quarta-feira, 29 de maio de 2013

RAIMUNDO COLOMBO


              
 Cesar Techio - Economista – Advogado
        
            Se o governador Raimundo Colombo, dentro de seus compromissos e obrigações de estado, imagina que o repasse de 5,3 milhões para o Hospital São Francisco e de 15 milhões em convênios para investimentos em educação, saúde, saneamento e obras de infraestruturas para a região servirá para aproximá-lo ainda mais do povo catarinense, ele está certíssimo. Em palestra surpreendente e afinada com um projeto de governo voltado ao desenvolvimento, o governador iluminou a plateia lotada, na Casa da Cultura, com o exemplo de grandes empresários, como os de Werner Ricardo Voigt,  Eggon João da Silva e Geraldo Werninghaus cuja trajetória iniciou em 1961, quando os três fundaram a Eletromotores Jaraguá, mas tarde a Eletromotores WEG, feliz junção das iniciais dos três fundadores; Attilio Francisco Xavier Fontana, o fundador da Sadia, a maior produtora brasileira de alimentos semi-prontos e industrializados, entre outros grandes homens. Também mostrou em vídeo a vida de cidadãos comuns, suas lutas e heroísmos, afirmando que o nosso povo tem qualidade de caráter, é trabalhador e faz a diferença nas horas mais difíceis.

            O governador trouxe informações extremamente importantes, fazendo ver que do orçamento do estado, por contingências legais sobra apenas 5% para investimentos e que, dentro deste universo, obteve êxito em endurecer com prestadores de serviços e fornecedores para abaixar preços com grande economia aos cofres públicos. De coração aberto, não teve qualquer escrúpulo em prestar contas de forma clara e transparente, mostrando suas conquistas, dificuldades, decepções e alegrias. Afirmou que, independentemente de partido político é preciso pensar na sociedade e que, a melhor forma de fazer isso é através de parcerias com os municípios, abrindo o governo para que a população questione, acompanhe, fiscalize e participe. E provou como se faz, visitando João Girardi em seu próprio gabinete, ocasião em que, sensível ao pedido do prefeito e do deputado Neodi Saretta, dobrou o valor de repasse para a Expo Concórdia.

            Depois de dois anos de arrocho orçamentário, tempo em que enfrentou com coragem e determinação violentos ataques a ônibus promovidos por facções criminosas, greves de professores e outras limitações, o governador afirmou que é hora de “abrir tudo para que as pessoas percebam o governo que elas têm e ajudem a governar”. Enfim, incorporando conhecimento político com  linguagem acessível, a palestra do governador serviu para estabelecer e revelar coerência com um projeto de governo que tende a se firmar e estender com eventual reeleição em 2014. O novo asfalto e traçado entre Jaborá e Concórdia; o significativo apoio ao Hospital São Francisco e os investimentos para o sistema de água/esgoto da CASAN, podem de fato alavancar a ideia de sua recondução ao comando do governo. De qualquer forma, a construção intelectual de suas palestras possuem fontes em situações vivenciadas por ele, pelo seu governo e pelo povo a quem ele serve. Tivemos a feliz oportunidade de perscrutá-las sob as perspectivas de um governador que se mostra responsável, dinâmico, inteligente, humano e idealista.

Pensamento da semana: “Não são os grandes homens que transformam o mundo, mas sim os fracos e pequenos nas mãos de um grande Deus.” Evangélicos.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

ALBINO ZANATTA: "NAQUELA ÉPOCA"



