Cesar Techio
Economista – Advogado
Segundo nos conta Remy
Fávero (de saudosa memória), a Câmara de Vereadores de Concórdia foi inaugurada
em 1º de julho de 1947, pelo Prefeito Fioravante Massolini, com a presença do
então Governador do Estado, Aderbal Ramos da Silva, nela se instalando a
Prefeitura, a Delegacia, o Fórum, o Cartório de Registro Civil e a Câmara de
Vereadores, que era chamada de Conselho Consultivo. Em 1965, a Delegacia e o
Fórum foram transferidos e em 1967 foi instalado no prédio a Biblioteca Pública
Municipal, a qual alguns anos depois passou a funcionar em outros locais. Estas
referências são necessárias para que se possa justificar, em tese, a
preservação daquele prédio por razões históricas através do instituto do
tombamento, o que impede sua destruição ou descaracterização.
Por fora o prédio
permaneceu como de antanho, um quadrado patético com janelões rústicos,
cismados pela incapacidade de aceitar um mundo que já foi visto devagar, com a
lentidão de quem o defende, mas hoje anda rápido, na velocidade de arquiteturas
multifuncionais e bem pensadas. De traços construtivos inexpressivos, sem
qualquer marca arquitetônica, o prédio da Câmara de Vereadores de Concórdia
ainda tem uma estranha capacidade para obnubilar o olhar de distorcidas visões
infladas por denúncias vazias, objeções pueris e divagações contra o futuro que
já chegou. Convém retirar oficialmente, mediante lei, a proteção do poder
público a este “caixotão” no qual se abrigam, a duras penas, os vereadores
concordienses, e destombar o que foi tombado por erro de avaliação.
No local construa-se um
belo edifício com traços arquitetônicos arrojados, gabinetes espaçosos com
interfaces bem estabelecidas e padronizadas, iluminados, limpos, inseridos em
avançada estrutura tecnológica para atender bem o digno povo desta cidade. E,
do outro lado da fronteiriça e moderna Rua Coberta, a bela Praça Dogello Goss,
considerada pelo vereador Rogério Pacheco como símbolo cultural e histórico de
maior representatividade para os concordienses, mas, “data vênia”, que sejam
sem as árvores quase centenárias, prestes a desmoronar sobre si mesmas, sobre a
cabeça de crianças, famílias, transeuntes. Elas, as velhas árvores, que devem
se renovar, como de resto é da natureza da nossa própria vida e dos ambientes
em que vivemos.
Pensamento da semana: Se a meta principal de um capitão
fosse preservar seu barco, ele o conservaria no porto para sempre. São Tomás de
Aquino
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9 de jan (Há 1 dia)
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Dr. Cesar, feliz Ano Novo e a sua família.
De fato, o prédio da Câmara está totalmente descaracterizado. Eu, que trabalhei nesse local, posso dizer que está completamente mudado. Externamente, mantém as características antigas, o que é pouco ou quase nada diante do que representou essa Casa.
Um abraço e obrigada por me mandar as suas crônicas, que prezo muito lê-las.
Elena