quinta-feira, 21 de agosto de 2008

QUEM É SEU CANDIDATO A PREFEITO? - HABITAÇÃO

QUEM É SEU CANDIDATO A PREFEITO? – HABITAÇÃO
Cesar Techio
Economista – Advogado
techio@concordia.psi.br

Ao ingressar no Centro de Documentação e Pesquisas – CEDOPE - da UNISINOS, em 1986, deparei-me com a implantação de um projeto habitacional, em andamento, numa vila pobre de Novo Hamburgo –RS, situada às margens do Rio dos Sinos. Outrora terras alagadas a cada enchente, tornaram-se seguras e habitáveis, depois que o Poder Público construiu barragens de contenção nas margens do rio e motivo de litígios violentos entre as famílias que ocuparam o espaço e os proprietários das terras.

O CEDOPE propôs a implantação de uma cooperativa, na qual mais de 540 ocupantes, todos com baixíssima renda, contribuiriam, mensalmente, com apenas 10% de um salário mínimo, para a compra das terras, em 14 anos. Aos valores de hoje, por exemplo, a cooperativa arrecadaria em torno de R$ 20.520,00, pagos todos meses aos proprietários das terras. O projeto de urbanismo ficou por conta da UNISINOS e a urbanização pelo município de Novo Hamburgo, sendo as casas construídas pelo regime de mutirão.

Na época, outros modelos habitacionais faziam sucesso, pelas mãos do CEDOPE/UNISINOS e, como economista vivenciei vários deles, acompanhando com vivo interesse, por exemplo, os projetos habitacionais sob regime de mutirão para Porto Alegre, a época sob o comando do PT.

Mas tarde, já em Concórdia, convidei um Secretário do Município, para, juntamente com um assessor, visitar estes projetos e aplica-los aqui. Ante o aceite e, com recursos do próprio bolso, levei o Secretário para conhecer os projetos, na UNISINOS, Novo Hamburgo e Porto Alegre.

Neste meio tempo, a advertência de Jesus, para não jogar pérolas aos porcos, fazia tabula rasa em meus ouvidos idealistas. Ingenuamente eu acreditava que se devia mesmo jogar pérolas aos porcos, pois elas “são muito mais para quem as dá, do que para quem as recebe.”

De tal forma que, mesmo advertido, me deparei jogando pérolas aos porcos, já que, nenhum daqueles fantásticos modelos foi aproveitado pelo município.

Modelos de desenvolvimento habitacional no sistema cooperativo, com baixo custo para a população de baixa renda, com casas dignas ( não pocilgas com materiais de baixa qualidade para pagar o resto da vida ) encontram-se para quem quiser ver, em vários cantos do país. A Administração Pública, nestes modelos, só precisa investir na organização, projetos, urbanização, etc., pois o investimento do empreendimento é realizado pela própria cooperativa, a qual se torna proprietária das terras, destinando a posse dos terrenos para os associados, evitando, assim, especulações imobiliárias depois do investimento pronto.


Eleitor: O seu voto é a sua pérola. O que você vai fazer com ele?