sexta-feira, 11 de abril de 2014

CORRUPÇÃO: QUAL A RESPONSABILIDADE DAS IGREJAS?

                                             Pastor Alexandre Luciano  

Cesar Techio
Economista – Advogado
  
            Convidado, aportei aos bancos lotados da Assembleia de Deus, navegante destas ondas encapeladas e duras do travo amargo da minha profissão. Fixei os olhos no pregador e, intimamente, por conta daquelas dúvidas e expectativas que nunca admitimos carrear à alma cansada, imaginei: o que virá desta pregação? No início me intrigou a suavidade de suas palavras. Ao avançar, percebi que aquele pregador sereno levantava o tom. E criava, com rigor desconcertante, uma linha de raciocínio cheia de fé, calcada numa moral evangélica que não deixa dúvidas sobre o modo de como se deve viver. Ao me deparar com a fala do Pastor Alexandre Luciano da Assembléia de Deus de Irani, senti que não se tratava de ferve, de estratégia de conferencista pronto para convencer. Na verdade não era ele, mas Deus nele.

       A graça do Espírito Santo transcendia a lógica a que me habituei e operava num plano diferente. Aquele espaço não era mais a igreja. Era o céu.  E então, desfilaram diante de meus olhos, milagres incompreensíveis, inacreditáveis, apartados do meu entendimento. Analisando sob o ponto de vista da psicologia, dos sentidos das emoções o que ocorria naquele ambiente de luz, conclui ao passar dos dias, o quanto é bom nos influencie a palavra de Deus. O quanto é maravilhoso abrir o coração para as influências saudáveis dos princípios cristãos que inspiram o andar reto, que carreiam prosperidade honesta, decisões éticas na condução da Administração Pública, da política e dos negócios em geral.

       Infelizmente vivemos um momento da história em que a política está vinculada à corrupção, às malversações de verbas e a desvio de dinheiro público à custa da pobreza e da miséria do povo. Notícias diárias na mídia nos estarrecem e deixam indignados.  Por isso, a força moral da palavra dita por pregadores de envergadura moral, não há como negar, tem o poder de irradiar sua influência sobre todos os setores da sociedade. Neste norte, a difusão da ética e dos princípios cristãos na política e na Administração Pública, é assaz irrenunciável à missão das igrejas e deve contar com a colaboração de líderes religiosos bem preparados, sensíveis aos reclamos de uma sociedade sofrida da qual eles, como fermento na massa, fazem parte.

       Não há dúvidas de que é múnus de todas as igrejas cristãs cingirem-se à pregação da palavra e a salvar almas, mas, impossível, nestes tempos de pesada corrupção, delimitá-la, “ad litteram”, ao espaço interno dos templos. É preciso preparar o caminho, endireitar as veredas para que, os que reivindicam e protestam como leões contra as falcatruas na gestão pública, não votem como burros nas eleições. Essa responsabilidade, de fazer o milagre acontecer na consciência do povo, de formar e apoiar candidatos que saibam honrar os compromissos de viver em honestidade pesa muito sobre as costas de pastores, padres, discípulos, bispos, presbíteros, diáconos e de todo o povo de Deus. 

Pensamento da semana: "Todo homem é culpado por todo bem que ele não fez." Voltaire.