                     Cesar Techio - Economista – Advogado
        
            Sobejas razões me movem a comemorar a leitura do livro “Naquela Época”, cujo personagem central é o brasileiríssimo Albino Zanatta, oriundo da Itália para o coração de Concórdia, onde nasceu de sentimento, trabalho e amor pela família, pelos concordienses, pela empresa Sadia e pelo Brasil. O relato de sua vida é a dos grandes homens que construíram o sul do país, o desenvolvimento no campo da tecnologia e de um modo de ser e de viver ímpar, de qualidade moral inquebrantável. Em evocando estas efemérides, jubilo linha após linha de um livro que deve compor os de conhecimento da história de Concórdia, da empresa Sadia e do que os imigrantes italianos fizeram de melhor por todos nós. Devemos colher as lições e ensinamentos da robusta mentalidade e visão cultural europeia que por aqui aportou através dos ensinamentos ofertados pela vida de Albino Zanatta. Não se trata de pesquisar por simples interesse acadêmico os alicerces da nossa história, mas de toma-los como paradigma de nosso agir e de nossa identidade. A originalidade do livro, que contou com o apoio de Carlos Fernando Comassetto, mestre em história e, de Eduardo Agostinho Comassetto, mestre em Educação, consiste, justamente em coligir dados dispersos da história da Itália a partir de 1932 e de Concórdia a partir de 07/12/1949, em sua maioria totalmente inéditos. O trabalho possibilita ao leitor uma visão panorâmica acerca de detalhes que formataram o viver da maioria dos nossos antepassados, muitos ainda em nosso meio a fornecerem preciosas lições de vida.

            Tenho sincero orgulho, senão encantamento, de ter conhecido Albino Zanatta e me deparar, ainda hoje, com seu olhar cheio de bondade e vivacidade. Vejo nele o “italianinho” que casou com dona Noemia em 1957; o menino, filho de Eugênio Zanatta, em plena segunda guerra mundial na comuna de Sarcedo, província de Vicenza, frequentando o jardim de infância, ouvindo o soar dos sinos da igreja chamando para a missa, convivendo até os dezessete anos com os avós maternos Giuseppe Zucchi e Úrsula Franzon, trabalhando com o pai numa fábrica de tecido. E, depois, finda a guerra, migrando para o Brasil em 16/11/1949, para um lugar pequeno, tanto quanto era a terra natal, mas que, apesar do confronto com o tremendo atraso cultural, foi o berço de um futuro de muito amor e realizações.

            A biografia de Albino Zanatta é rica em conhecimento da história e pródiga em superação. Seu aprendizado do português com a professora Frai Hoffman no Grupo Escolar Deodoro e de especialização de ofício no SENAI de São Paulo, à época da morte de Getúlio Vargas, deram impulso a um profissional de ouro. A montagem do Moinho da Lapa, em São Paulo, ao aprendizado tecnológico nos Estados Unidos, colocaram Albino Zanatta no centro do início da história de expansão das empresas ligadas a família de Attilio Francisco Xavier Fontana, o fundador da Sadia e, no ápice da projeção de Concórdia no cenário nacional e internacional. Por estes motivos, o livro que conta a história de sua vida deveria ser inserido no curriculum obrigatório de todas as nossas escolas. Seu conteúdo é enobrecedor e formador de caráter.

Pensamento da semana: “Não vai! Fica aqui conosco!” Amigos de Albino Zanatta em sua partida para o Brasil.

sábado, 18 de maio de 2013

NÃO COMPARTILHAR COM OS POBRES OS PRÓPRIOS BENS É ROUBAR DELES E TIRAR-LHES A VIDA



Discurso do Papa Francisco aos embaixadores
16/05/2013, 10hs20min
Sala Clementina no Palácio Apostólico do Vaticano

Senhores Embaixadores

Com alegria acolho-os por ocasião da apresentação das Cartas, que os credenciam como Embaixadores extraordinários e plenipotenciários de seus respectivos Países junto à Santa Sé: Kyrgystão, Antígua e Barbuda, Grão Ducado de Luxemburgo e Botswana.

As cordiais palavras que me dirigiram, as quais agradeço com vivo apreço, testemunham que os Chefes de Estado de seus Países desejam desenvolver as relações de estima e de colaboração com a Santa Sé. Ficaria agradecido se os senhores lhes transmitissem os meus sentimentos de gratidão e de respeito, acompanhados das minhas orações pelas suas pessoas e seus compatriotas.

Senhores Embaixadores, a humanidade vive neste momento como um retorno à própria história, considerando os progressos registrados nos vários âmbitos. Devemos louvar os resultados positivos, que concorrem para um autêntico bem-estar da humanidade, como por exemplo, no campo da saúde, da educação e da comunicação.

No entanto, devemos reconhecer também que a maior parte dos homens e das mulheres do nosso tempo continuam a viver numa precariedade quotidiana com consequências funestas. Aumentam algumas patologias, com suas consequências psicológicas; o medo e o desespero arrebatam os corações de numerosas pessoas, mesmo nos Países considerados ricos; a alegria de viver começa a diminuir; a indecência e a violência estão em aumento; a pobreza se torna mais evidente. Deve-se lutar para viver e, muitas vezes, viver com pouca dignidade.

