Cesar Techio
Economista – Advogado
Foi uma derrota vergonhosa. Nem mais nem menos. Eram inimigos ideológicos, de um passado de brigas políticas que envolvia tiros e ataques ferinos em campanhas eleitorais no qual esquerda e direita, era muito mais do que direção de trânsito. Arena (depois PPB e atual PP) não se misturava com MDB (atual PMDB, na época apelidado de Manda Brasa), com o qual se alternava no poder em Concórdia. Isso até as eleições de 2.000. Naquele ano, pela terceira vez Neodi Sareta se candidatava a prefeito; desta feita pela coligação Concórdia Melhor (PT/PPS/PDT). Temerosos e desesperados, inimigos históricos perderam qualquer escrúpulo ideológico e inauguraram uma estratégia fisiológica absolutamente inacreditável através da coligação “Todos por Concórdia” (PMDB/PPB/PFL/PSDB/PTB). Foi inesquecível o ingresso da liderança do PFL na Câmara de Vereadores, aplaudidos de pé pelos até então “inimigos” políticos, com o presidente do PFL renunciando a pré-candidatura a prefeito, numa cabeluda traição ao partido, no entender de alguns, e num grande papelão para outros. O povo, cansado de candidatos paraquedistas, assistiu estupefato, a improvável e inusitada coligação feita a “toque de caixa”, para ganhar as eleições. Foram 37.633 votos nominais, 499 brancos e 1.215 nulos, numa eleição que deu a Neodi Sareta 25.915 votos contra 11.237 do candidato da coligação Todos por Concórdia e 481 para um terceiro candidato.
Aquela lição ainda está viva na memória da maioria dos eleitores e nos ensina que partido político não possui força para eleger ou derrotar candidatos. Em suma, o PT nacional não é o PT de Concórdia. Quem aposta que o desastroso quadro político instalado no Brasil, com efeitos desastrosos que já se sentem amargamente (a começar pela greve dos caminhoneiros que estão parando o país), respingue no PT de Concórdia, está repetindo o erro do ano 2.000. Acontece que o PT local, em 8 anos de mandato do prefeito Neodi Saretta e a completar 8 anos de mandato do prefeito João Girardi, sempre fez o tema de casa com excelência. Recebeu inúmeros prêmios nacionais que reverenciam a alta capacidade de gestores públicos comprometidos com a responsabilidade fiscal, com a eficiência de gestão e com obras públicas que são os maiores cabos eleitorais que um partido decente e idealista pode desejar.
Não é por nada que alguns oposicionistas criticam e continuarão a desqualificar obras magníficas como a Rua Coberta. Botar na cabeça do eleitor questiúnculas e avançar em ataques improdutivos em meio ao inferno recheado de acusações de corrupção que comprometem o governo federal, pode causar algum efeito nas próximas eleições municipais? Acho que não. Vencido o quadro pedagógico de 2.000, mesmo em meio a atual conjuntura que tende a se agravar, o que mais vai interessar ao eleitor de Concórdia em 2016, será eleger gestores que já se mostraram competentes, eficientes e honestos. Fora do município a conversa é outra.
Pensamento da semana: A greve nacional dos caminhoneiros não pode parar setores essenciais da economia sob pena de agravar o sofrimento do povo brasileiro.