Cesar Techio
Economista – Advogado
Alguns dizem
que no carnaval viramos crianças, brincamos, festejamos e curtimos a alegria em
um ritmo que nos confraterniza e nos aproxima uns dos outros. O Brasil é assim
mesmo, feito de um povo que tem sentimento, coração e gosta de viver. Fazemos
nosso dever de casa durante o ano, com a seriedade de quem quer prosperar,
crescer, evoluir. Mas basta tocar uma boa musica que um largo sorriso aparece e saímos dançando. No sul, os gaúchos sisudos se alegram facilmente com um
“bugio”, “chamamé”, “chimarrita”, “fandango”, “milonga”, “vanerão”, entre
outras musicas nativistas que falam de um mundo valoroso, cheio de amor pela
terra, pela família, pela pátria e por lindas morenas de olhos verdes.
Espalhando-se pelo território nacional, outros estilos musicais fazem dos
brasileiros o povo mais afortunado do mundo: sertaneja, musica popular
brasileira, samba, pagode, forró, rock, eletrônica, gospel, axé, funk, contry,
músicas italianas, polonesas, alemãs, africanas, latino-americanas, entre
outras.
O que
norteia o brasileiro é espírito de amor, de tolerância e de acolhida enfeitada
por danças e festas como o carnaval, bumba meu boi, maracatu, cavalhada,
capoeira, Iemanjá, festa da uva (italiana), oktoberfest (alemã), entre centenas
de outras festas culturais. Este modo de viver nasceu dos costumes de povos de
várias partes do mundo que migraram para o Brasil e que apreenderam a conviver
de forma pacífica e fraterna, independente de religião ou raça. Assim, a
misturança e o respeito são leis naturais no coração do nosso povo e este jeito
é regra de ouro que permitiu com que todos criassem seus filhos e vivessem em
paz. Aliás, sempre foi assim, desde o descobrimento, com sistemas sociais que
foram se humanizando com o tempo e que atingiram um grau de civilidade e de
democracia que é modelo para todos os demais povos. Aqui, índios, negros,
mulatos, imigrantes italianos, japoneses, judeus, alemães, poloneses, árabes,
muçulmanos, entre outros, se abraçam e convivem dentro da mais absoluta
normalidade.
Nossa
constituição e práticas dão espaço para todas as religiões. Aqui tem direito de
ser felizes, budistas, cristãos, adventistas, católicos, umbandistas,
maometanos, testemunhas de Jeová, espíritas, protestantes, hinduístas,
islamistas, entre outras tantas denominações religiosas. Por isso, parece
surreal, uma grotesca mentira, as notícias diárias sobre o Estado Islâmico
(EI). Enquanto festejamos o carnaval, na Líbia o El sequestrou e decapitou 21
cristãos coptas egípcios. Filmaram tudo e botaram na internet. Na semana
retrasada mostraram outro vídeo ateando fogo num piloto da
Jordânia, enjaulado, que morreu gritando pelo pai e pela mãe. Os cristãos foram
mortos barbaramente, somente por serem cristãos. Não tenho dúvidas que as
portas do inferno se abriram. Estes terroristas enlouqueceram completamente. Perderam
a noção de humanidade. Agora, entre outras atrocidades, deram para enterrar,
queimar e crucificar crianças vivas, demonstrando com isso que na realidade são
monstros terríveis, demônios sem alma, cujo cérebro é feito de merda e cuja
mentalidade funciona diferente do resto da raça humana. Sem piedade, o coração
deles não bate, não sabe amar, perdoar, confraternizar e muito menos pular
carnaval.
Pensamento da semana: “Vamos
avançar no ecumenismo, que é testemunhado no ecumenismo do sangue. Os mártires
pertencem a todos os cristãos” Papa Francisco.