Uma das causas desta situação, na minha opinião, consiste na relação que temos com o dinheiro, ao aceitar o seu domínio sobre nós e sobre nossas sociedades. Assim, a crise financeira, pela qual estamos atravessando, faz-nos esquecer da sua origem primordial, arraigada numa profunda crise antropológica: a negação da primazia do homem! Criamos novos ídolos. A adoração do antigo bezerro de ouro (Cf. Ex 32,15-34) defronta-se com uma nova e impiedosa imagem do feiticismo do dinheiro e da ditadura da economia sem fisionomia e nem objetivo realmente humano.

A crise mundial, que envolve as finanças e a economia, parece colocar em luz as suas deformações e, sobretudo, a grave falta da sua perspectiva antropológica, que reduz o homem a uma única exigência: o consumismo. E, ainda pior, o ser humano, hoje, é considerado como um bem de consumo, que se pode usar e, depois, jogar fora. Este desvio se verifica, em nível individual e social, e é favorecido! Em tal contexto, a solidariedade, tesouro dos pobres, é, muitas vezes, considerada contraproducente, contrária à racionalidade financeira e econômica.

Enquanto a renda de uma minoria aumenta, de maneira exponencial, aquela da maioria enfraquece. Este desequilíbrio deriva de ideologias, que promovem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira, negando assim o direito de controle por parte dos Estados, que também devem prover o bem comum. Instaura-se, assim, uma nova tirania invisível, às vezes virtual, que impõe, unilateralmente e sem recurso possível, suas leis e suas regras. O endividamento e o crédito, outrossim, distanciam os Países e a sua economia real e os cidadãos do seu poder de aquisição real. Além do mais, pode-se acrescentar a tudo isso uma corrupção tentadora e uma evasão fiscal egoísta, que assumiram dimensões mundiais. O desejo de poder e de posse tornou-se ilimitado.

Atrás desta atitude oculta-se a rejeição da ética, a rejeição de Deus. Como a solidariedade, também a ética incomoda; ela é considerada contraproducente; como muito humana, porque relativiza o dinheiro e o poder; como uma ameaça, porque rejeita a manipulação e a submissão da pessoa.

A ética conduz a Deus, que se aliena das categorias do mercado. Deus é considerado, pelos financeiros, economistas e políticos, como incontrolável ou até perigoso, porque induz o homem à sua plena realização e à independência de qualquer tipo de escravidão. A ética – uma ética naturalmente não ideológica – permite, na minha opinião, criar um equilíbrio e uma ordem social mais humanos.

Neste sentido, encorajo os peritos financeiros e os governantes dos seus Países a refletirem sobre as palavras de São João Crisóstomo: «Não compartilhar com os pobres os próprios bens é roubar deles e tirar-lhes a vida. Os bens que possuímos não são nossos, mas deles» (Homilia sobre Lázaro, 1, 6 : PG 48, 992D).

Prezados Embaixadores, seria de bom augúrio fazer uma reforma financeira, que seja ética e que comporte, por sua vez, uma reforma econômica salutar para todos. No entanto, ela requereria uma corajosa mudança de atitude dos dirigentes políticos. Exorto-lhes, pois, a enfrentar este desafio com determinação e perspicácia, levando em conta, naturalmente, a peculiaridade dos seus contextos. O dinheiro deve servir e não governar!

O Papa ama todos, ricos e pobres; mas o Papa tem o dever, em nome de Cristo, de recordar ao rico que deve ajudar o pobre, respeitá-lo, promovê-lo. O papa exorta à solidariedade desinteressada e a um retorno da ética para o bem do homem, na sua realidade financeira e econômica.

A Igreja, por sua vez, trabalha sempre para o desenvolvimento integral de cada pessoa. Neste sentido, ela recorda que o bem comum não deveria ser um simples acréscimo, um simples esquema conceitual de qualidade inferior, inserido nos programas políticos.

