quarta-feira, 22 de maio de 2013

ALBINO ZANATTA: "NAQUELA ÉPOCA"



                     Cesar Techio - Economista – Advogado
        
            Sobejas razões me movem a comemorar a leitura do livro “Naquela Época”, cujo personagem central é o brasileiríssimo Albino Zanatta, oriundo da Itália para o coração de Concórdia, onde nasceu de sentimento, trabalho e amor pela família, pelos concordienses, pela empresa Sadia e pelo Brasil. O relato de sua vida é a dos grandes homens que construíram o sul do país, o desenvolvimento no campo da tecnologia e de um modo de ser e de viver ímpar, de qualidade moral inquebrantável. Em evocando estas efemérides, jubilo linha após linha de um livro que deve compor os de conhecimento da história de Concórdia, da empresa Sadia e do que os imigrantes italianos fizeram de melhor por todos nós. Devemos colher as lições e ensinamentos da robusta mentalidade e visão cultural europeia que por aqui aportou através dos ensinamentos ofertados pela vida de Albino Zanatta. Não se trata de pesquisar por simples interesse acadêmico os alicerces da nossa história, mas de toma-los como paradigma de nosso agir e de nossa identidade. A originalidade do livro, que contou com o apoio de Carlos Fernando Comassetto, mestre em história e, de Eduardo Agostinho Comassetto, mestre em Educação, consiste, justamente em coligir dados dispersos da história da Itália a partir de 1932 e de Concórdia a partir de 07/12/1949, em sua maioria totalmente inéditos. O trabalho possibilita ao leitor uma visão panorâmica acerca de detalhes que formataram o viver da maioria dos nossos antepassados, muitos ainda em nosso meio a fornecerem preciosas lições de vida.

            Tenho sincero orgulho, senão encantamento, de ter conhecido Albino Zanatta e me deparar, ainda hoje, com seu olhar cheio de bondade e vivacidade. Vejo nele o “italianinho” que casou com dona Noemia em 1957; o menino, filho de Eugênio Zanatta, em plena segunda guerra mundial na comuna de Sarcedo, província de Vicenza, frequentando o jardim de infância, ouvindo o soar dos sinos da igreja chamando para a missa, convivendo até os dezessete anos com os avós maternos Giuseppe Zucchi e Úrsula Franzon, trabalhando com o pai numa fábrica de tecido. E, depois, finda a guerra, migrando para o Brasil em 16/11/1949, para um lugar pequeno, tanto quanto era a terra natal, mas que, apesar do confronto com o tremendo atraso cultural, foi o berço de um futuro de muito amor e realizações.

            A biografia de Albino Zanatta é rica em conhecimento da história e pródiga em superação. Seu aprendizado do português com a professora Frai Hoffman no Grupo Escolar Deodoro e de especialização de ofício no SENAI de São Paulo, à época da morte de Getúlio Vargas, deram impulso a um profissional de ouro. A montagem do Moinho da Lapa, em São Paulo, ao aprendizado tecnológico nos Estados Unidos, colocaram Albino Zanatta no centro do início da história de expansão das empresas ligadas a família de Attilio Francisco Xavier Fontana, o fundador da Sadia e, no ápice da projeção de Concórdia no cenário nacional e internacional. Por estes motivos, o livro que conta a história de sua vida deveria ser inserido no curriculum obrigatório de todas as nossas escolas. Seu conteúdo é enobrecedor e formador de caráter.

Pensamento da semana: “Não vai! Fica aqui conosco!” Amigos de Albino Zanatta em sua partida para o Brasil.