quinta-feira, 9 de setembro de 2010
”EIXOS DE EXPANSÃO: TRÂNSITO ASSASSINO”
Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com
Uma série de fatores torna o trânsito veicular uma execrável forma de vida urbana. Se a aversão a ele entre pessoas conscientes é geral; se de fato não se lhe pode negar tendências criminosas como a do motorista empurrado ao assassinato de mãe e filho embalado por fortes vapores etílicos, como explicar exista autoridade responsável pela engenharia de trânsito que não o profligue e não o repugne? É que, me parece ser o sistema de tráfego, a par da má formação, péssima educação e desastrada imperícia dos motoristas, o grande responsável pelo desastre diário que choca nossa sociedade. O problema, na realidade, é estrutural e tem a ver com o crescimento desordenado, sem planejamento, de Concórdia. Neste aspecto, até que vai bem o vice-prefeito Neuri Santhier, quando se empenha em promover debates e estudos sobre o futuro de Concórdia, superando em amplitude e visão a terrível ausência pretérita de projetos sérios para a solução do problema. Um dos raros leitores desta coluna, ele partiu do singelo paradigma “eixos de expansão”, objeto de reflexão em um artigo publicado neste espaço (lá se vão dois anos), no qual considero a necessidade premente do município construir vias de circulação em direção a BR 153, Linha São Paulo, Distrito de Santo Antônio e comunidade de São José, contornando a UNC. Através delas a cidade cresceria, desafogando inclusive o trânsito. Naturalmente, que a idéia de três pistas em direção à BR 153 é exagerada, vez que encontra o gargalo da Rua Leonel Mosele (que, aliás, deveria possuir estacionamento em apenas um sentido) e limita as múltiplas e necessárias possibilidades de expansão através de estruturas semi-urbanas naturais e históricas (repito: São José via Unc, Linha São Paulo, Santo Antônio e Suruvi/BR 153).
O bom, é que se despertou para a necessidade de desafogar o trânsito e viabilizar a vida urbana. Estes projetos, assim como os projetos da barragem de retenção e do canal extravassor, devem necessariamente, “sair do papel”, sob pena de estelionato político a ser cobrado nas próximas eleições municipais. Vindas do Prefeito e do Vice, estas grandes idéias lançam-se como diretrizes oficiais de governo e serão aplaudidas ou confrontadas nos debates políticos de 2012 (que não vejo a hora chegue manso, firme e produtivo). Enquanto estas boas idéias não se concretizem, a escola do descaso continuará a ceifar impiedosamente a vida de inocentes e destinará à cadeia, assassinos do trânsito, após longos debates sobre criminologia e política criminal nos Tribunais do Juri do país... Soluções humanas para o nosso exacerbado e ruinoso trânsito também devem ser encontradas numa doutrina de paz e fraternidade, cujos ensinamentos em relação ao próximo venham do âmago do amor familiar. Somente o amor e o respeito pelos semelhantes podem mudar a atitude dos condutores, acirrados pela pressa em chegar e partir, açulados pela miséria desta vida sem poesia, verso e prosa. No edifício de nosso futuro urbano colabora, ainda, o Estatuto da Cidade (lei nº 10.257/2001). É preciso lê-lo e vivenciá-lo.
Pensamento da semana: Ao redigir este laudatório sou tomado por certa inquietude... Pelas guerras e suas vítimas. Algumas com tempo certo para terminar, como a do Iraque, anunciada ontem, pelo presidente americano Barack Obama. As do trânsito, sem data para findar.