A Igreja encoraja os governantes a estarem, realmente, a serviço do bem comum das suas populações. Ela exorta os dirigentes das realidades financeiras a levarem em consideração a ética e a solidariedade. E por que não se dirigirem a Deus para inspirar seus desígnios? Assim, poder-se-ia criar uma nova mentalidade política e econômica, a fim de contribuir para transformar a dicotomia absoluta entre a esfera econômica e a social em uma sã convivência.
Enfim, saúdo com afeto, através dos senhores, os Pastores e os fiéis das comunidades católicas presentes em seus Países. Exorto-os a continuar o seu corajoso e alegre testemunho de fé e de amor fraterno ensinados por Cristo.

Não tenham medo de oferecer a sua contribuição para o desenvolvimento dos seus Países, mediante iniciativas e atitudes inspirados nas Sagradas Escrituras! E, no momento em que inauguram a sua missão, faço-lhes, Senhores Embaixadores, as minhas melhores felicitações, assegurando a colaboração da Cúria Romana para o cumprimento da sua função.

Enfim, invoco, com prazer, sobre os senhores e seus familiares, como também sobre seus colaboradores, a abundância das Bênçãos divinas.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

FUNCIONALISMO: O QUE OS MUNÍCIPES PRECISAM SABER

 

                     Cesar Techio - Economista – Advogado

              Tchê Mendes não só é o bagual do rádio, mas também da política. Suas preleções rústicas, típicas do homem campeiro, talhado a ferro e fogo nas dificuldades da vida, carregam muitos ensinamentos de cidadania, de honestidade, de amor à terra e às pessoas. Talvez seja por conta destes valores e de sua postura centrada, consciente e responsável, que seu voto na sessão da câmara de vereadores que decidiu a lei salarial, foi a favor da grande maioria dos funcionários públicos. Creio que o raciocínio deste grande vereador levou em consideração os seguintes aspectos: 1° - O percentual de 7,3% teve origem no espírito democrático de um prefeito que aceitou, exaustiva e pacientemente, abrir a mesa de negociação por sete vezes; 2° - Além da reposição inflacionária houve múltiplos benefícios, que também representam ganho financeiro; 3° - Uma gestão fiscal responsável no controle orçamentário obriga o prefeito a manter o equilíbrio das contas públicas, sob o risco do mesmo parar no fundo da cadeia por improbidade administrativa. Tem razão o inteligente Tchê Mendes, pois é sabido que o limite legal para gastos com pessoal ou folha de pagamento é de 51,3%, da Receita Corrente Líquida (RCL), mas que atualmente se entende como ideal e prudente o limite de 48,65% sob o risco de travar a máquina pública na execução de obras e serviços e, consequentemente, deixar a população na mão.

             Evidentemente que o impacto nas contas públicas para um município com quase dois mil servidores é tremendo, ainda mais que o índice se aplica também aos ativos, inativos e pensionistas.  O vereador Vilmar Comassetto, mestre, doutor e professor universitário, lembrou que a luta pela valorização dos servidores através de negociações começou na gestão Neodi Saretta; que nestes treze anos houveram ganhos reais; que a interferência partidária no processo de negociações salariais compromete a autonomia sindical e que o Poder Executivo sempre zelou pelo cumprimento da legislação. Acrescente-se, que a criação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), com atendimento de médicos e enfermeiras 24 horas por dia, e ainda a criação de novos postos de saúde, implicará na abertura de concursos públicos para a contratação de um batalhão de novos profissionais de saúde. Isso recomenda prudência na manutenção de uma margem orçamentária responsável.

            Por fim, “cargo de confiança” não pode ser confundido com “cargo em comissão”, conforme inciso V do artigo 37 da Constituição Federal.  Se este é destinado a funcionários de carreira, aquele, igualmente tem caráter precário, transitório, com possibilidade de exoneração sem causa e é considerado de livre provimento pelo governo. Suas atribuições são exclusivas de direção, chefia ou assessoramento, e a confiança que se deposita em seu ocupante tem resguardo constitucional. O preenchimento de cargos de confiança não pode ser dispensado por uma boa administração, pois garantidores da onipresença da pessoa do prefeito em todas as funções de comando, na exata medida da extensão de seu compromisso com uma gestão pública de sucesso. Funções de chefia e de assessoramento obviamente exigem remunerações diferenciadas, harmonizadas, de maior valor e de acordo com a maior responsabilidade e capacidade de comando que os cargos exigem.

