Cesar Techio - Economista – Advogado
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Vergonha era o sentimento da população concordiense, por mais de trinta anos isolada de vôos aéreos em linhas regulares para os grandes centros urbanos do país. Com uma economia pujante, por obra de Atílio Fontana e outros empreendedores nosso aeroporto foi muito movimentado. Seu restaurante era o melhor da região oeste. Ieda Bassani lembra dos tempos em que, com seu falecido esposo Enídio, se dirigiam aos domingos para almoçar no aeroporto em meio a pousos e decolagens. A viabilização de uma linha área para o município não é a “realização de um sonho”, como afirmou o prefeito. Na dura realidade é o fim de um pesadelo. O fim de um ergástulo no qual fomos confinados por muito tempo, com prejuízos ao desenvolvimento econômico local. É preciso parabenizar a todos os que se envolveram de forma efetiva para viabilizar o retorno do tráfego aéreo. Mas, olhando para o passado, para as grandes pessoas que já comandaram a economia deste município, é preciso pedir perdão pela omissão, com a qual, por mais de três décadas, nossas autoridades jogaram no ostracismo esse meio de transporte tão importante.
A construção da barragem de contenção de cheias é obra importante. As questões que se impõem são: 1º - Se, é capaz de suportar e reter grande volume de águas em intensa e contínua precipitação pluvial; 2º - Se, José Olmi, empresário, advogado e economista, com larga visão sobre problemas estruturais de crescimento urbano, tem razão, quando mostra a necessidade da construção de uma “grande barragem” em área que já havia sido destinada pelo município para este fim; 3º - Se, ele e Nésio Tumelero têm razão quando insistem no aproveitamento urbano das águas de uma grande barragem. Aprofundar o leito do rio, em seu atual curso, ao invés de construir um canal extravassor é outra sugestão. Com o corte de rochas com explosivos de alta tecnologia, essa idéia se viabiliza. Foi assim que Zeca Olmi construiu o edifício mais moderno da cidade, com cinco andares abaixo do nível da rua encravados em rocha pura, sem nenhum abalo do edifício vizinho. O problema é que os gestores públicos não admitem idéias diferentes das deles, como por exemplo, as propostas da AECOM (Associação dos Engenheiros de concórdia) que há anos vem se “esgoelando” de tanto falar no assunto. É “voz que clama no deserto”. Será?
Quase meio milhão de reais gastos no Sonho de Natal e oitenta mil na vinda do Galpão Crioulo em evento fora da Semana Farroupilha. Foram muitos e-mails de contundente apoio à minha crônica pretérita sobre o assunto. Entre eles, alguns chamam a atenção para a inconveniência da Administração, quase um desprezo pelos nossos artistas locais. Gente, por exemplo, como Antoninho da Fronteira, há 56 anos um ícone da música gauchesca, prata da casa, com vários discos e CDS gravados; Guilherme Pazzini, uma lenda da tradição gaúcha em Concórdia (ele e Antoninho são os únicos fundadores do CTG Fronteira da Querência ainda vivos, o primeiro CTG fundado fora do Estado do Rio Grande do Sul); Tche Mendes, um artista excepcional, inteligente, bem articulado, politicamente esclarecido, com um programa diário e formador de opinião, na Aliança; Noé de Vargas, poeta, cantor, animador de primeira linha, há décadas comandando um dos melhores programas da rádio concordiense, na Rural; outros artistas locais, bandas e orquestras; tenho certeza teriam o máximo prazer de, por custo zero, contribuírem para com o Sonho de Natal. Economia para o erário público, valorização dos nossos e autêntica alegria do povo.
Pensamento da semana: “Senhor, nos dê de presente neste natal, espírito público e mais fraternidade para com os nossos”.