Cesar Techio - Economista – Advogado

Todavia,
em que pese estas salvaguardas, é
necessário e urgente a construção de painéis de concreto armado nas
laterais,
junto aos barrancos, para impermeabilizar a pressão da água e evitar a
solifluxão, que é a liquefação da terra e consequente possibilidade de
deslizamento de terras e aumento repentino do fluxo da água. No caso,
vem sendo adotados
um conjunto de procedimentos de operação, inspeção, monitoramento e
intervenções na barragem e em seu reservatório, com o objetivo de
garantir a
segurança pelo Secretário de Urbanismo e Obras de Concórdia, Mauri Maran
e sua
equipe.
Doutra banda, é
necessário que a Câmara de Vereadores aprove leis que implementem uma política
ambiental que proíba qualquer tipo de desmatamento na bacia hidrográfica do rio
dos Queimados, sob pena das obras de contenção de cheias virarem, a curto
prazo, obras estéreis e inúteis. A justificativa é simples: A terra sob as
matas possui a missão de reter enxurradas e absorver a água da chuva
conduzindo-a para o lençol freático. Neste sentido, é urgente dar fim a farra
de destruição da cobertura vegetal na nossa bacia hidrográfica, estancando de
vez alvarás de construção e licenças ambientais.
No
Bairro Liberdade (acima do Colégio Olavo) vasta área de mata antiga, permeada
com fauna e flora riquíssima, foi legalmente derrubada para dar espaço ao
Loteamento Dr. Argeu Vicente Gripa, de propriedade de Crippa Imóveis Ltda. Documentação
juntada no Procedimento Administrativo Disciplinar do Ministério Público n°
06.2012.00005696-3, instaurado a partir de abaixo assinado apresentado pela
Associação de Moradores do Bairro Liberdade, que também subscrevi, demonstra a liberação
da Fatma para o desmatamento, que inclusive já foi feito a base do ronco
impiedoso de motoserras. A princípio, as distâncias de fontes de água que
alimentam o Riacho do Sabão, que passa atrás da prefeitura e desemboca no rio
dos Queimados, foram observadas. Entretanto, mesmo legalizado em aclive
topográfico acentuado, o desmatamento eliminou a proteção que parte da mata exercia
na absorção de águas pluviais e colaborará com enchentes atrás da prefeitura e
no centro da cidade. Loteamentos assim, mesmo que amparados pela insensível legislação,
não ajudam a melhorar o meio ambiente. Com a palavra a corajosa Câmara de
Vereadores de Concórdia e ambientalistas.
Pensamento da semana: Não sei o que é pior,
se uma arma de fogo que mata ou uma motosserra que desmata. Juahrez Alves