, contribuir “de peito e cara aberta” para enfrentar o deslavado materialismo ateu que se instala, em silêncio, no Brasil. A monstruosidade da omissão gerará a desintegração da família, a materialização do casamento, a descriminalização do aborto e a matança de crianças concebidas (sujeito de direitos, inclusive do direito à herança: artigo 1798 do Código Civil). Enfim, não basta votar corretamente. É urgente e imprescindível participar de partidos comprometidos com a vida, com princípios éticos, democráticos, humanitários e cristãos.

Pensamento da semana: “Quem alguma vez já ouviu alguém acender uma lâmpada e logo cobrí-la para que não brilhe?”

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

DELÍRIOS E SUCESSOS DE LULA


DELÍRIOS E SUCESSOS DE LULA

Cesar Techio - Economista – Advogado

Em Porto Alegre, no Gigantinho, em clima surreal, no primeiro comício da campanha eleitoral Lula atacou a “elite” e à “direita brasileira”. Em discurso cadenciado e inimaginável deu uma verdadeira aula de história: “É a mesma elite que levou Getúlio a dar um tiro no coração, que matou Jânio Quadros e levou João Goulart a renunciar”. Essas esdrúxulas e vergonhosas acusações são tão verdadeiras quanto o fato de que Jânio Quadros não foi assassinado, morreu aos 75 anos de causas naturais, depois de ser o prefeito do Estado de São Paulo e de que João Goulart não renunciou, foi deposto pelo golpe militar de 1964. Em Curitiba, no Jardim Botânico, se comparou a Jânio Quadros, ao afirmar que “inimigos ocultos” barram a reforma tributária. Este, em 1961 afirmou que a renúncia se devia a “forças ocultas”. E tudo isso depois de ter oferecido abrigo no Brasil à Sakineh Mohammadi Ashtiani, iraniana de 43 anos e mãe de dois filhos, a qual, depois de receber 99 chibatadas foi condenada a ser enterrada até a cintura e morta por apedrejamento por adultério, com o seguinte argumento: "Se vale minha amizade e carinho que tenho por (Mahmoud) Ahmadinejad, se essa mulher está causando um incômodo, nós a receberíamos no Brasil". Delegando a missão à candidata que apóia, afirmou: "Quando ela for eleita, vai telefonar (para o presidente do Irã) e dizer: companheiro Ahmadinejad, meu companheiro Lula pediu que você não fizesse isso".

O problema, entretanto, não reside na idéia humanitária de Lula, mas nos argumentos em que se baseia. Tendo clareza de que Ahmadinejad é o responsável pela execução e de que é o líder de um regime assassino, desumano, totalitário, ditatorial, louco para dizer o mínimo, a base da defesa da senhora Sakineh é a “amizade e carinho” que tem pelo presidente iraniano. Ora, o mínimo que se esperava de um presidente de um país civilizado, democrático e com sólidas raízes humanistas como o Brasil, é de que se afastasse, com dentes e punhos fechados do regime terrorista e fugisse como o diabo da cruz do líder fundamentalista. É tão inacreditável quanto inaceitável que Lula possua intimidade com governos que negam o direito natural e os princípios básicos da dignidade da pessoa humana, pedra angular que informa e sustenta todos os demais princípios constitucionais que regem nosso amado país. Sua amizade com ditadores deixa qualquer cidadão de sã consciência, estupefato.

Não dá mesmo para entender esse lado “obscuro” e surpreendente do presidente, principalmente depois de aqui dentro do país (precisamos ser sensatos), fazer sucesso com as atuais políticas de renda mínima e segurança alimentar. Lula baixou o Risco Brasil de 2.700 para 200 pontos; elevou o Salário Mínimo de 78 para 210 dólares; pagou a dívida com o FMI; reconstruiu a indústria naval; criou 10 novas Universidades Federais, 45 Extensões Universitárias e 214 Escolas Técnicas; elevou os Valores e Reservas do Tesouro Nacional de 185 bilhões de dólares negativos para 160 bilhões de dólares positivos; encontrou 90% das estradas federais danificas sendo que até final de 2009 recuperou 70% das mesmas; permitiu que 23 milhões de pessoas saíssem da linha de pobreza extrema; criou 11 milhões de empregos; enquanto o governo anterior não destinou nenhum centavo em investimentos, o governo Lula caminha para 504 bilhões de reais até o final de 2010; encontrou o Brasil sem crédito e recebeu da agência internacional de classificação Moody’s o grau de investimento “investment grade”. Por estes motivos, até que dá para entender porque afirmou, ainda em Porto Alegre, que “foi necessário um metalúrgico entrar na Presidência para ensinar como se faz capitalismo”. O que não dá para entender, com a devida vênia, é sua perigosa, antidemocrática e desastrosa política externa. Esta não dá para engolir de jeito nenhum!

