Economista –
Advogado
cesartechio@gmail.com.br
O
Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) é um estudo anual que
acompanha o desenvolvimento dos mais de cinco mil municípios brasileiros em
três áreas: emprego e renda, educação e saúde. Ele é feito, exclusivamente, com
base em estatísticas públicas oficiais, disponibilizadas pelos ministérios do
Trabalho, da Educação e da Saúde. De leitura simples, o índice varia de 0 a 1.
Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento. Além disso, sua metodologia
possibilita determinar, com precisão, se a melhora relativa ocorrida em
determinado município decorre da adoção de políticas específicas ou se o
resultado obtido é apenas reflexo da queda dos demais municípios.
Pois bem, acessando o site http://www.firjan.org.br/ifdm/,
constatamos que no ano de 2010, o índice consolidado de desenvolvimento
municipal de Concórdia foi alto, com 0,8462. Na área de educação foi de 0,8919
(alto); saúde 0,9197 (alto) e emprego e renda 0,7269 (moderado). No ranking
nacional o município ficou em 141º e em Santa Catarina em 8º lugar, um tremendo
avanço se comparado com o ano de 2000. Tudo começou a mudar quando o PT passou
a administrar o município em 2001. Na época o município de Concórdia estava na
1389º posição no Brasil e 107º em Santa Catarina.
O índice de desenvolvimento humano (IDH),
que é o mais importante de todos, aponta Concórdia em 32º lugar entre 5.564
municípios do Brasil e na 10º posição entre os 293 municípios do Estado de
Santa Catarina. Obrigatoriamente precisamos admitir que, em
qualidade de vida, estamos muito bem. Em doze anos de gestão pública, o PT de
Concórdia deu aula de responsabilidade fiscal e de como se sair
espetacularmente bem no setor de educação pública, com repetidas premiações a
nível nacional. Obviamente que, quando se trata de “desenvolvimento”,
precisamos considerar algumas questões que tem a ver com “qualidade de vida”,
com melhor distribuição de renda, com renda mais elevada das famílias e não com
simples crescimento econômico. Se pensarmos em crescimento econômico,
precisamos situar Concórdia dentro de um contexto muito maior e complexo. A
começar pela distribuição espacial (pequena cidade periférica em termos de
grandes centros industriais, por exemplo), custos de transportes, mercado de
insumos e mercado consumidor, entre outros.
Mas, o que mais me intrigou, especialmente durante a campanha eleitoral, com a
devida vênia, foi o discurso político destituído de qualquer estudo teórico,
científico e acadêmico que o fundamentasse, de ausência de desenvolvimento em
Concórdia. Tratou-se de uma imperdoável confusão conceitual entre o conceito de
“crescimento” (muitas vezes indesejável e desnecessário devido suas sequelas e
abismal distância entre custo ambiental e qualidade de vida) e “desenvolvimento”,
que tem a ver diretamente com qualidade de vida.
Pensamento
da semana: Homenagens ao competente prefeito João Girardi,
alçado, à unanimidade, como presidente da AMAUC. Parabéns a Dalva
Pagnoncelli Pichetti, pela merecida indicação à Diretoria Geral da SDR.