quinta-feira, 21 de agosto de 2008

POLITICAGEM. OLHO VIVO!

POLÍTICAGEM. OLHO VIVO!

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com.

Sob o título “Política sem teologia é puro negócio”, Leonardo Boff enfoca com propriedade, a postura ética, de credibilidade e seriedade de Marina Silva, solapada em seu trabalho em favor da preservação da floresta amazônica por poderosos grupos de interesse ligados à pecuária e ao agronegócio. No Ministério do Meio Ambiente elegeu o “cuidado ecológico em todas as instâncias do poder” contra o “crescimento retrógrado que visa a acumulação à custa da devastação da natureza e do aprofundamento das desigualdades sociais”. E é claro, ejetou-se do governo. Ocorre que, a base de tudo que ocorre de ruim na política e depois na administração pública, começa ainda nos períodos pré-eleitorais e eleitorais, com coligações espúrias entre partidos, apoios interesseiros, sempre com vistas a cargos pessoais que permitam maior poder sobre a máquina pública. Através de discursos medíocres, os políticos tentam convencer a mídia de que possuem projetos para satisfazer as necessidades do povo, todavia estão de olho nas suas próprias. Com o poder nas mãos, depois de eleitos, esquecem as suas promessas, porque na verdade, sendo pessoas sem caráter e egoístas, jamais tencionaram cumpri-las.

Prestemos atenção nos papos furados pré-eleitorais, especialmente dos articuladores políticos. Não estão eles, simplesmente atrás de poder? Procuremos vasculhar as ações judiciais em trâmite contra candidatos nos fóruns, tribunais e inquéritos criminais na polícia. Observemos a conduta dos inimigos históricos de ontem e amigos oportunistas de hoje. As florestas tropicais estão desaparecendo e seus filhos cada vez mais inalando dióxido de carbono. Quem são os responsáveis por tudo isso, senão os políticos? Sem discernimento, verdadeiros birutas, tornam a terra doente e vulnerável. Decidem por políticas públicas desastrosas e fecham os olhos para a morte que se aproxima das nações e das famílias. Todavia, se os políticos são os responsáveis, você, eleitor, é o culpado. Culpado quando credita o voto na urna ao churrasco de campanha, à tapinha nas costas, ao puxa-saquismo eleitoral.

Como você pode acreditar em acertos, coligações, candidaturas apartadas de projetos em favor da vida? Como você pode acreditar em política sem teologia e nas negociatas partidárias, cujos líderes possuem baixo coeficiente de inteligência e total desconhecimento teológico? Como você pode acreditar em políticos cujos ideais são uma ficção e cujas mentes retardadas não colocam projetos em favor da coletividade e da natureza, como parâmetro de conversação na hora de coligar?

O seu compromisso, eleitor, começa agora. Olho vivo nas coligações de conveniência, naqueles que tanto faz com tanto fez, coligar com este ou com aquele partido... Olho naqueles que pouco se importam com quem seja o companheiro ou o partido coligado. Olho nos astutos que colocam como centro de suas decisões pessoais e colegiadas, única e exclusivamente, a chance de vitória.

O futuro do planeta, de nossa cidade, de nossas famílias, de nossos filhos, caro leitor e eleitor, dependem deste olhar. Ore a Deus e peça a ele um olhar firme, sereno, crítico e inteligente para perceber que, sem teologia, isto é, sem compaixão, solidariedade, ética, projetos consistentes em favor do povo, a base das coligações e candidaturas, não passam de um puro negócio!