quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O ERRO DE ZONTA E SARETTA

“O ERRO DE ZONTA E SARETTA”

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com

Pífio, fraco, uma vergonha. Deixou tudo a desejar o primeiro debate entre os candidatos a prefeito de Concórdia, com abordagens sobre assuntos pessoais e pouco ou quase nada sobre projetos para o desenvolvimento do município. O candidato Luizinho patrocinou um episódio desconcertante, ao queixar-se, já na abertura do debate e, insistentemente, do fato de ter sido preterido por Neodi Saretta e Odacir Zonta, quando da indicação para ocupar uma vaga junto ao Tribunal de Contas do Estado.

Esta postura, mais do que uma simples lembrança, já no primeiro debate, demonstrou que o candidato não esqueceu o episódio e guarda rancor do ocorrido. Senão como explicar tal abordagem, inútil e pessoal? Não percebeu o postulante, que a ausência de apoio de dois deputados de sua própria cidade, na realidade depõe muito mais contra si, do que contra seus pares, os quais, certamente, votaram de acordo com suas consciências?

Aliás, indicação política para membros do TCE se constitui numa excrescência, numa inversão de valores. Quem não sabe que muitos indicados, em que pese honestos, probos, sérios, etc., não têm qualquer condição ou preparo intelectual para assumir o cargo, o qual pode representar um presente em final de carreira política com aposentadoria gorda pelo resto da vida? Seria hipocrisia desconhecer o fato de que, assessores do TCE, técnicos extremamente bem preparados, colaboram de forma muito bem articulada e competente, com um ou outro conselheiro inapto para o cargo.

Embora não me refira ao candidato Luiz Suzim Marini, que soube como ninguém ser competente na vida pública, é lamentável que deixe aflorar sua frustração pessoal pela recusa de apoio de seus pares para o cargo de conselheiro. Como se vê, o mesmo guardou este fato durante todos estes anos, para agora, num momento importante para a democracia, ocupar espaço eleitoral com uma questão inútil e pessoal.

Indicações políticas para cargos públicos, em especial para o TCE, que tem a função e competência para julgar contas de municípios, autarquias, estatais, etc., deveriam ceder espaço para concursos públicos, através dos quais, assim como na magistratura, por exemplo, pudessem ser escolhidos candidatos aptos e apartados da paixão da política. Outras veleidades ocuparam o tempo do debate ocorrido na Rádio Rural, e nós, eleitores, ficamos a ver navios. Particularmente vi meu tempo, em horário nobre, de uma manhã de trabalho, se escoar por entre uma conversa, pretensamente chamada de “debate”, pouco proveitosa. No próximo debate esperamos exposição de projetos. Projetos, plano de governo, o que fazer para melhorar os serviços públicos, estes, que a exemplo do espaço ocupado nas rádios no horário eleitoral, também são pagos com dinheiro público.