Elegancia e bom gosto no Shopping Curitiba
A credibilidade desta coluna vai de quem a lê e se
vê nos pensamentos do autor. Não me limito a procurar sentido subjetivo ao que
escrevo e aplicar minhas subjetividades às coisas que vejo através do meu livre
exercício de pensar; mas também, e principalmente, em ampliar a percepção do
quadro do cotidiano, do dia a dia, visando oferecer ao leitor uma possibilidade
de ver o mundo através das minhas lentes, sempre se ajustando a uma visão
pragmática, à realidade da vida prática. Meu lance é permitir um novo alcance
ao entender e, ao mesmo tempo, “fazer a cabeça” do leitor para que navegue em
alto mar, entremeio a ondas encapeladas, daquelas prontas a engolir marinheiros
de primeira viagem. Águas de aquário me entediam e enjoam.
Barack Obama, presidente reeleito dos Estados
Unidos, talvez seja um dos políticos que mais admiro, a par do sistema
democrático americano. Inimaginável em algumas partes do mundo, que o
presidente eleito almoce com o opositor, como com Mitt Romeny, após as eleições
presidenciais, quando este parabenizou Obama pela vitória de seis de novembro.
No final, prometeram trabalhar juntos em prol do país. Navegam os dois, em alto
mar. Já por aqui, no aquário... Tem candidato que ainda não cumprimentou o
candidato vitorioso nas eleições municipais de sete de outubro. Trata-se de
perfis distantes, que confrontam formação cívica com orgulho, inteligência com
tiro curto. Se Mitt Romeny tivesse sido eleito, nenhuma preocupação, “a
priori”, abalaria a confiança do povo americano na nova administração. O
exemplo de maturidade política é claro. No almoço conversaram sobre o novo e
urgente foco da política interna americana que envolve toda a classe média
daquele país, a subida de impostos. Conforme Lyn Lyon, cidadã da Virgínia, em
texto de e-mail que recebi do presidente, é necessário que todos busquem
impedir a subida de impostos: “Vamos mostrar ao resto do mundo que somos
adultos", disse ela. "Viver em uma democracia, implica na ideia de
que podemos resolver os nossos problemas trabalhando juntos”.
A humildade do presidente do maior país do mundo,
advogado por formação e profissão, é mais uma virtude que possui, a qual é
clara como a luz solar, não só pelo exemplo de grandeza ao receber seu opositor
Mitt Romeny (e este de espírito democrático ao aceitar o convite para almoço),
mas especialmente quando admite, no alto de seu poder global, que precisa do
apoio do povo: “Mas eu não posso fazer isso sozinho. Então, eu estou pedindo
para você se juntar a mim, assim como Lyn. Adicione a sua voz à nossa, e partilhe
a sua história. Porque este debate é muito importante para Washington não
errar. Você vai nos dizer o que significa 2.000 dólares de aumento anual de
impostos para você?”.
Aqui na América Latina, mais precisamente nos
nossos municípios, os mandatários locais bem que poderiam se espelhar neste
exemplo. Informar direta e regularmente os cidadãos sobre as atividades do
executivo e da administração pública, dentro do mais absoluto e estrito
interesse institucional. Um programa semanal de cinco minutos e um informativo
mensal, ambos intitulados “Fala Prefeito”, além de e-mails endereçados aos
munícipes, a exemplo dos que recebo do presidente Barack Obama. Seria um bom
começo. Quanto aos candidatos derrotados, é bom que se espelhem em Mitt Romeny.
Pensamento da semana: “Na vida
a gente não sobe de salto alto”. Dilma Rousseff, presidente do Brasil.