quarta-feira, 2 de outubro de 2013

JOGOS PERIGOSOS


Cesar Techio
Economista – Advogado
        
      
                O jogo mais caro da história, o GTA V, que custou 265 milhões de dólares, no qual nas cenas mais leves o jogador tem de atirar em policiais e roubar inocentes e nas mais pesadas o sequestro e tortura, usando alicate para extrair informações para encontrar e assassinar outra pessoa, entre outras barbáries chegou às lojas e, segundo Felipe Vilicic e Victor Caputo (Veja, edição 2.340 de 25/09/2013) se consagrou como o produto de entretenimento de mais rápido sucesso comercial da história. A contribuição destes jogos e desafios é a de formar uma mentalidade belicosa, agressiva e uma humanidade opressora, cujo preço a pagar é fácil de constatar pela monstruosidade que explode em notícias televisivas diárias de um mundo que está mudando, para pior.

            Os jogos sangrentos, disponíveis na internet, são os mais virulentos destruidores de cérebros e os mais perniciosos matadores dos ideais da juventude, porque deles, ao contrário dos filmes, os jovens participam. Parece que a natureza humana tem uma tendência para atitudes temerárias, incomodativas, persecutórias, agressivas, e para participar de situações cuja meta sempre é a de eliminar o adversário, sem maiores considerações a respeito das consequências da violência fortuita que move o próprio jogo, fonte de sofrimento e degradação pessoal.

            A mentalidade dos criadores destes perversos jogos e dos que deles participam, no fundo é a mesma da maioria dos que não possuem compromisso com a racionalidade, com o exercício do pensamento e com o questionamento sincero a respeito dos verdadeiros valores que levam à uma vida justa, produtiva e feliz. Na realidade, todo o dia encontramos este tipo de jogador pelo nosso caminho. Não é difícil reconhecê-los pelo perfil de comportamento que apresentam, sempre em atitude conflituosa, prontos para mentir utilizando o braço das instituições e da sutileza. Sem responsabilidade ética, são verdadeiros monumentos humanos à ignorância, à injustiça e a desgraça, na medida em que sugerem ataque permanente à paz social e aos princípios e valores mais caros que regem a vida em sociedade. Convém, portanto, sermos vigilantes, adquirirmos uma consciência pautada em valores perenes e, acima de tudo, demonstrarmos para nós mesmos e para as novas gerações, que o jogo da vida impõe outras regras: a da disciplina, esforço pessoal, cooperação, compaixão e trabalho.


Pensamento da semana: A missão da Maçonaria é a de "fazer amigos, aperfeiçoar suas vidas, dedicar-se às boas obras, promover a verdade e reconhecer seus semelhantes como homens e irmãos".