Pensamento: "Amigo é quem te socorre, não quem tem pena de ti." (Thomas Fuller).

“TESTEMUNHO DE AMOR: RECANTO DO IDOSO”


Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

Nestes tempos que fluem; em que se nega a natureza superior do ser humano, feito à imagem de Deus; em que se rompe toda a espécie de hierarquia, a do pai de família, a do professor na escola; em que o Brasil se aproxima de governos totalitários e decreta leis que atingem nossos mais preciosos valores democráticos e constitucionais; em que se impugna a origem teológica do Direito Natural e se combate a lei inscrita no coração do homem, no célebre conceito de Tomás de Aquino, “lumen naturalis rationis”, luz da razão natural, “impressio divini luminis in nobis”, impressão em nós da luz divina, fundamento do direito positivo; em que erros trágicos e tantos males se multiplicam na vida contemporânea com a liquidação da natureza e do planeta; em que a dignidade da pessoa humana, na condição de valor e princípio normativo fundamental é perigosamente desprezada, principalmente nas crianças abandonadas, nos idosos jogados na miséria do esquecimento, da fome, da doença e da indiferença...

Nestes tempos doloridos, verdadeira ilha de amor, compaixão e caridade fincam raízes, se estabelece e se consolida nesta cidade de Concórdia, província de Santa Catarina. Prova da mais sublime civilidade, que somente povos e pessoas espiritualmente avançadas e elevadas podem vivenciar, homens e mulheres na derradeira e final caminhada terrena poderão encontrar amparo, carinho e segurança no aconchego de um belíssimo recanto. Enquanto o mundo agride seus idosos, nesta grande cidade, milhares de seres humanos contribuíram, na medida de seu coração e possibilidades, para com a construção do Recanto do Idoso, inaugurado neste dia trinta de julho de 2010, na vila de Fragosos. Muito mais do que uma simples superestrutura física, ele é prova da capacidade da sociedade civil concordiense em ser solidária. É eloqüente testemunho da concretização dos imperativos da promoção da dignidade da pessoa humana, do bem comum e das mais puras virtudes cristãs.
Não é possível nomear todos que se empenharam e ainda se empenham nesta gigantesca obra de amor, eis que tantos anônimos. Mas, que se pronuncie em gratidão e homenagem a todos eles, o nome dos fundadores e da atual diretoria, pois se ergueram ao pináculo da beneficência e da decência humana: Fundadores: Octaviano Zandonai, Mirta Devenzi, Nereu Gabiatti, Jair Martins, Murilo Mattos, Roseli Mior, Dilce Neves, Valdecir Cavalli, Alberto Stringhini, Pedro Somacal, Neusa Colombo, Nair Bonissoni, Olga Cisotto, Delmia Zolet, Ethel Sette, Janaina Tomen, Carlos Oliveira, Jaqueline Bigaton, Carlos Padilha, Rosne Tochetto, Gema Varela, Alice C, Delize Juhner, Anadir Cristolli, Dionete da Silva, Simone Demarchi, Diamantina Sopelsa, Claudia Pille, Orestes Sensolo, Sandra Zandavalli, Ernesto C, Desire Baptista, Rosmari Sandrin, Marcelo Moura, Leonides Tumelero, Oscar Zandavalli, Maria da Graça Buchele, Valentina Ziliotto, Luiz Buchele, Irmã Camargo. Atual Diretoria: Nelso Bonissoni, Jeronimo Favero, Antonio Battistella Anacleto Canan, Gustavo Lima, Vldenir Grando, Arnaldo Mores, Geide Zandonai, Antonio Berta, Gilberto Codebella, Leocir Zanella, Sandra Zandavalli, Marcelo F. Rodrigues, Sonia Jasper, Orides Devenzi, Gladis Rigon, Dulse Stringhini. Dentre os maiores benfeitores, não se pode deslembrar da idealizadora Lurdes Sette Zandavalli e ainda da digna família de Osório Henrique Furlan. Gente como as aqui nominadas merecem respeito e admiração, pois são testemunhos vivos de que nestes tempos turbulentos, ainda existe esperança para a humanidade. ]

Pensamento na inauguração do Recanto do Idoso e no aniversário do município de Concórdia: “Fica sempre, um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas, nas mãos que sabem ser generosas. Dar um pouco que se tem ao que tem menos ainda enriquece o doador, faz sua alma ainda mais linda. Dar ao próximo alegria, parece coisa tão singela, aos olhos de Deus, porém, é das artes a mais bela.”