Pensamento da semana: O único lugar aonde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

PEDRAS BRANCAS


                     Autor: Livreiro dos Araçás

Para descansar, não há nada melhor do que uns dias na praia. Não digo aqueles de alta temporada, pois nessa época é provável que a pessoa volte mais cansada do que foi.
Sei que essa questão de gosto é individual. Para alguns uma semana de compras em país estrangeiro é deleite garantido, para outros é o contato com as matas fechadas, outros ainda relaxam enquanto visitam museus dos mais diversos tipos. Cada um tem sua preferência. Quem irá dizer o que realmente nos faz bem, senão nós mesmos?
A última vez em que estive na praia, fiz a coisa que mais gosto de fazer, por ali, que é caminhar descalço na areia. Ah como é bom caminhar na areia! Os pés tocando o solo, descarregando nosso corpo das vibrações negativas. Caminhando, comecei a pensar nas pessoas que amo. A maioria estava longe e me deu uma vontade muito grande de estar perto delas.
Imediatamente me pus a pegar do chão pedrinhas brancas. Por que brancas? Os motivos, irei dizer a seguir. Escolhi as de cor branca, por simples analogia à cor da paz e da pureza. E, diante de tanta variedade de pedras, haveria de fazer uma escolha, porque senão juntaria uma pedreira.
Fui caminhando ali, agachando a cada pedra “preciosa” que encontrava, e colocando-as em um saquinho de plástico. Levaria comigo quantas fosse capaz de recolher.
Há algum tempo um livro me ensinou que não existe nada, mas nadinha, mais precioso do que o poder da gratidão. É certo que se deve almejar sempre algo mais ou melhor. Mas, por outro lado, não conseguiremos isso maldizendo a vida que possuímos, as coisas materiais que temos, reclamando das pessoas em torno de nós.
Um dos autores desse livro queria dedicar um ou dois minutos de seu dia para agradecer por tudo aquilo que a vida lhe entregara, mas, com o atropelo da rotina, quase sempre se esquecia. Um dia, olhando uma gaveta, achou uma velha pedrinha que sua filha, quando ainda era uma criança, lhe deu como presente. Sorriu com satisfação. Era uma lembrança boa. Agradeceu pelos filhos perfeitos que possuía.  
Pegou a pedra na mão e teve uma brilhante ideia: “Vou levar essa pedrinha comigo, em meu bolso, todos os dias”. Todas as manhãs a rotina se cumpria, junto a sua carteira, aliança, celular, lá estava sua pedrinha. Ao pegá-la agradecia em pensamento tudo aquilo que fazia parte de sua vida. À noite, quando chegava em casa, repetia o ritual ao contrário, pois ao esvaziar os bolsos estava lá o “lembrete” simbolizado pela pedra. E, novamente, fazia seus agradecimentos.
Esse livro diz que se há alguma coisa de extrema relevância em nossos pensamentos é a força da gratidão. Após tomar conhecimento, adorei a ideia e fiz o mesmo. Interessante lembrar que tinha guardado uma pedrinha que minha filha Maria me deu, então automaticamente passei a adotar tal procedimento.
Enquanto caminhava na praia, tive a ideia de levar “pedrinhas da gratidão” a todos os que me são caros, pois, juntamente com um papel escrito, entenderiam os motivos que me levaram a presentear meus amigos e familiares com simples pedras brancas.
Já no caminho de volta, pensei na cena: eu dando uma pedra para cada um. Fiquei com vergonha. Naquele momento pensei: as pessoas não vão entender o meu presente, algumas prefeririam camisetas, bonés, ou qualquer coisa que se possa usar sobre o corpo. Desisti da ideia pensando que alguns iriam dizer que fiz isso simplesmente por economia... Penso que muitos não entenderiam o que imaginei.
Muito mais importante do que um presente que proporcione o uso é oferecer um presente que provoque alguma mudança positiva nas pessoas. Mas não tive peito pra isto. Ao desfazer as malas foi deixada na estante da sala a riqueza que eu trouxera da praia: minhas pedras brancas.
Fui até o tanque e lavei-as, para tirar o que sobrou de areia. Depois coloquei-as em um vidro e completei com água juntamente com um produto para deixá-las mais claras. Minha tristeza foi não conseguir fazer como havia planejado, faltou-me coragem; e, por isto, as deixarei à espera de pessoas que valorizem as pequenas coisas.
Quem aí, entre os meus leitores, gostou da ideia que me procure, pois poderei entregar uma pedrinha dessas a você. Porque elas são muito preciosas para estarem nas mãos de pessoas que não as valorizem. Então escolhi entregá-las à medida que forem sendo pedidas. Sei que muitos daqueles para os quais peguei as pedras irão pedi-las. Posso ter feito mal juízo de alguns, mas, podem ter certeza, cada um dos que pedir me trará uma alegria para o coração. Saberei então que estamos sintonizados na mesma rádio. Será um prazer poder dividi-las. 

