Economista
– Advogado
cesartechio@gmail.com.br
O
que faltam nas nossas escolas, desde o primário até a universidade, é formação
lógica do raciocínio com o objetivo de ordenar os horizontes do conhecimento.
Todo o dia obtemos informações através da mídia e dos conteúdos que nos são repassados
pelos professores e pelos livros que lemos. Todavia, me parece fundamental que
se aprofunde a compreensão daquilo que está sendo informado e, a partir disso,
que se saiba expressar sinteticamente um ponto de vista sobre o assunto, com
fundamentação adequada e controlada.
É
lamentável como a maioria da juventude ouve e se leva pelo ouvir, vê e se leva
pelo ver, se emociona e se deixa conduzir pela emoção, induzida por palavras e
por encenações recheadas de idéias bem preparadas para convencer a qualquer
custo. A propaganda massiva procura passar mensagens subliminares na maioria
das vezes fantasiosas, com o objetivo de “vender o peixe”. Entretanto, uma
simples reflexão pode levar à conclusão de que, “o peixe”, nada mais é do que
um produto supérfluo, sem o qual é possível se viver plenamente feliz. O marketing procura sempre estratégias ideológicas para criar necessidades
psico-emocionais, no centro das quais palpita o ego individual, o qual acredita
piamente que somente é possível se realizar no contexto humano e social
possuindo bens materiais ou conquistando posições de poder. No epicentro de
tudo isso, a propaganda enganosa constrói a idéia de que, para ser feliz, é
preciso obter vantagens econômicas e financeiras ilimitadas.
Todavia,
a penetrante influência dos meios de comunicação de massa no comportamento
individual e coletivo, exige uma consciência que permita entender e avaliar
criticamente o alcance do conteúdo das informações e o verdadeiro objetivo por
trás do marketing que sustenta a propaganda. Por isso, as escolas e
universidades precisam acentuar os estudos humanísticos essenciais para a
compreensão da pessoa humana e incluir no curriculum da formação intelectual
dos estudantes uma capacidade crescente de raciocinar lógica, reflexiva e
criticamente.
Dentro
destes objetivos curriculares é preciso, ainda, inculcar na cabeça da
juventude, um compromisso com uma formação intelectual que faça acontecer a
justiça dentro de um nível de honestidade, retidão de pensamento e de atitudes.
Existem valores muito maiores do que os orientados pela propaganda consumista e
massiva. A percepção distorcida da realidade, dos falsos valores e
da entrega de ideologias estreitas de consumo deve levar a juventude a
apreender a reconhecer e lidar com as influências de mídia e propaganda que
podem tolher a sua própria liberdade de escolha.
Pensamento da semana: Um dia ou outro descobrirás que
a beleza exterior nada mais é que a propaganda enganosa de cada ser humano.
Verônica Barreto Fernandes