Livreiro dos Araçás - Construindo um Mundo de Livros

quarta-feira, 8 de maio de 2013

ESTUDANTES E EMPRESÁRIOS: A BOLA É DE VOCES.



                     Cesar Techio - Economista – Advogado
        
            Alunos e professores universitários, líderes comunitários, políticos e empresários, cujos objetivos, formação e projetos de futuro gravitam em torno de uma perspectiva de bem estar, qualidade de vida e desenvolvimento sócio econômico, têm a obrigação de participarem às 19hs desta quinta feira, 09/05/2013, do 2º Congresso e 4ª Conferência Municipal da Cidade de Concórdia, no auditório do Centro de Eventos.  Buscar-se-á, além de uma abordagem reflexiva sobre o papel do município e das metas públicas propostas pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável, coordenado pelo combativo vice-prefeito Neuri Santhier, a melhor adequação e critérios de responsabilidade para a participação empresarial e popular no destino da cidade. Sem cores político partidárias é fundamental que todos contribuam com ideias e sugestões nos trabalhos que se desenvolverão durante a sexta feira, dia 10/05/2013, através dos seguintes eixos temáticos: 1° - Estratégia para fomentar o Desenvolvimento Econômico Sustentável do Município de Concórdia; 2° - Atitude cidadã no Planejamento Urbano; 3° - Mobilidade Urbana, Acessibilidade, Sustentabilidade ambiental e qualidade de vida (Planejamento Urbano, Desenvolvimento Econômico Sustentável).

            Estas proposições devem ampliar significativamente o numero de pensadores políticos (nas pessoas de estudantes, professores, agentes públicos, intelectuais e líderes empresariais) que pretendam construir uma sistemática inteligente e coerente visando o desenvolvimento do município. De fato, é inócuo, improdutivo e abjeto lançar ideias de forma empíricas, sem quaisquer metodologias ou projetos de pesquisa que as sustentem.  Com todo o respeito, são despropositados certos queixumes raivosos e politiqueiros, eventualmente perceptíveis em alguns meios de comunicação e em hostes oposicionistas, desacompanhados de argumentos fundamentados em dados concretos e em critérios de pesquisa científica.

            Esforços pontuais em depreciar e esvaziar os significativos avanços das metas da ação política do atual governo João Girardi, um dos mais operosos da história de Concórdia, se tornaram ridículos e visivelmente pessoais, imoderados, exóticos e inoportunos. Quem nos os percebe? De forma que é necessário conhecer concretamente, participar e decidir os rumos desde já, a fim de que se evite os contornos da ignorância especulativa e do empirismo jornalístico. É preciso, dentro da proposta da Conferência e do Congresso, encontrar percepções mais produtivas do atual e globalizado ambiente socioeconômico e político vivenciado pelo município. Também se devem considerar questões a serem abordadas numa próxima etapa, como por exemplo: parcerias público privadas visando à captação de poupanças para investimentos comunitários; estudos de mercado de insumos e de consumo para novos agronegócios (os que mais agregam valor ao produto final), entre outros. Enfim, empresários, estudantes, professores, líderes comunitários, políticos engajados, intelectuais e pensadores, os que amam esta cidade, nesta quinta e sexta feira a bola é de vocês. Participem.

Pensamento da semana: Por que Attilio Francisco Xavier Fontana resolveu, no passado, investir justamente em Concórdia? A resposta a esta pergunta deve apontar caminhos para o futuro...